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Artigos

 
  • Obama e o sonho

    RIO DE JANEIRO - Compreendo mas não participo da euforia provocada pela candidatura do Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata. Não acredito que o governo da nação mais poderosa do mundo seja melhor ou mais simpático pelo fato de ser liderado por um negro com idéias liberais e uma biografia interessante e, até onde sabemos, digna de respeito.

  • Consenso e mudança no Palácio do Planalto

    O ministro José Múcio está emprestando ao Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social uma dimensão crítica para o seu papel, nesta etapa de maturação do sucesso do governo Lula. Impõe-se a ampla avaliação destes rumos e riscos. Não temos precedentes de uma popularidade presidencial em meios a um segundo mandato, de par com o sucesso de uma política de mudança. Nesta mesma condição, o Conselho ausculta a complexidade crescente do sistema, que é o fruto do próprio processo, e a exigir novos cenários para o seu avanço.

  • O perigo telefone

    QUANDO DA mudança da capital do Rio para Brasília, a reação foi ultra-enlouquecida, atingindo todos os aspectos. Gustavo Corção, quando viu o projeto de Lúcio Costa, denunciou: "está errado, esse lago não vai encher". E outro fanático vaticinou: as "comunicações não vão funcionar, as ondas de rádio não atravessam o cerrado".

  • O corpo como relógio

    O relógio mecânico é uma invenção da modernidade. Antes existiam as ampulhetas, os relógios de sol, as clepsidras, ou relógios de água - dispositivos que assinalavam a passagem do tempo pela marcha do sol ou pelo fluxo de uma substância, areia ou água. Mas o relógio mecânico era diferente. Uma máquina: dava-se corda, um pêndulo ficava oscilando ritmicamente. Depois os relógios se tornaram portáteis e ficaram ao alcance de todos, ou quase todos, uma necessidade gerada pela constatação de que tempo é dinheiro.

  • Uma caixa-preta

    Nestes dias em que a Amazônia se transforma em problema nas preocupações brasileiras, devemos reconhecer, antes de mais nada, que não existe uma Amazônia, e sim várias. E, ali, tudo é grande.

  • Precisamos agora achar o nome

    Muito já se procurou e se continua a procurar um nome para designar a curiosa organização política, jurídica, social e econômica brasileira. Singular fenômeno em toda a História da humanidade, não é, ainda neste estágio de nosso conhecimento, um desafio aos filólogos. Permanece ainda terreno para vastíssima investigação científica preliminar, feita por historiadores, sociólogos, economistas, antropólogos e mais inúmeros praticantes das chamadas ciências humanas, pois ninguém, como não ignora quem quer que já tenha tentado isso com um estrangeiro, sabe explicar o Brasil, nem como funciona nem por que funciona do jeito que (não) funciona. Talvez requeira um gênio sintetizador, que a Providência ainda não nos enviou.

  • Patrocínio e patrocinados

    RIO DE JANEIRO - Num ano qualquer do século 20, um faquir com cara de indiano, mas nascido em Quixadá, encerrou-se numa urna de vidro com cinco cobras e prometeu bater o recorde mundial de jejum, ficando 58 dias sem nada comer. Chamava-se Silky. A marca anterior para tal e tamanha proeza fora de 57 dias, conquistada por um tailandês (parece que autêntico): morreu de indigestão quando voltou a comer normalmente.

  • Cinqüenta anos depois

    Cinqüenta anos depois de lançado, mais importante se apresenta o romance " O ventre", de Carlos Heitor Cony, ocupando uma vanguarda rara na ficção brasileira. Escrevi sobe ele na época, realçando sua presença numa nova fase de nosso romance. Sai agora edição comemorativa desse livro sob a égide da Academia Brasileira de Letras e da editora Objetiva/Alfaguara.

  • A volta da inflação

    Que a inflação é um mal com o qual temos que conviver, isto é sabido por todos que têm um orçamento a gerir. Mas a inflação desordenada, essa que está freando as vendas no Norte e Nordeste, essa nós a conhecemos desde o passado longínquo, nas marcas que ela deixou na lembrança de todos, que sofreram naqueles dias sinistros, quando nem as corretoras davam solução à desvalorização da moeda em sua velocidade desordenada.

  • Jamelão

    RIO DE JANEIRO - José Bispo do Santos, que é Jamelão para todos os efeitos, declara-se na prorrogação, diz que está no lucro. Apesar disso, reclama que a Mangueira quer aposentá-lo como puxador de samba, ele que continua sendo o maior de todos, consenso e referência das escolas de samba.

  • O que fazer com o estresse?

    Não há dúvida de que a palavra estresse, aportuguesamento do inglês stress, entrou na linguagem popular. E stress, por sua vez, passou a integrar o vocabulário da medicina quando, em 1936, o pesquisador Hans Selye (húngaro de nascimento, mas residente no Canadá) publicou um artigo sobre o que acontece quando o organismo enfrenta um desafio ou um risco inesperados: uma doença, esforço físico demasiado, falta de alimento, infecção. Há uma fase de alarme, com alterações imunitárias e hormonais, seguida por uma fase de adaptação. Para a maioria das pessoas, o estresse não tem este sentido. Significa antes sobrecarga emocional. Quando alguém diz que está "estressado", entendemos que está preocupado, nervoso. E há muita gente estressada ao nosso redor. O que levanta uma questão: como é que a gente lida com o estresse?

  • Pode ser que ele esteja maluco

    Sei que, para os lulistas religiosos, a ressalva preliminar que vou fazer não adiantará nada. Pode ser até tida na conta de insulto ou deboche, entre as inúmeras blasfêmias que eles acham que eu cometo, sempre que exponho alguma restrição ao presidente da República. Mas tenho que fazê-la, por ser necessária, além de categoricamente sincera. Ao sugerir, como logo adiante, que ele não está regulando bem do juízo, ajo com todo o respeito. Dizer que alguém está maluco, principalmente alguém tido como sagrado, pode ser visto até como insulto, difamação ou blasfêmia mesmo. Mas não é este o caso aqui. Pelo menos não é minha intenção. É que às vezes me acomete com tal força a percepção de que ele está, como se diz na minha terra, perturbado da idéia que não posso deixar de veiculá-la. É apenas, digamos assim, uma espécie de diagnóstico leigo, a que todo mundo, especialmente pessoas de vida pública, está sujeito.

  • O imperador da língua portuguesa

    O gênio literário do padre Antonio Vieira foi ressaltado, de modo enfático, na Academia das Ciências de Lisboa, quando um dos seus mais brilhantes membros, o escritor António Valdemar, fez importante pronunciamento, a propósito do IV Centenário de Nascimento do autor de Sermões e Cartas antológicos.