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Artigos

 
  • Golpe de Estado

    Quincas, o general-de-brigada Joaquim Osório de Lima, herói de 1937, quando conseguiu tomar a cantina da Faculdade Nacional de Direito -onde dois estudantes, depois de uma passeata de rua, haviam se escondido-, estava ao telefone e comunicava que a coisa ia para as cabeceiras. Vestiu a farda e foi para o quartel botar a tropa na rua.

  • Tobias Barreto: Sergipe e Pernambuco

    Quando experimentei, em Aracaju, as emoções reunidas dos aniversários de casamento e natalício, da outorga num só dia de duas condecorações, a Medalha Silvio Romero (da Academia de Letras) e Tobias Barreto (do Governo do Estado) senti que tinha que retribuir falando de Gilberto Amado e do fundador da Escola do Recife. Pelo menos, desses. O primeiro, meu antecessor na Cadeira que ocupo na Academia Brasileira; o outro que é nome da Faculdade onde estudei e da qual me fiz professor.

  • Opinião da vaca sobre a vida

    RIO DE JANEIRO - Era uma vez uma vaca. Como todas as vacas, parecia exatamente uma vaca: tinha rabo, úbere, patas, cheiro, design convencional e tudo o que normalmente se entende por uma vaca. Acontece que, ao contrário das vacas e de certos homens, essa tinha opiniões. Eis a questão: uma vaca com opinião podia ter razão, mas não inspirava confiança. Era um perigo e, certamente, uma ameaça.

  • O tempo de um romancista

    As histórias que se escoam deste livro de Autran Dourado, "O senhor das horas", se estão subordinadas a um tempo, também se fixam num espaço. O autor levanta seu mundo em placas de Tempo que se ligam entre si, mas dão às vezes a impressão de que se mantêm independentes umas das outras, com uma cidade mineira, cujo nome é Duas Pontes, mostrando os dramas e as comédias que ocorrem no dia-a-dia de sua gente.

  • Enfim, um discurso

    Sem ter nada o que fazer no primeiro dia do ano, procurei ouvir com atenção e respeito os dois discursos de Lula, um no congresso, outro no parlatório do Palácio da Alvorada.

  • Crise institucional e debate político

    Por que alguns governos democráticos têm bom desempenho e outros não? Indaga o cientista político Robert Putman na obra Comunidade e democracia, cujo objetivo é contribuir para a compreensão do modo como as instituições formais influenciam a prática da política e do governo. Disso decorrem outras perguntas: “Mudando-se as instituições, mudam-se também as práticas? O desempenho de uma instituição depende do contexto social, econômico e cultural? Se transplantarmos as instituições democráticas, elas se desenvolverão no novo ambiente, tal como no antigo? Ou será que a qualidade de uma democracia depende da qualidade de seus cidadãos, e portanto cada povo tem o governo que merece?”

  • Saddam e a forca

    Com exceção dos Estados Unidos e da Inglaterra, paladinos da civilização ocidental, parece que todos os outros países condenaram a execução de Saddam Hussein, no último dia do ano que passou.

  • O legado de Kofi Annan

    Deixando o cargo a 1° de janeiro, Kofi Annan recebeu nítido reconhecimento internacional pelo empenho manifestado, nesse decênio, na efetiva construção de uma cultura da paz para o nosso tempo. A última Assembléia Geral já manifestara maciçamente nos seus aplausos o apoio à determinação do Secretário Geral, por um mundo decidido a superar os limites estreitos da soberania nacional. Seu discurso antecedia o de Lula e teve, na seqüência, o do presidente Bush. Compactavam-se, assim, as mensagens contrastantes, entre a busca de um novo Estado de Direito universal e o avanço da hegemonia protagonizada pela potência exclusiva e, sobretudo, pela visão missionária do horizonte político do Salão Oval.

  • A estátua e o gesto

    RIO DE JANEIRO - Não chega a ser um objeto de culto, não pertence a nenhuma religião específica, embora tenha o visual e o nome do fundador de uma delas. Na verdade, é um bloco de cimento rude revestido de pequenas escamas, como as naves espaciais. Um gigante de muitos metros de altura, com os braços abertos, incansavelmente abertos apesar do gesto, não lembra uma cruz, mas um abraço.

  • História de uma luta

    Não deixa de ser a história de um povo que Elisa Lispector conta em seu livro "No exílio". Escritora que foi a irmã mais velha de Clarice Lispector, deixou uma obra diferente, mais ligada à luta do povo e da tradição judaicas pela sua permanência no mundo. Ao chegar a família Lispector ao Brasil, tinha Elisa 9 anos, a irmã do meio, Ethel, 2, e a caçula, Clarice Lispector, dois meses. Foi, assim, Clarice a única a entrar em contato com a língua portuguesa antes do estudo de qualquer outro idioma.

  • O Senado Federal

    Está se tornando enjoativa a leitura das notícias emanadas no Senado Federal. A culpa é de um só membro do Senado. Tenho dito nesta coluna, mais de uma vez, que o Senado Federal foi a cúpula da representação política democrática do Brasil. Salientou-a o querido mestre Afonso de Taunay em seu livro O Senado do Império , cujas páginas não foram mais reproduzidas, a não ser - ainda na Primeira República - por prevalecerem nos seus quadros os egressos do antigo regime. Hoje o Senado é outro, e já se fez amolecar, como estamos vendo nos episódios Renan e Roriz.