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Artigos

 
  • Para uma mulher que é todas as mulheres

    O Globo - (Rio de Janeiro - RJ) em, em 18/01/2004

    Uma semana depois de terminada a feira de livros de Frankfurt de 2003, recebo um telefonema de meu editor da Noruega: os organizadores do concerto a ser realizado para o Prêmio Nobel da Paz, a iraniana Shirin Ebadi, solicitam que eu escreva um texto para o evento.

  • Velhinho em folha

    O Globo - (Rio de Janeiro - RJ) em, em 18/01/2004

    Vai ter reclamação. Sempre tem reclamação, quando me declaro velho. Vem de leitores com mais idade do que eu, que me consideram um infante mal saído dos cueiros e vêem no que digo a insinuação de que já estão mais ou menos com um pé na cova. Nunca pretendi fazer tal sugestão, mas compreendo que reajam dessa forma e até parei de me chamar de velho. Agora, contudo, é oficial, está na lei. Não a li, mas é do conhecimento público que quem tem mais de sessenta atualmente se enquadra na categoria de idoso, ou seja, velho mesmo. Isto quer dizer que sou idoso há três anos e, portanto, se não posso ter-me na conta de veterano, não há como classificar-me de calouro.

  • Os direitos da personalidade

    O Estado de São Paulo (São Paulo), em 17/01/2004

    O novo Código Civil começa proclamando a idéia de pessoa e os direitos da personalidade. Não define o que seja pessoa, que é o indivíduo na sua dimensão ética, enquanto é e enquanto deve ser.

  • Uvas azedas ou amargas

    Jornal do Brasil - (Rio de Janeiro - RJ) em, em 16/01/2004

    A reunião da Cúpula das Américas deixou um saldo insosso. Tanto falaram em fugir da retórica latina que os americanos aderiram a ela. Esse formato nasceu há 15 anos, quando foi fundado, em Acapulco, o Grupo dos Oito, através do qual os principais países da América do Sul e o México se dispuseram a construir uma cúpula para acertar uma política presidencial conjunta, face a problemas como a Nicarágua vir a ser uma nova Cuba.

  • O homem e o boi

    Jornal do Commercio - (Rio de Janeiro - RJ) em, em 15/01/2004

    Luiz Paulo Conde andou passeando pela Galícia e trouxe na bagagem um livro sobre Allariz, pequenina cidade, próxima à fronteira com Portugal, uma região que como toda a península ibérica, sofreu (ou gozou) invasões romanas e árabes, além de abrigar os judeus sefaradistas que não a invadiram mas ali se fixaram após a diáspora.

  • O vil metal

    Tribuna da Imprensa - (Rio de Janeiro - RJ) em, em 14/01/2004

    Já se definiu a "Comédia humana", de Balzac, ao longo de seus noventa e sete romances, como sendo uma narrativa cujos personagens estão sempre na iminência de ganhar ou perder um milhão de francos. É que a filosofia adotada então pelos franceses, depois de um período de terror e depois dos gloriosos, mas devastadores, dias imperiais de Napoleão, levara o país a ingressar numa fase de sua história que veio a se chamar de Restauração e cujo lema foi dado no discurso de um ministro que, diante de uma platéia entusiasmada, aconselhou: "enrichessez-vous!" Esse "enriquecei-vos" foi o lema da França até que o país perdeu a guerra contra a Prússia em 1870.

  • As famosas quem

    O Globo - (Rio de Janeiro - RJ) em, em 11/01/2004

    É domingo e, como em todos os domingos, deverei comparecer ao boteco, item indispensável em minha agenda cultural. Não, não é preciso me de-nunciar como uma ameaça aos bons costumes e à saúde dos que acham que meu exemplo é seguido pela juventude ou mesmo pelos coroas do meu tope. Não só não acredito que meu exemplo seja seguido por ninguém como não estou recomendando que se encha a cara todos os fins de semana, ainda por cima chamando isso de atividade cultural. Já há bastante tempo, para espanto geral (inclusive de um senhor desconhecido que, incrédulo, se dirigiu um dia desses à minha mesa e cheirou minha bebida, aproveitando para fazer uma lavagem nasal e me obrigando a trocar de copo, eis que, talvez preconceituosamente, não bebo lavagem nasal nem minha, quanto mais dos outros), venho tomando porres exclusivos de guaraná, no qual posso me considerar experto (esta palavra existe, escrita desta forma, e só a estou empregando para me exibir mesmo) e creio já reunir qualificações para assumir um emprego de degus-tador numa firma do ramo ou assinar uma coluna para apreciadores.

  • Declaração de princípios

    Folha de S. Paulo (São Paulo - SP) em, em 07/01/2004

    O pior cego, dizem por aí, é aquele que não quer ver. Pior do que esse é quem vê e não entende o que está vendo. É o caso de muita gente, o meu caso, principalmente. Quero ver tudo, a aurora boreal, a queda do Império Romano, Joana D'Arc na fogueira, queimada como uma bruxa, César atravessando o Rubicão e dizendo "alea jacta est", a assinatura da Dieta de Worms e do Edito de Nantes, a tempestade num copo d'água e, se possível, ver também o circo pegar fogo, embora nada lucre nem com o circo nem com o fogo.

  • Perspectiva e teoria do ser

    O Estado de São Paulo (São Paulo), em 03/01/2004

    Segundo Martin Heidegger, por influência de Aristóteles e dos pensadores medievais, os filósofos têm cultivado tão-somente a "teoria dos entes" (Metafísica), e não a "teoria do ser" (Ontologia). Daí a sua idéia de basear esta no Dasein, palavra de múltiplos significados, aceita tanto por Heidegger como por Karl Jaspers, embora com diferente sentido.

  • A boa discriminação

    Jornal do Brasil - (Rio de Janeiro - RJ) em, em 02/01/2004

    Há 200 anos, Toussain Louverture, Jean-Jacques Dessalines e Henri Christophe lideraram um acontecimento inédito na história: uma revolta de escravos que levou à independência do Haiti, o segundo país do Hemisfério Ocidental a livrar-se da condição de colônia, o primeiro país negro independente.

  • O provão foi para o espaço

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 28/12/2003

    Quando nasceu a idéia do "Provão", no Governo passado, houve uma grande resistência. Entidades representativas de alunos e professores protestaram contra a sua implantação, no começo meio precária, exatamente porque não inspirava muita confiança. Autoridades do MEC de então esclareciam: "É só o começo do processo. Vamos completar a metodologia com uma série de outros elementos, como o exame de bibliotecas e laboratórios, para que a avaliação seja adequada."

  • O hábito que faz o monge

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 25/12/2003

    Mania antiga de imitar países mais desenvolvidos, não no que eles têm de bom ou melhor, mas de discutível e absurdo, o Brasil pode adotar o recente decreto do presidente Chirac, que proibiu o uso de símbolos ou vestimentas religiosas nas escolas públicas da França.

  • O natal no Brasil

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 23/12/2003

    Tem o Natal no Brasil, como festa popular, uma tradição de alegria pelo nascimento do Menino, em festejos que foram registrados por estudiosos de nossos costumes que se curvaram sobre o modo de o povo demonstrar seu regozijo nesse período. Entre os autores dessas pesquisas estão Luís da Câmara Cascudo em vários de seus livros, principalmente no "Dicionário do folclore brasileiro", Manuel Quirino em "A Bahia de outrora", Adelino Brandão em "Recortes de folclore", Théo Brandão em "O auto dos caboclinhos" e Sílvio Romero em "Cantos populares do Brasil".

  • O primeiro diploma

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 21/12/2003

    Estamos voltando aos bons tempos em que era possível chorar de verdadeira emoção, numa festa de formatura. Aconteceu em São Paulo, com a presença do ministro Cristovam Buarque (representando o presidente Lula), quando a primeira turma de alfabetizados jovens e adultos formou-se, no Centro Universitário FMU, depois de seis meses de duro trabalho de ensino e aprendizagem.