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Artigos

 
  • Rui em Haia, cem anos

    O Estado de S. Paulo (SP), em 18/11/2007

    A II Conferência de Paz de Haia realizou-se de junho a outubro de 1907. Foi o primeiro grande ensaio da diplomacia multilateral do século 20. Dela participaram 44 países. Entre eles o Brasil, cuja delegação foi chefiada por Rui Barbosa. Em Haia, buscou-se a afirmação do papel positivo da paz na vida internacional. Um dos seus frutos foi a Convenção para a Solução Pacífica dos Conflitos Internacionais, codificadora das normas que regem os bons ofícios, a mediação, as Comissões Internacionais de Inquérito e a Arbitragem Internacional.

  • Fim da turnê

    O Globo (RJ), em 18/11/2007

    Está quase na hora de pegar o avião e, portanto, escrevo ainda de Berlim. Mas, por via das dúvidas, confiro na janela. Sim, lá embaixo estão as boas e velhas Windscheidstrasse e Kantstrasse - é Berlim, sim. Pode parecer maluquice, e talvez seja mesmo, o sujeito não saber bem em que cidade, ou mesmo país, está. Comigo, que sofro de acentuado cretinismo topográfico, é comuníssimo. Fizeram-me circular também por Bruxelas e outros lugares, de maneira que a confusão é natural para mim. Agora tudo me parece um redemoinho de mesas-redondas, palestras, reuniões e entrevistas, nas quais espero não ter envergonhado o Brasil, mas prefiro não procurar opiniões, é mais seguro. De qualquer forma, apresso-me a esclarecer que não viajei às custas do governo ou de qualquer entidade brasileira, fato que não mencionei antes, mas é sempre prudente lembrar. Como à maioria dos leitores, o governo não me dá nada, apesar de todo ano abocanhar uns quatro ou cinco meses dos caraminguás que, nesta vida airada de escritor, ainda consigo catar. E boto as mãos para o céu por não nos cobrarem taxa de respiração, que poderá surgir no futuro e cuja inadimplência talvez venha a ser punida com a instalação de um prendedor de roupas sobre as narinas do infeliz caloteiro, depois de decisão emanada do Ministério da Respiração, a ser criado quando não houver mais empregos para o Nosso Guia dadivar aos companheiros, ou seja, enquanto a vida de todos os componentes da famosa base aliada não estiver arrumada, principal objetivo e finalidade do governo. E a Zelite, por mais que eu reclame, tampouco jamais me deu um vintém furado, é um descalabro.

  • Porque amamos os homens II

    Revista O Globo (RJ), em 18/11/2007

    Desde que publiquei a coluna da semana passada, baseada em uma pesquisa que fiz sobre as razões pelas quais as mulheres nos amam, recebi uma quantidade enorme de comentários (a favor e contra o texto). Decidi, portanto usar mais duas colunas para escutar o que outras mulheres têm a dizer a respeito. Kristen, uma leitora, afirma que não sabemos absolutamente nada a respeito da natureza feminina, e elabora a lista a seguir:

  • Vencendo a dislexia

    Zero Hora (RS), em 17/11/2007

    Um dos episódios mais tocantes deste brilhante e discutido filme que é Tropa de Elite mostra o aspirante Matias diagnosticando o problema de um menino do morro que tem dificuldades de acompanhar as aulas: trata-se de miopia, e o garoto precisa de óculos para continuar freqüentando a escola. A tentativa de ajudá-lo acaba custando a vida do também aspirante Neto, morto por traficantes quando vai entregar os óculos à ONG que tenta fazer alguma coisa pelos moradores da favela. De qualquer modo, Matias, que também é de origem humilde, mostrou a sensibilidade e até a sabedoria que muitas vezes são necessárias para identificar uma situação que não raro funciona como estigma, como veredicto. O normal seria atribuir o problema escolar do garoto a algo como uma "condição inferior", o mesmo raciocínio feito pelo cientista James Watson quando, há poucas semanas, declarou que os negros são congenitamente menos inteligentes do que os brancos. Mas isso é uma coisa injusta - e burra. Nas últimas décadas, tem-se mostrado que o atraso escolar, muitas vezes, está ligado a problemas psicológicos e até orgânicos. Não por outra razão a Organização Mundial da Saúde incluiu, em 1992, na Classificação Internacional de Doenças, os transtornos de aprendizagem, que incluem problemas com a leitura, com o raciocínio matemático e com a expressão escrita. A causa desses transtornos ainda não foi completamente esclarecida. Provavelmente, vários fatores, biológicos, psicológicos e sociais estão presentes. Como exemplo de fatores biológicos temos o déficit de audição - muitas crianças não aprendem porque não ouvem bem - e de visão, como mostrou o filme.

  • Lembrança de Marcantonio

    Jornal do Commercio (PE), em 16/11/2007

    A importância de Marcantonio Vilaça para as artes plásticas brasileiras é muito expressiva. Como galerista que foi, ninguém o suplantou, na década de 90, projetando o nome do Brasil além fronteiras. Possibilitou o reconhecimento universal dos nossos artistas, acreditando no valor da arte e da cultura.

  • Reinvenção da democracia

    Diário de Pernambuco (PE), em 16/11/2007

    A Academia Brasileira de Letras tem de Letras o conceito não exclusivista de Letras literárias para as humanidades. E de humanidades temos tratado nos 110 anos de vida, disto fala melhor ainda a presença dos humanistas na Casa. Humanistas, sociólogos, juristas, economistas, políticos e tantos mais.

  • A questão de Essequibo

    Jornal do Brasil (RJ), em 16/11/2007

    "Para que a Venezuela está se armando?". Esta é pergunta que está na cabeça de cada um de nós e constitui um enigma que ninguém responde nem entende.

  • Palavra de rei

    Jornal do Commercio (RJ), em 16/11/2007

    RIO DE JANEIRO - Até agora não me dei ao respeito de saber o motivo que obrigou o rei da Espanha a mandar Hugo Chávez calar a boca numa reunião de cúpula, dessas que a política internacional promove sistematicamente. Sei apenas, e desde pequeno, que palavra de rei não volta atrás, embora sejam muitas as exceções ao longo da história.

  • Do lado esquerdo

    Extra (RJ), em 16/11/2007

    Os antigos mestres costumavam inventar vários personagens para ajudar seus discípulos a liderarem com o lado mais sombrio e obscuro de suas personalidades. Muitas dessas histórias relacionadas com a criação de personagens terminaram se transformando em famosos e conhecidos contos de fadas. O processo de criação é simples e pode se revelar muito útil: basta colocar todas as suas angústias, seus medos e também suas decepções em um ser invisível, que fica, simbolicamente, do seu lado esquerdo. Esse ser invisível vai funcionar como o grande vilão de sua vida, sempre sugerindo atitudes que você não gostaria nem pensaria em tomar de maneira nenhuma – mas termina tomando. Uma vez criado esse tal personagem, fica muito menos difícil não obedecer seus conselhos e, portanto, privilegiar o lado iluminado da personalidade. É um processo simples. E, justamente por isso, funciona bem.

  • Os sinais de Deus

    Extra (RJ), em 15/11/2007

    Certa vez caminhava com meu mestre e ele dizia: “Olha ali uma bromélia!”. Mas os meus olhos não estavam nem um pouco acostumados ao milagre das coisas pequenas. Tudo que via diante de mim era uma grande confusão de plantas juntas. E nada mais além disso. Aos poucos, com meu mestre, aprendi a educar a minha vista e buscar a planta que eu quero ver. E o mesmo também se passa e acontece com os Sinais de Deus. Só um olho muito bem treinado consegue enxergá-los. “O tolo não vê a mesma árvore que o sábio vê”, falava William Blake.

  • Chávez, da alternativa ao grotesco

    Jornal do Brasil (RJ), em 14/11/2007

    As palavras impacientes do rei Juan Carlos falaram por um sentimento internacional generalizado quando à escalada do ego de Chávez, confundido com a busca da alternativa ao modelo neocapitalista vindo no bojo da hegemonia americana. É só atentar hoje ao coração da América Andina e justamente diante dos governos do Equador ou da Bolívia para se sentir o empenho de procura da diferença dentro do confronto com a dominação americana e a realpolitk com que continuará nos próximos anos.

  • Vida, asas e raízes

    Extra (RJ), em 14/11/2007

    “Bendito aquele que consegue dar aos seus filhos asas e raízes”, diz um provérbio. Precisamos das raízes: existe um lugar no mundo onde nascemos, aprendemos uma língua. Em um dado momento, passamos a ser responsáveis por este lugar. Precisamos das asas que nos mostram os horizontes sem fim da imaginação, nos levam até nossos sonhos, nos conduzem a lugares distantes. São as asas que nos permitem conhecer as raízes de nossos semelhantes. E aprender com eles.

  • A força do hábito

    Folha de S. Paulo (SP), em 13/11/2007

    RIO DE JANEIRO - Já lembrei dois episódios sobre as conseqüências de se falar muito sobre determinada coisa. O primeiro é trecho do "Tartarin de Tarrascon", romance de Alphonse Daudet. Tartarin ameaçava ir caçar leões na África, comprou equipamento especial, armas, tenda de campanha, mapas, marcou várias datas para a partida.