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Artigos

 
  • Continente e conteúdo

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 06/06/2005

    Uma frase pronunciada pelo presidente Lula durante um jantar na embaixada do Brasil em Tóquio quase provocou outra tensão diplomática entre Brasil e Argentina. O principal jornal do país vizinho, o "Clarín", reproduziu informações da coluna do jornalista Fernando Rodrigues, na Folha, de que o presidente brasileiro disse a interlocutores que "temos de ter saco para aturar a Argentina". A frase, entretanto, foi traduzida pelo diário como "hay que tener bolas para bancar a los argentinos", o que pode ser interpretado não no sentido que tem a expressão em português, de ter paciência, mas sim algo parecido com "temos de ser machos para agüentar os argentinos". Folha Brasil, 31.05.2005 

  • Casos à parte

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 06/06/2005

    Entendendo cada vez menos de política, tampouco compreendendo a vida pública, não posso responder aos leitores que me cobram um comentário sobre a crise provocada por mais um escândalo que motivou a criação de uma CPI.

  • A gíria que está na moda

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 05/06/2005

    Muitos jornais repetiram a frase de Fernando Henrique Cardoso: "O PT está mais bêbado do que peru na véspera de Carnaval." Eu sabia que, em nossa terra, costuma-se embebedar o peru na véspera de Natal, mas o ex-presidente, que pensa que pode tudo, mudou a época. Recebeu críticas de todo lado. Abstraindo-se o fato de ser ex-presidente, o que exige um certo recato na linguagem, FHC valeu-se de um lugar comum para exagerar no ataque ao partido adversário. Teria utilizado gíria?

  • Sentença e piada

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 05/06/2005

    A juíza que, recentemente, tentou tornar inelegível o casal Garotinho, na semana passada teve sua sentença suspensa por instância superior. Sem entrar no mérito da questão, critiquei por duas vezes, aqui neste pé de página, o tom panfletário que ela imprimiu à sua decisão, extrapolando sua função de magistrado, emitindo comentários que ficariam adequados num artigo de jornal, numa mesa-redonda de rádio ou de TV, numa carta de leitor, num discurso em qualquer comício eleitoral.

  • Que elites, cara pálida

    O Globo (Rio de Janeiro), em 05/06/2005

    Hoje eu não ia falar do governo. Tem gente, acho que a maioria, que não acredita, mas a verdade é que não gosto de ficar falando mal do governo, como, aliás, já disse em outras ocasiões. Não só me lembra meu votinho de otário, dado a um partido que acreditava diferente dos demais, como é chato pegar no pé dos homens o tempo todo, ainda mais em nosso querido Brasil, onde nos acostumamos a que tudo tenha por trás armação ou mutreta. Já me acusaram de envolvimento com não sei quantos esquemas, que nem consigo entender direito, tamanha a complicação. O ouro de Moscou, do qual peguei muito para penhorar na Caixa Econômica lá na Bahia (vinha em saquinhos com cifrões impressos, como nas histórias em quadrinhos, se bem me lembro), infelizmente não mais complementa meu modesto orçamento de agente das forças do Mal e das ideologias exóticas. Os dólares manchados de sangue provenientes de Wall Street tampouco têm pintado. Enfim, é uma situação bastante apertada para nós, os que enganam o povo por dinheiro e poder.

  • Coisas que acontecem

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 04/06/2005

    Não é para bagunçar o coreto da história, mas já me garantiram que quem está sepultado no Memorial JK, em Brasília, não é o ex-presidente, mas um indigente anônimo. Não chega a ser novidade. Outras fontes afirmam que Napoleão não está em Paris, naquela suntuosa tumba que ergueram para ele. Ali repousa, esperando a ressurreição dos mortos, um sargento inglês que integrava o grupo de Hudson Lowe, o responsável pela guarda do prisioneiro na ilha de Santa Helena.

  • A outra América Latina

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 03/06/2005

    Ninguém discutirá que o maior trunfo até agora do Governo Lula é o do novo protagonismo internacional do Brasil. Largou-se, de vez do Prata, empolgou a América do Sul, chega até à mediação das Farc, contém e apóia Chavez, e se lança ao maior desdobramento intercontinental. Mas fica fora de tudo isso o México e este novo portento que, na prática, criou uma condição cada vez mais bipolar - senão contraditória - nesta latinidade do novo mundo. Tem demorado o contato do presidente com esta Norte-América talvez a esperar a mudança do Governo Fox, e a eventualidade de que seu amigo de décadas, Cuauhtémoc Cárdenas, represente um outro caminho entre o PRI e o liberalismo de Salinas, herdado pelo atual regime. Ou que dependa o futuro do avanço do prefeito da megalópole, López Obrador, figura também a ganhar uma outra dimensão de identidade e mobilização que a do populismo ou das máquinas de poder em que se cristalizou a enorme força sindical do país.

  • Novas revelações sobre o regime militar

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/06/2005

    Correspondente do "Washington Post" no Chile entre 1972 e 1978, John Dinges acaba de lançar "Os Anos do Condor - Uma Década de Terrorismo Internacional no Cone Sul", cuja tradução foi recém-lançada no Brasil. Além da experiência pessoal no próprio olho do furacão, Dinges teve acesso a documentos tornados públicos durante o governo de Bill Clinton (1993-2001).

  • Um pouco de nostalgia

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 03/06/2005

    Neste ano , há uma concentração de invocações com algumas saudades que julgávamos mortas. É este ano de 2005 o centenário de Aliomar Baleeiro, de Adauto Lúcio Cardoso e de Afonso Arinos de Melo Franco. Afonso, marco poderoso da inteligência brasileira, visitou todos os campos do conhecimento. Mas evoco o Afonso Arinos, meu mestre e amigo, o parlamentar, aquele que, num discurso memorável e eterno, precipitou o fim do governo Vargas. E também aquele que, ao saber que Getúlio se matara, chorou e encheu-se de remorso. Falava como se desse aulas de saber, de espírito público, de dignidade.

  • Submissão ao MST

    Diário do Comércio (São Paulo), em 03/06/2005

    O MST ficou conhecido pelo desrespeito à Lei Magna do país, a Constituição de 88, do que pelo programa de reforma agrária. Suas escolas, sobretudo a última, dedicada a antigo professor da USP, e o culto de Che Guevara, mais a violência do campo, com a participação de urbanos até na indumentária, fez a sua figura para a opinião pública.

  • A política externa e o Mercosul

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 02/06/2005

    "Nossa experiência cotidiana mostra que o setor das decisões políticas mais afastado do debate público, que caracteriza as democracias, é o dos assuntos internacionais. A política externa é mantida como esfera reservada ao Poder Executivo, de fato, se não de direito...", observava Norberto Bobbio, em "Três Ensaios Sobre a Democracia". Afortunadamente, a discussão da política externa já está há muito inserida na agenda da sociedade brasileira, mormente os temas que envolvem nossa circunstância.

  • A fonte e a traição

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 02/06/2005

    Aproveita-se a traição, mas despreza-se o traidor. O ditado é antigo, do tempo das cavernas, mas será sempre atual. É o caso de W. Mark Felt, ex-agente do FBI, que agora assumiu ser o Garganta Profunda, informante principal da dupla de jornalistas do "Washington Post", responsável pela série de reportagens sobre o caso Watergate, que provocaria a renúncia do ex-presidente Richard Nixon, em 1972.

  • As feiras livres

    Diário do Comércio (São Paulo), em 02/06/2005

    Li num de nossos periódicos cotidianos cartas de leitores, uns defendendo e outros acusando as feiras livres. Os primeiros, de que são úteis aos consumidores e os segundos que atrapalham a já caótica cidade de São Paulo de Piratininga.

  • O letárgico fascínio de Lula

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 01/06/2005

    A permanência do capital político de Lula independe dos anticlimaxes, da falta de resultados concretos, e até mesmo de novas idéias-força para manter a expectativa eleitoral. A convicção se arraigou nesta quase que inexpugnabilidade do apoio ao presidente, já claramente vertido para toda probabilidade de ganho nas próximas eleições. O vai-e-vem da nova e possível comissão de apuro das fraudes nos Correios, na verdade, não abala esta convicção de fundo.