
A alternativa
Lulistas radicais começam a armar a teoria da conspiração das elites contra o governo do PT inconformadas com a subida ao poder de um operário, um homem saído das camadas mais pobres da população.
Lulistas radicais começam a armar a teoria da conspiração das elites contra o governo do PT inconformadas com a subida ao poder de um operário, um homem saído das camadas mais pobres da população.
Poucas vezes a viabilidade de um encontro como o do Ano França-Brasil, no plano da educação superior, permitiu uma abertura tão larga de experiências e visão prospectiva entre os campi dos dois países. Sob o patrocínio da Sorbonne III e o entusiasmo de seu presidente, Bernard Bosredon, o lingüista que hoje se volta, repetidamente, sobre o nosso país, o "Grand Salon" ouviu não menos que uma dúzia de nossos reitores, a marcar toda diversidade da atual oferta do ensino superior do País. Em sintonia com seus homólogos franceses - que devemos ao trabalho e ao denodo de Martine Dorance e René Lestienne -, percebeu-se a vastidão do interesse e, sobretudo, das engrenagens e do trabalho a seguir, que tornaram os encontros de 27 e 28 de junho muito mais que uma prestação de contas e um sucesso retórico. Mesmo porque, ao lado das exposições estritamente acadêmicas, o empenho do reitor Paulo Alcântara permitiu os encontros de Paris e Marselha, e a agenda densa da cooperação tecnológica, assentada sobre a estratégia-chave: a criação das redes - como bem salientou o reitor Melfi, da USP - que asseguram o entrelaçamento entre o campus e o sistema empresarial.
Carlos Lacerda , em famoso discurso, ao tempo em que os discursos ainda tinham nomes, com o título de "Corrida dos Touros Embolados", falou sobre a arte do debate no Parlamento. Dizia ele que, em tempos de paixão e crise, todos eram possuídos do desejo de brilhar e, então, passavam ao exercício de fingir. Depois de esgotar o tema, virou-se para os adversários que o atacavam com rudeza e afirmou: "Aqui até o ódio é fingido".
Aos 22 anos, Aparecida Menezes era uma jovem mais feia do que bonita, mas todos concordavam que ainda valia a pena. Tanto valia a pena que um coletor federal de 62 anos, confessando que perdera a cabeça, deixou mulher e prole em Madureira e fugiu com Aparecida para Cabo Frio, que era então uma cidade quase deserta.
Essa Operação Narciso foi executada aparentemente sem preparação. Por que o grande número de policiais para invadir uma casa comercial de luxo, cujos preços interessam somente aos seus clientes? Para evitar, supostamente, a evasão de divisas? Para mostrar que não há privilégios, quando sabemos que os há, de fortuna e posição social ou política? Nenhuma dessas razões fica de pé. Alguém, um curioso qualquer, um estranho ao meio social, que deseja a sua extinção, uma utopia, como sabemos? Qual o resultado prático e próximo da bulhenta Operação? O resultado da expedição policial foi insignificante e, certamente, não abalou o prestigio da casa de luxo da burguesia paulista, dos Jardins e do Morumbi.Não conheço a Sra. Eliana Tranchesi. Minha falecida mulher não era sua cliente, por ser cliente dos costureiros franceses. Mas, pelo nome, integrou a família do professor Tranchesi, já falecido, ao qual Paulo Maluf deu o nome de um viaduto que abreviou a ligação entre duas partes da Bela Vista.
Depois da tentativa do governo FHC de impor à nação um pensamento único, tendo como núcleo o neoliberalismo e a globalização, temos agora não um pensamento, mas um assunto único: a corrupção, em suas diversas manifestações, mas todas centradas num único eixo, que é o do financiamento das campanhas eleitorais.
O trabalho da historiadora Maria Celina d’Araújo é plausível. O leitor que dele tomar conhecimento vai ficar informado, mais do que já é pela mídia, de todos os escaninhos do poder, ao menos dos últimos anos, a partir de Getúlio Vargas. E da carta de testamento, que Victor Costa me disse que não era dele, mas de um jornalista amigo de Perón, dono ou diretor, apenas, de um jornal no Rio de Janeiro. Os demais sabiam, muito, até com detalhes.
O que significam para uma virada de página frente à nossa corrupção sistemática, as gargalhadas e os tapinhas nas costas, o tutta buona gente em que terminaram as dez horas da vociferação anunciada de Roberto Jefferson, entre seus hematomas e rangeres de dentes? A catarse pedida por mais uma erupção do óbvio em nossa vida parlamentar? O anticlímax, até antes do tempo, ou já, de fato, a exaustão da farsa periódica, em que o país das clientelas se exorciza de seu fantasma camarada? Modernizou-se a corrupção, ou mudou o Brasil? O erro do PT, agora inescapável, é o de ter-se seduzido pelo imediatismo do sucesso, aceitando a realpolitik apertando o nariz para consolidar as suas maiorias parlamentares. Do corpo a corpo suarento para entrega dos cargos passou à compra segura dos votos no mensalão, à distância, da mala de Marcos Valério.
Cada dia para Clarice era um fardo cheio de esperança. Bastava tomar café, comer, saber de alguma boa intriga ou peripécia, para lhe nascer uma réstia de ilusão. Logo, porém, os olhos verdes, aflitos e intensos, pareciam transmitir a mensagem: tudo que vejo nesta sala me é familiar e monótono. Será que a vida não pode se renovar ao menos para surpreender-me?
Em século passado, quando eu era menino, ficava espantado nas aulas de catecismo. Não me interessava a leitura, mas as gravuras. E todos os homens ali eram barbudos. Nem Deus-Padre escapava. Era um barbudo como os outros, no centro de um triângulo luminoso, que, mais tarde, virou caixinha de fósforo da marca "Fiat lux!"
Essa invenção do PT merece ir para a História. Que me conste, todos os ministros, os secretários, segundo o país, nunca foram monitorados.
Há 91 anos eram postos nas livrarias de Paris os primeiros exemplares de "Du côte de Chez Swann", primeira parte de "A la recherche du temps perdu". Exatamente em 14 de novembro de 1913, Proust via realizado seu sonho, embora houvesse tido de financiar a edição do livro que fora recusado pelo "Figaro" em 1910 e por Fasquelle, pela "Nouvelle revue française" e pelo editor Ollendoff em 1912 e começos de 13. Afinal, Bernard Grasmet aceitou publicá-lo, o autor pagando.
Devemos lamentar o recente atentado terrorista em Londres, mas, no ponto a que chegamos, não deveria haver surpresa. Foi um crime mais do que anunciado, na seqüência de outros já cometidos pelo terror e de outros que ainda serão cometidos. Desde o 11 de Setembro, vivemos uma guerra -não fria, como a outra, que terminou com a queda do Muro de Berlim.
Na sua fala à nação, o presidente da República fez essa afirmação. Temos, portanto, o direito de perguntar: porque não os puniu, ou estava tão desligado da realidade brasiliense que não sabia?
Acampamentos para jovens obesos se propagam nos EUA: por US$ 7.500, instituições prometem amparo emocional e reeducação alimentar. Folha Mundo, 3.07.2005