
A família moderna num boteco do Leblon
Hoje eu saio antes das três, tenho de voltar cedo pro receio do lar. O negócio agora lá tá complicado, o esquema do fim de semana mudou.
Hoje eu saio antes das três, tenho de voltar cedo pro receio do lar. O negócio agora lá tá complicado, o esquema do fim de semana mudou.
OS DOIS SÃO A MESMA PESSOA: Albert Einstein, capaz de enxergar muito além do seu tempo, desenvolver uma teoria que revolucionou o mundo e o pensamento filosófico. Por outro lado, era alguém que, mesmo sabendo que a maior parte dos fenômenos físicos pode ser explicada, entendeu que não podia compreender tudo. Deixou seu coração e sua mente abertos, reverenciando também as coisas que não podia pôr em equações matemáticas. Einstein não era um homem religioso no sentido tradicional, mas tinha um profundo respeito pela vida e pelo ser humano. Hoje, quando as pessoas têm explicações para tudo e ridicularizam qualquer tema que não se enquadre dentro do pequeno universo que criaram, vale a pena relembrar algumas das palavras do maior e mais importante cientista do século XX.
Não houve surpresa, mas não houve alegria, com a eleição de Joseph Ratzinger para substituir João Paulo 2º. Falando em termos profanos, meramente políticos, ao cardeal alemão foram creditadas todas as restrições que marcaram o pontificado mais carismático da história.Na realidade, Ratzinger já era mais do que uma eminência parda de Wojtyla, mas um vice-papa, cuja influência cresceu sobretudo nos últimos anos de João Paulo 2º. Nesse particular, sua eleição poderia lembrar a de Eugenio Pacelli, em 1939, para suceder a Pio 11. Desde a rapidez com que os dois foram eleitos como no escancarado favoritismo entre os cardeais daquele tempo.
Todos os encontros, os abraços e os perdões da Praça de São Pedro ainda abafam, pelo seu portento, a implacabilidade do day after. Mais do que apenas atentar ao quanto perdurará o desarme instantâneo ou a sua figuração diante da lógica implacável da ''civilização do medo'' avultada sobre os meros imperativos da geopolítica de sempre, e da eternidade da realpolitik. Paralelamente ao velório do Pontífice realizou-se encontro inédito em Paris de protagonistas do dito ''eixo do mal'', ou de lutadores pela lucidez internacional a tentar, sem retórica nem cinismo, falar, de fato, de um diálogo aberto após o reforço da posição americana para um Bush-bis, apoiado na avalanche torrencial de sua votação. E como falar com este Ocidente empedernido atrás da cruzada, ou da transformação da luta antiterrorista em guerra perpétua, a chegar a alvo de suspeita sobre populações como as marcadas por Islão. Bouterflika, da Argélia, insistiu no debate sobre esta ilação implícita, chegada ao inconsciente das populações do Ocidente, em transpor a ameaça onipresente da Al-Qaeda e o antagonismo larvar, senão suspeição crescente com o mundo islâmico.
Octavio de Faria nasceu no Rio de Janeiro em 15 de outubro de 1908 e morreu na mesma cidade, em 17 de outubro de 1980. O ensaísta de Maquiavel e o Brasil (1931), que depois escreveu Dois poetas: Augusto Frederico Schmidt e Vinicius de Moraes (1935), é o mesmo romancista de A tragédia burguesa, espécie de Inferno, da Divina Comédia Brasileira pela amplitude e o incrível fôlego na criação de personagens, como um Balzac dos trópicos.
Segundo a Teoria Tridimensional do Direito, tal como a venho expondo em vários livros, notadamente na 5ª edição do que tem aquele título (Editora Saraiva, 1994), a experiência jurídica é constituída por um processo dinâmico e concreto de modelos normativos, os quais representam a integração de fatos sociais segundo múltiplos valores.
Segundo a Teoria Tridimensional do Direito, tal como a venho expondo em vários livros, notadamente na 5ª edição do que tem aquele título (Editora Saraiva, 1994), a experiência jurídica é constituída por um processo dinâmico e concreto de modelos normativos, os quais representam a integração de fatos sociais segundo múltiplos valores.
As entradas em campanha dos partidos para a eleição municipal só fizeram referendar a sensação clara da prática desaparição do populismo, tal como encarnado por Leonel Brizola frente às próximas urnas. Fica a marca enorme do herói, da personalidade de que não se poderá apartar toda luta pela redemocratização do País já marcada, nos seus pródomos, pela dificuldade de acesso de Jango à Presidência, quando da renúncia de Jânio. Todas as manifestações do choque nacional com a morte quase instantânea deste nosso vulto tutelar põem em causa a expressão objetiva, ponderável de sua herança. É como se Brizola tivesse sobrevivido ao que representasse a força de sua pregação e de seu poder de mobilizar uma esquerda brasileira. Isolou-se no correr do Governo Lula na primeira ruptura contundente com o Planalto, repetida no recado amargo e irredutível de seu artigo semanal, no canto de página de nossos periódicos.
Na Áustria, em Salzburgo, cidade onde nasceu Mozart, capital da música, reuniu-se o Conselho Mundial de ex-presidentes e chefes de governo, do qual faço parte, para discutir os problemas da atualidade, objeto de análise e de reflexão em todos os fóruns.
Quem dispõe de um cofre com dinheiro, do qual deve prestar contas, mas com a contabilidade camarada, dessas que ajeitam a receita para corresponder à despesa, embora a segunda seja muito maior do que a primeira, precisa de atenção. É o que se passa no Brasil de nossos dias, com o governo de iniciantes, que fazem tudo o que o mestre mandar, e o mestre, no caso, é o presidente Lula, com seus colaboradores mais próximos, prontos a ajudá-lo no que for preciso.
Não sei se merecem ser eleitos, mas devem estar merecendo alguma coisa, ou aqui mesmo, neste mundo de Deus, ou no próprio reino de Deus, que tem fama de ser melhor do que o primeiro. Li as andanças dos candidatos no último domingo, dia do Senhor, e todos, pelo menos os do Rio e de São Paulo, cumpriram a maratona eleitoral que incluiu visitas a igrejas de diferentes credos, cada qual vendendo o seu peixe e comprando a benevolência dos eleitores.
O homem começou a falar em verso, não em prosa. Suas frases iniciais eram curtas, cadenciadas, muitas vezes repetindo sons e criando, com isto, a rima. Até hoje, grande parte de pensamentos adota o verso. Provérbios e anexins condensam filosofias e deles já se fizeram dicionários. A fala em prosa viria mais tarde quando conjuntos de palavras foram levadas a explicar tudo e o homem precisou de uma lógica para lidar com o dia-a-dia.
Há uma história popular que é bem elucidada. Quando, numa cidade do interior, foi feita empiricamente uma pesquisa sobre a popularidade do seu prefeito, um sábio local manifestou a sua opinião: aqui a população está bem dividida. Metade acha que ele é um prefeito medíocre, a outra metade acha que ele é um medíocre prefeito.
Não tenho paciência bastante para acompanhar os lances de nossa vida pública, que pessoalmente considero sacais, mas por dever de ofício sou obrigado a tomar conhecimento de alguns deles. Mau observador, desinformado como sempre, volta e meia me espanto com o nosso esforçado presidente, a quem admiro de longa data, desejando-lhe tudo de bom, da mesma forma como ele deseja tudo de bom para todos nós.
Sei que vocês pensam que fico pegando no pé do governo, mas não fico. Aliás, às vezes fico, têm razão. Agora mesmo estou pegando. Mas tenho minhas razões, ou desculpas, como queiram, pois não desejo melindrar leitores petistas, dos light aos religiosos (estes eu sei que andam com uma raiva de mim danada e alguns, se me encontrarem, me darão as costas ou me cumprimentarão gelidamente). Em primeiro lugar, dar penada sobre o governo é minha obrigação. E, de certa forma, de todo cidadão, mas ser jornalista me leva a cumpri-la escrevendo aqui. Cada um se manifesta como pode e, claro, não uso este espaço para defender interesses pessoais, apesar de alguns que acato me afetarem também, o que não dá para evitar, pois sou apenas um entre milhões e minha vida é mais ou menos como a de muita gente. Ao pegar no pé do governo, tenho certeza de que estou - e me dizem muito isto na rua - veiculando o que inúmeros outros também pensam, pelo menos em linhas gerais.