
Ainda botamos fé
Não se pode negar que o empate contra o México repercutiu mal em Itaparica, com as habituais exceções. Por exemplo, Gonçalinho Bode, que ninguém leva nem a pescaria na contracosta, porque, quando ele está presente, só se fisga baiacu, achou o resultado bom, conquanto não tenha assistido ao jogo, por não ter tevê e por ser sempre convidado a retirar-se do recinto assim que o time adversário pega na bola. Há muitos anos, dizem que Ary de Maninha iniciou um movimento para naturalizá-lo argentino, mas alguém dedurou o esquema e a Argentina decretou emergência nacional e fechou as fronteiras, portos e aeroportos. Merece também menção o caso singular de Tonho Profeta, assim alcunhado porque, aconteça o que acontecer, ele sempre aparece no Bar de Espanha pouco depois e, quando alguém menciona o ocorrido, estica o indicador e fala “eu não disse?” Pois é, ele também disse que o jogo ia empatar e ficou contente, embora se deva reconhecer que qualquer outro resultado teria efeito igual, Tonho nunca falhou. E sei que isto é uma digressão talvez condenável, mas não resisto a lembrar a ocasião em que pediram a Tonho para prever o resultado de um Ba-Vi.