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Artigos

 
  • Além do desastre

    RIO DE JANEIRO - À margem do acidente de anteontem com o avião da TAM, cujas causas seguirão a rotina de sempre e demorarão a serem esclarecidas, faço duas considerações de leigo na matéria, mas usuário freqüente do transporte aéreo. Desde já estão abertas duas vertentes que irão tumultuar a apuração do caso.

  • Sangrando e fedendo

    RIO DE JANEIRO - Não foi a imprensa que diagnosticou tão radicalmente a crise atravessada pelo Senado. Foram alguns de seus membros, que estão sofrendo o constrangimento de serem senadores num momento em que dois deles estão sendo acusados não apenas de falta de decoro mas de improbidade.

  • O coaxar das rãs

    RIO DE JANEIRO - Animal urbano, sempre ouvi falar em coaxar de rãs, mas nunca soube exatamente o que era isso. Até que li, num jornal aqui do Rio, uma referência ao "coaxar de rãs" a propósito das críticas que estão sendo feitas, ao Rio em geral e ao carioca, em particular, por conta do Cristo Redentor, que foi considerado uma das sete maravilhas do mundo.

  • Esperança, iluminação

    Estou viajando de carro pela França com Moebius, um dos mais famosos desenhistas de quadrinhos do mundo e responsável pelas ilustrações de “O alquimista”. Chove, e ele aproveita para desenhar nos vidros embaçados. “Em certas ocasiões”, começa a dizer Moebius, “o pessimismo pode ser uma grande força de transformação. De tanto enxergar o lado escuro da vida, as pessoas acabam no fundo do poço. Mas, no meio da escuridão total, algo de tranqüilizador acontece a elas”. E ele continua: “Já que as pessoas sabem que não podem descer para baixo, só lhes resta uma alternativa: começar a subir de volta. Então os valores mudam, a esperança renasce e o caminho de volta é feito com sabedoria”. Creio que é um processo em que os riscos envolvidos são exatamente grandes. Se vislumbrarmos a luz, é melhor largar tudo e segui-la. Mas Moebius pensa diferente, e eu resolvi registrar sua opinião aqui.

  • A oração da água

    Os monges sufis costumam manter o olhar fixo numa poça d’água, para rezar “a prece do olhar fixo”. Ela se divide em cinco etapas: a) agradecer a Deus por estarmos rezando; b) pedir que Ele nos mostre o melhor caminho a seguir; c) fazer revisão do dia anterior, procurando ver os momentos em que Deus quis se revelar; d) pedir perdão por não tê-lo reconhecido; e) fazer um ato de fé, dizendo que estaremos atentos a Sua presença. O olhar fica fixo na água por cinco minutos. Surgem imagens. O Espírito Santo, então, nos mostra o caminho e nos ajuda a percorrê-lo.

  • Ligação com o belo

    Certa vez, conversava com um cantor de ópera sobre a necessidade que o homem tem de compreender a si mesmo. Passamos perto de uma pequena passarela e ele disse: “Existe quem é capaz de construir pontes entre os seres humanos. Quando estou no palco, um laço fino, mas forte, me permite mostrar a poesia de quem escreveu as árias. A beleza nos ajuda a ficar perto de Deus. Ela pode não ter a força de uma ponte, mas tem a utilidade de uma passarela que, mesmo aparentemente frágil, cumpre sua missão de transportar os homens sobre águas turbulentas”.

  • A morte do briguento

    Quando passei pelo Palácio dos Bandeirantes, assisti Antonio Carlos Magalhães provocar uma mudança no temperamento do governador Paulo Maluf e no de seus auxiliares. Maluf havia oferecido uma ambulância para um município baiano, fato que irritou profundamente Antonio Carlos Magalhães, o governador. Paulo Maluf me deu para ler e responder o telegrama que o governador baiano lhe enviara em resposta à sua intromissão nos negócios da Bahia. Deu trabalho o telegrama, pois era preciso "tirar o corpo" da responsabilidade no oferecimento da ambulância, transferindo-a para a insistência do prefeito baiano. Um ato de inocência que passaria em branco, não fosse a cólera do governador. Ficou a imagem de ACM como um homem de pouca conversa e de muita ação, de preferência violenta, ainda que verbal.