
O seqüestro das galinhas
Grupo armado rouba galinhas em Ituverava. Seis homens encapuzados, armados com um revólver, roubaram todas as 50 galinhas do sítio Serra Azul.
Grupo armado rouba galinhas em Ituverava. Seis homens encapuzados, armados com um revólver, roubaram todas as 50 galinhas do sítio Serra Azul.
A educação, que geralmente é confundida com ensino, sobretudo aqui no Brasil, nunca foi lá essas coisas entre nós, sendo que o ensino consegue ser pior ainda. Reúne-se 30, 40 alunos numa sala combalida, quase sórdida; durante três, três horas e meia, um professor mal remunerado ensina a correta colocação dos pronomes oblíquos, o nome dos rios da margem esquerda do Amazonas e a data da proclamação da República. Manda os alunos fazerem o dever de casa. Grande parte deles nem tem casa para fazer o dever.
A rua 25 de Março não tem similar em nenhuma capital do mundo, nem mesmo a Garment Street de Nova York pode lhe ser comparada. Nem de longe. Na 25 de Março operosas coletividades de sírios, libaneses, egípcios, turcos e outras etnias realizaram a façanha extraordinária de fazer funcionar o maior souck ou shopping center, ou grande armazém, onde milhões de pessoas periodicamente se abastecem de tecidos de várias qualidades e vários preços. Pois esse universo comercial grandioso foi abalado recentemente por dois episódios violentos, um deles pela explosão de bomba de manufatura doméstica e o outro pelos tiros que levaram à morte um camelô, um transeunte e feriram um policial.
A direção do PT declarou que o partido irá processar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por considerar injuriosas, caluniosas e difamatórias suas recentes afirmações a respeito da ''ética do roubo'' daquele partido. Esse propósito ainda não foi realizado, na ocasião em que escrevo este artigo e, provavelmente, nunca será efetivado. Com efeito, nada será mais insensato, por parte do PT, do que mover a ameaçada ação e, por outro lado, nada seria mais salutar, para o país, de que essa ação fosse efetivamente ajuizada. Disto deverão se dar conta os advogados do PT, o que me leva à suposição precedentemente enunciada.
Dois livros -"Olavo Bilac" e "Um Século de Poesia" (antologia poética de Augusto Frederico Schmidt) - nos dão conta de que, muitas vezes, é preferível revisitar as jóias do passado do que garimpar as medíocres bijuterias que nos oferece a modernidade tardia.
Impossível não ser marcada por um livro, lido aos 20 anos, que começa assim: "O único problema filosófico realmente sério é o do suicídio. Decidir se a vida vale ou não vale a pena de ser vivida".
Procuramos identificar o aluno ideal. Sempre fica faltando alguma característica. Com o professor é a mesma coisa. Podemos, na modernidade, chegar ao mestre quase ideal, sobretudo a partir da realidade de que a escola mudou. E mudará sempre.
Não se deve brincar com coisas sérias - é um conselho que vem rolando desde o início dos séculos. Motivo mais do que suficiente para não levá-lo a sério, por mais séria que a coisa seja. Essa mania de abandonar crianças, muitas vezes indo além do simples abandono, mas ao crime de morte, está provocando indignação e, ao mesmo tempo, uma louvável solidariedade, com vários casais habilitando-se a ficar com os enjeitados.
De tempos em tempos, gosto de citar Vespasiano, o imperador romano que se tornou notável, entre outras coisas típicas dos poderosos do mundo, porque taxou as latrinas de Roma. Seu filho achou que ele exagerava, foi reclamar e ouviu a famosa resposta: dinheiro não fede -"pecúnia no olet".
De repente, e não mais que de repente - e da Dinamarca - sai-se para a mais inesperada das pioras no conflito Ocidente-Islão. Não bastasse a derrubada das Torres, a invasão do Iraque, chega agora o Hamas, por irrepreensível maioria democrática, ao comando da Autoridade Palestina e à jura pela derrubada de Israel. Não mais que de repente, irrompe a dita blasfêmia contra o Profeta, após a nitidez com que Bush, no discurso sobre o Estado da União manteve os pressupostos da "civilização do medo", diante do ano novo prometido por Bin Laden. O saudita oferece, por uma vez, um Tratado de Tordesilhas à Casa Branca. Troca a saída da Cabul e do Iraque por uma tranqüilidade a perder de vista para um Ocidente reentrado nas suas fronteiras.
No Brasil , fazem-se tantas leis que não temos lei nenhuma. Forjou-se até uma expressão de que "há lei que pega e há lei que não pega". É impossível que haja algum jurista que saiba o que a lei em nosso país proíbe e não proíbe, faz e desfaz. Pior ainda, a lei, que é feita para regular as relações com a sociedade, não permite que ninguém saiba o que a lei obriga ou desobriga ou que regula ou não regula. O que existe é um grande caos. Basta ver que, nos nossos textos legislativos, os artigos mais importantes são aqueles que remetem a outros artigos de outras leis, que por sua vez falam de outros dispositivos de outras leis, as que são revogadas e as que permanecem em vigor.
Ninguém me contou. Vi documentário produzido por grupo norte-americano e inglês sobre a invasão do Iraque durante os momentos iniciais, que foram iguais na truculência e na falta de sentido aos de qualquer outra guerra convencional, onde há um invasor e um invadido. Gigantesco avião, desses capazes de transportar Estados-Maiores, tanques, lanchas, peças de artilharia pesada e, evidentemente, bombas de imenso poder destrutivo.
A massa de leitores é, por natureza, heterogênea e conflitante entre si. Ao contrário de outros produtos industriais ou comerciais, a leitura dos jornais não chega a ser item indispensável, como o arroz ou o feijão. Mesmo no caso do arroz e do feijão, são infinitas as variedades servidas na mesa do brasileiro, há diversos tipos de arroz e de feijão (preto, manteiga, mulatinho etc.) e também são infinitas as maneiras de prepará-los, desde a feijoada, no caso do feijão, ao risoto de frango, no caso do arroz.