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Artigos

 
  • De idéias e dentes

    Leio o título de matéria publicada em jornais: "FHC acusa Lula de ser mais conservador do que ele". Não é caso para entrar no mérito da questão, no chamado julgamento de valor, que se resume em estabelecer o grau de quanto um e outro são conservadores.

  • A moeda e a expressão

    Na edição de ontem, a Folha publicou a tradução de um artigo intitulado "Liberdade de expressão, moeda inegociável", de Theodore Dalrymple, psiquiatra e escritor inglês, que escreve no "City Journal", de Nova York. Fiando-me na tradução da sempre competente Clara Allain, considerei o artigo confuso, entre o óbvio e o equivocado. Sem falar no título, total e intrinsecamente infeliz.

  • Eva era uma sereia

    Já se ouve o gargarejo das cuícas e a Globeleza desapareceu da tela. O que aconteceu? Dizem-me que foi o tempo. Ficaram só as fitas, as fitinhas e a saudade de seu samba no pé.

  • Favas contadas e recontadas

    É raro o dia em que, ao abrir a caixa eletrônica, não encontre, ao lado de esculhambações diversas e merecidas, o pedido de gente aflita, recorrendo ao cronista em busca de uma solução para as coisas que estão acontecendo no Brasil e no mundo.

  • O choque das civilizações

     Li há uns dois ou três anos, não me lembro bem, o livro de Samuel Huntington A guerra das civilizações . Não concordei inteiramente com o ilustre autor, mas dei-lhe razão nas suas conclusões sobre a crise do mundo e a parte que tem nesta crise o Islã.

  • Os Rolling e o Senhor do Bonfim

    Não farei parte dos 2 milhões de fãs dos Rolling Stones que se espremerão nas areias de Copacabana para assistir o show daqueles artistas já combalidos pela idade e pelo repertório. Aliás, alguns jornais afirmam que não serão 2 milhões, apenas 1 milhão, cifra modesta para um megaevento, mas gente pra burro no meu entender.

  • Pesquisas e candidatos

    Escrevi nesta coluna que deve se considerar o candidato Luiz Inácio Lula da Silva animal ferido, mas não vencido. Em artigo, meu colega José Nêumanne escreveu mais ou menos a mesma coisa, porque não se deve considerar o candidato a reeleição perdido pelos escândalos políticos e por sua paixão de ambulante em avião moderno.

  • Conhece-te a ti mesmo

    Há frases que percorrem o mundo revestidas de autoridade. Basta pronunciá-las para que todos se deixem convencer de seus acertos. Consagradas pelos séculos, elas fazem parte daquele repertório cultural de procedência nobre, citado com freqüência, e que ninguém ousa contestar. São sentenças que, por seu caráter imutável, reforçam equívocos históricos, preconceitos e crenças conservadoras.

  • Ainda a liberdade de expressão

    Semana passada, na onda provocada pela charge que envolvia Maomé e o terrorismo, escrevi uma crônica sobre a liberdade de expressão -liberdade fartamente defendida por aqueles que consideram a mídia como valor absoluto, tudo o mais sendo relativo, inclusive a verdade e as verdades. Disse, na ocasião, que liberdade de expressão não é liberdade de opinião, essa, sim, valor próximo de um dos raros absolutos inerentes ao ser humano.

  • O menu do anfitrião

    Tive um companheiro de trabalho nesta nobilíssima casa de quem guardo saudade. Faleceu há alguns anos mas dele sempre me lembro. Poeta, latinista e helenista, fez-me o favor de reverdecer meu latim e meu grego. Um dia, ao chegar ao trabalho, encontrei sobre a mesa uma quadrinha de versos e um soneto. Reproduzo aqui a quadra, pois o soneto tem uma chave de ouro que não se profere em salão. Esta é quadra: A democracia em Mombassa, merece aplauso e registro. Quando o governo fracassa o povo come os ministros.

  • O agachamento do Japão

    Alguns séculos antes dos best-sellers de hoje, um livro português inaugurou o atual sistema de apreciação de um escrito pelo tamanho de sua venda. Parte-se do princípio de que, sendo o mais vendido, seja determinado livro também o melhor. Então já havia Gutemberg aperfeiçoado a técnica de impressão que viria colocar o objeto chamado livro nas mãos de qualquer pessoa. As quase oitocentas páginas de "Peregrinação", de Fernão Mendes Pinto, saíam com atraso, pois seu autor morrera 31 anos antes do aparecimento do livro em 1614.

  • O roto e o esfarrapado

    Poderíamos perdoar tudo a FHC, esquecer, mas não perdoar seu governo mais do que suspeito, recheado de escândalos, a criminosa impunidade que bancou e incentivou, chegando a nomear para o STF um advogado que abafou, não com argumentos jurídicos, mas com outro tipo de argumento, todas as CPIs que a nação então exigia.

  • O mundo digital

    Presumo que as mudanças a serem operadas vão exigir elevada participação de capital e as empresas deverão se adaptar ao novo modelo. Não há dúvida de que nós defendemos a livre iniciativa na televisão digital, mas já estão surgindo vozes na Europa que defendem a estatização. O argumento usado pelos estatolátras, comprovadamente ineficientes, é que só o Estado tem capacidade financeira para açambarcar a televisão digital.

  • O guarda-chuva e a botânica

    A educação, que geralmente é confundida com ensino, sobretudo aqui no Brasil, nunca foi lá essas coisas entre nós, sendo que o ensino consegue ser pior ainda. Reúne-se 30, 40 alunos numa sala combalida, quase sórdida; durante três, três horas e meia, um professor mal remunerado ensina a correta colocação dos pronomes oblíquos, o nome dos rios da margem esquerda do Amazonas e a data da proclamação da República. Manda os alunos fazerem o dever de casa. Grande parte deles nem tem casa para fazer o dever.