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Artigos

 
  • Variações sobre a prudência

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 19/07/2003

    A prudência, sucessivamente identificada com a sapiência e a sabedoria, veio aos poucos se enriquecendo de novos valores, até se tornar a mais importante das virtudes que compõem a ética, condição primordial que é de uma solução justa para solução dos conflitos humanos.Na antiguidade greco-romana foi ela vista, primeiro, como sapiência ou ciência para, depois, ser equiparada à sabedoria, conforme ocorreu na ética de Aristóteles e dos estóicos, sendo esse o entendimento predominante para a maioria dos pensadores medievais. Mesmo na Idade Moderna prevaleceu a compreensão da prudência como sabedoria, ou seja, como virtude que rege a vida prática.

  • Sair do berço esplêndido

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro) em, em 18/07/2003

    Rui Barbosa criou a máxima de que ''fora da lei não há salvação''. Hoje, que outros temas e outras aspirações circulam na cabeça e na esperança de todos nós, a palavra desenvolvimento passou a ter status de magia. É que sem ela não só não existe salvação, como não existem emprego, renda, bem-estar, paz, segurança, tranqüilidade pública e futuro. Daí a necessidade de crescer. Enfim, desenvolvimento, progresso e crescimento são farinhas do mesmo saco.

  • Sonho e realidade

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro) em, em 14/07/2003

    Até os brasileiros mais desligados sonham com um país mais forte e desenvolvido. Sem as desigualdades sociais e culturais que marcam a nossa grande sociedade. Daí a consciência da realidade é uma outra coisa.

  • Japonês não se preocupa com besteira

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 13/07/2003

    Os jornais vivem dando notícias de opiniões estrangeiras sobre o Brasil. Conferimos enorme relevância a essas opiniões e muita gente costuma mudar as suas próprias, ou as absorvidas antes, em favor das últimas importadas. Não passa dia sem que os jornais publiquem pelo menos umas quatro matérias sobre opiniões estrangeiras a nosso respeito, não contando as das áreas financeiras, que, adicionadas às outras, deixam qualquer um maluco. Fogem-me exemplos agora, mas todo mundo já viu, a não ser que tenha prudência suficiente para não ler páginas econômicas. Ocupamos o segundo lugar no mundo em enfiar o dedo no nariz em público, precedidos somente pelo Gabão. Em compensação, somos um honroso 34 numa lista dos que coçam os fundilhos também em público, superando a própria Dinamarca, onde oito em cada dez cidadãos se entregam à reprovável prática, principalmente no inverno, pois banho não é um costume assim muito arraigado na Europa. E por aí vamos, em perpétua avaliação do nosso comportamento, acompanhando com atenção o que diz o famoso Primeiro Mundo sobre o nosso país e sobre nós mesmos.

  • A busca da árvore da imortalidade

    O Globo (Rio de Janeiro) em, em 13/07/2003

    Conta o famoso poeta persa Rumi que certo dia, em uma aldeia do norte do atual Irã, apareceu um homem contando histórias maravilhosas sobre uma árvore cujos frutos davam imortalidade a quem os comesse.

  • Primeiros sinais

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 10/07/2003

    Pena que o Paulo Coelho esteja viajando, deixando-me longe de seus conselhos. Ele é entendido em sinais, sabe interpretá-los tal como José que explicou o sonho do Faraó e falou nas sete vacas magras e nas sete vacas gordas.

  • Pensar o Brasil

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 08/07/2003

    Tivemos, desde o começo, movimentos que podem ser chamados de tentativas de "pensar o Brasil". Povoávamos o País, queríamos conhecê-lo naquilo em que, depois da Europa, ele era novo. Antes de o pensar, precisávamos "lê-lo". Pois a terra estava aí, com sua estranheza, como continua estando, pronta para ser lida. De Anchieta em diante, começamos a fazer essa "leitura", queríamos conhecê-lo, incorporá-lo a nós.

  • Os cuidados com a memória

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 07/07/2003

    Por motivos não muito claros, nosso povo constituiu-se com um apreço relativo pelo passado. Nem feitos, nem personalidades. Poucos resistem à erosão do tempo. A memória brasileira parece guardada por neurônios enfraquecidos.

  • Grande qualidade de vida

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ) em, em 06/07/2003

    Antigamente, não havia qualidade de vida. Quer dizer, não se falava em qualidade de vida. Agora só se fala em qualidade de vida e, em matéria de qualidade de vida, sou um dos sujeitos mais ameaçados que conheço. Na verdade, me dizem que venho experimentando uma considerável melhora de qualidade de vida, mas tenho algumas dúvidas. Minha qualidade de vida, na minha modesta opinião pessoal, não tem melhorado essas coisas todas, com as providências que me fazem tomar e as violências que sou obrigado a cometer contra mim mesmo. Geralmente suporto bem conversas sobre qualidade de vida, mas tendo cada vez mais a retirar-me do círculo ou recinto onde me encontro, quando começam a falar nela.

  • O código civil e as igrejas

    O Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 05/07/2003

    As relações entre o Estado e a Igreja têm criado, no Brasil, problemas às vezes de difícil solução, como está acontecendo com o novo Código Civil, acusado de ter reduzido as Igrejas a meras "associações civis", sujeitas a mandamentos estatais.

  • Chato novo índice

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ) em, em 04/07/2003

    O IBGE divulgou um índice novo que nos torna mais moços e mais duvidosos sobre a contagem da nossa idade. A coisa passou assim meio desapercebida, a não ser o tratamento que lhe deu a Folha de S. Paulo, que entendeu a coisa. É que, ao aferir o índice de expectativa de vida dos brasileiros, hoje na casa dos 68,6 anos, na febre de saber tudo que ocorre na sociedade, aprofundando pesquisas, surgiu um novo critério de ''viver sem qualidade''. Isto é, não basta viver que não é viver, é preciso, para contar, viver ''com qualidade''. O diabo é saber que qualidade é essa. O índice aferido pelo IBGE diz que o brasileiro vive 21,3% de sua vida com alguma incapacidade, e não conta. Assim, a expectativa de vida de 68,6, que temos, passou para 54 anos.

  • Um novo Balzac

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 02/07/2003

    Sai agora no Brasil um romance de Balzac, "O amor mascarado", que não está incluído nas edições das obras completas do autor. Trata-se de um presente que Balzac ofereceu à duquesa de Dino e que ficou por mais de meio século na biblioteca da família, antes de esta resolver publicá-lo.

  • Deus salve Lula

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 01/07/2003

    Todos amamos o Lula, como os ingleses amam a sua rainha. "God save the Queen". Tem tudo o que nós gostamos: sinceridade, simplicidade, imensa experiência de vida, honradez pessoal, disposição para a luta, boas, boníssimas intenções. Poderia ir até o fim desta crônica citando suas qualidades e certamente ficariam faltando algumas.

  • A lição de Faoro

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ) em, em 28/05/2003

    A ciência jurídica brasileira está de luto, há vários dias, com a morte de Raymundo Faoro, ocorrida cinco meses depois do falecimento de seu grande amigo Evandro Lins e Silva.

  • Faoro, a lucidez sem retórica

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 23/05/2003

    Na notícia da morte de Raymundo Faoro, revezaram-se os epítetos. Perdemos na sua grandeza, de marca de uma geração, o historiador ou o cientista social, ou, até mesmo, no impacto do outro livro, "A Pirâmide e o Trapézio", o ensaísta e crítico literário. A tônica repetida em avalanche é a do constitucionalista, do príncipe dos advogados, chamado ao compromisso - limite de liderar a Ordem, no período decisivo de 77 a 79.