
O veneno da ditadura
Apliquei a metáfora aos militares que, após tomarem o poder em 1964, mudaram de comportamento.
Apliquei a metáfora aos militares que, após tomarem o poder em 1964, mudaram de comportamento.
A Comissão Executiva Nacional do PSDB resolveu interferir diretamente na escolha dos pré-candidatos a prefeito nas eleições municipais do próximo ano, reservando para si a última palavra nos municípios com mais de 200 mil eleitores.
“Totalitarismo”, que já teve sua grande voga, é uma palavra hoje pouco usada. Levado pela experiência, fico com receio de que o leitor mais jovem não saiba a que me estou referindo e então dou uma rápida explicação, só para o gasto. Há totalitarismo quando uma organização, geralmente um Estado (“Estado”, no caso, são todos os países politicamente organizados), mas pode ser qualquer outra, como um partido político, pretende assumir controle sobre toda a vida do cidadão, não somente quanto a ideias e sentimentos, mas quanto a comportamento e observação de valores. O totalitarismo já mostrou sua carantonha algumas vezes na História e talvez se tenha pensado que, com a derrocada do nazifascismo e das ditaduras socialistas, ele tenha ido embora.
Um instituto de pesquisa, não me lembro se britânico ou americano, divulgou na semana passada um ranking de países cuja imagem, para efeito cultural e turístico, interessa ao homem comum de todas as partes do mundo.
A coluna de hoje fecha a série de artigos sobre o novo Acordo Ortográfico, tema sempre recorrente em debates sobre a língua. Quanto ao emprego de letra inicial minúscula e maiúscula, o novo Acordo simplificou tanto em relação aos usos vigentes no sistema luso-africano, quanto no brasileiro.
As guerras não são feitas para serem vencidas, mas para serem contínuas. Cito de memória um diálogo de George Orwell ("1984"), uma ficção científica que, em alguns momentos, é mais científica do que ficção. Sobretudo quando mostra a sociedade humana em busca de seu ponto ótimo, de sua perfeição, da qual resulta a pior e mais cruel forma de tirania.
A decisão da presidente Dilma, revelada pelo governador do Rio, Sérgio Cabral, de entrar no Supremo Tribunal Federal juntamente com o governo do estado, caso o veto do ex-presidente Lula ao projeto do deputado Ibsen Pinheiro de distribuição dos royalties do petróleo seja derrubado, deve pôr a discussão nos seus devidos termos, fazendo valer o compromisso do Estado brasileiro com os estados produtores, assumido por Lula.
As bancadas dos estados produtores, em especial a do Rio de Janeiro e a do Espírito Santo, conseguiram adiar a votação do projeto de redistribuição dos royalties do petróleo para daqui a duas semanas, ganhando tempo para tentar uma negociação que não prejudique os seus interesses e contemple os estados não produtores.
Os poderes da República encontram-se impossibilitados de decidir seus assuntos mais prementes, parecem empacados diante de seus problemas. O Supremo Tribunal Federal ainda não encontrou clima político para decidir sobre a abrangência dos poderes do Conselho Nacional de Justiça e ontem, mais uma vez, não abordou o tema complexo da fiscalização do Judiciário.
Que está complicado, está. Além do atraso nas obras e do orçamento mal calculado que torna as despesas da Copa cada vez maiores, surgiu agora um problema complicadíssimo, que envolve inclusive a soberania do país.
Com a participação de 1 milhão de concluintes do ensino médio, no país inteiro, a verdade é que o Enem permite uma série de reflexões úteis ao nosso sistema educacional. Em primeiro lugar, infere-se que a qualidade deixa muito a desejar. A média nacional é 5,2, o que dá para passar raspando, mas com uma particularidade lamentável: se não fossem as escolas particulares (entre elas muitas religiosas) estaríamos amargando um resultado ainda mais triste. As escolas públicas levaram uma surra, no último exame.
O Brasil é o único lugar do mundo onde se fica jovem até mais tarde e se envelhece mais cedo. Em todo lugar do mundo é idoso quem tem mais de 65 anos, mas no Brasil a velhice chega aos 60 anos, graças a pressões sindicais. Por outro lado, também por interesses políticos e da UNE, a juventude se estende até os 29 anos.
Nunca fui e acredito que nunca serei um jornalista investigativo. Se pudesse -e se a polícia deixasse-, seria um jornalista imaginativo, cheguei a fazer uma experiência concreta nesse sentido, anos atrás, numa revista semanal que não existe mais.
O discurso da Presidente Dilma nas Nações Unidas, na sequência de uma tradição ininterrompida, enfrentou os estereótipos das crises mundiais e, sobretudo, do convencionalismo da sua expectativa. Frisou o caso inédito da primeira mulher a abrir a Assembleia Geral da organização, não sem repetir a clássica reivindicação brasileira a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. No quadro geral dos problemas trouxe a tônica indiscutível, do ponto de vista das nações em desenvolvimento, do que seja, de vez, a superação das globalizações hegemônicas.
O discurso da presidente Dilma nas Nações Unidas, na sequência de uma tradição ininterrompida, enfrentou os estereótipos das crises mundiais e, sobretudo, do convencionalismo da sua expectativa. Frisou o caso inédito da primeira mulher a abrir a Assembleia Geral da organização, não sem repetir a clássica reivindicação brasileira a um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.