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Artigos

 
  • Fontes da reforma ortográfica

    Temos recebido de vários leitores uma pergunta muito oportuna neste período em que se intensificam entre portugueses críticas ao novo Acordo Ortográfico: por que os portugueses rejeitam tão veementemente aquilo que seu representante legal se comprometeu a adotar?

  • O papel dos advogados

    Infortunadamente , nem a Ordem da classe se dá conta disso, embora, aqui no Rio, o nobre presidente tenha lutado por melhor tratamento aos advogados, mas estão eles cada vez mais arredados do Poder Judiciário. Não falo do peticionar, que é constitucional, nem falo em contestar ou recorrer, muito menos de outras faculdades, que não são favores e que se aninham nos códigos.

  • Ética flexível

    Não poderia haver momento mais propício para a discussão da questão ética quanto este que vivemos, a exigir a ação da cidadania, quando o país se vê envolvido em denúncias de corrupção de vários matizes, com agentes públicos os mais diversos arrostando a indignação generalizada da sociedade com atitudes de menosprezo por esse sentimento latente.

  • América Latina e o Brasil dos Brics

    O protagonismo internacional do Brasil no mundo dos Brics e de uma nova globalização vem suscitando cada vez mais a compreensão do seu perfil latino-americano. Ou melhor, de como as assimetrias cada vez mais nítidas com os nossos países fronteiriços, nos deixam no polo oposto das velhas perspectivas de integração continental. 

  • Cresce a necessidade de técnicos

    São  palavras do Vice-Almirante Ademir Sobrinho, diretor de ensino da Marinha do Brasil: “  Só aqui estamos precisando de 800 técnicos de nível médio, hoje, para operar em projetos existentes.  Sem contar que, em breve, começaremos a pensar na construção de submarinos (um dos  quais nuclear), com tecnologia francesa.”

  • Dilma se mostra

    A presidente Dilma Rousseff está se saindo melhor que a encomenda. Esta pode não ser a avaliação de quem a encomendou, o ex-presidente Lula, mas ao que tudo indica é a de setores da sociedade que nem mesmo votaram nela. Como, por exemplo, Caetano Veloso, que votou em Marina no primeiro turno, mas hoje considera que Dilma é melhor presidente do que foi candidata.

  • Quando a teoria ajuda a prática

    Todo texto de caráter científico ou que trate de matéria das ciências utiliza palavras e expressões pertencentes às respectivas nomenclaturas ou terminologias, cujos conceitos devem ser conhecidos por aqueles que desejam ler e compreender o que dizem tais textos técnicos. Por esta razão, quando indagada a quem competia elaborar uma reforma ortográfica, a notável filóloga Carolina Michaëlis de Vasconcelos respondeu: "Evidentemente aos profissionais que se ocupam cientificamente de línguas, sobretudo(...) do idioma pátrio, quer pertençam  à Academia, quer não."

  • O exagero humano

    Vivemos épocas de inevitáveis exageros. Alguns brotam do poder, outros da sociedade, outros de nossa própria vida cotidiana. Do poder quando credita à imprensa, certa ameaça à democracia, quando a maior das vezes a ameaça nasce do abuso da máquina governamental. Ou o exagero de segmentos da sociedade em acreditarem nos institutos de pesquisa - já que mais do que fonte, são eles que influem nos resultados. E o exagero de alguns, em ainda crer na política, dentro das raízes viciadas em que floresce.

  • 900 anos da Universidade de Bolonha

    Embora o objetivo da viagem fosse a inédita participação na Feira do Livro Infantil de Bolonha (Itália), não poderia me furtar a uma visita à tradicional Universidade de Bolonha, nascida em 1088, e que é a mais antiga do mundo ocidental. Ela hoje se constitui de uma enorme quantidade de prédios de idades variadas, abrigando cerca de 95 mil alunos, em todas as suas modalidades. Com uma particularidade: não há ensino gratuito. A anuidade é em média de 1500 euros anuais, cerca de 3.500 reais, o que permite  ajuda decisiva na manutenção da instituição.

  • Romário

    É cedo para avaliar a atuação da safra de novos deputados federais eleitos para a atual legislatura. Não sou entendido no setor nem tenho conhecimentos amplos sobre os trabalhos ali realizados. Contudo gostaria de destacar a atuação de Romário, do PSB carioca. Conhecia-o de sobra nos campos de futebol, mas julgava-o no mesmo patamar de outros esportistas e artistas que, em certo trecho das respectivas carreiras, decidem tentar a política, seduzidos pelos partidos interessados em aumentar seus coeficientes eleitorais. Tirante ideias específicas sobre esporte ou pela popularidade de seus ofícios, nada trazem de novo para o debate social. Romário despontou com um programa novo para este tipo de político mais ou menos improvisado. Nascido em favela, conhecendo a vida dentro e fora dos campos, guardou dentro de si algumas ideias lúcidas que já começaram a se impregnar em sua personalidade ainda rude, mas inteligente e, tal como em suas atuações nos estádios, oportunista no bom sentido. Sua luta pela inclusão social de grande parte da população, no que diz respeito principalmente aos deficientes, está fazendo dele uma liderança respeitada pelos entendidos no assunto.

  • A nova aposta em ciência e tecnologia

    A presidente Dilma Rousseff, na última reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, deu a máxima ênfase à organização do novo programa de formação profissional e tecnológica - o Pronatec - que deverá ser objeto, sem maiores delongas, de Medida Provisória. E, ao mesmo tempo, pela iniciativa do ministro Aloizio Mercadante, soma ao projeto a intensificação da qualidade de ensino, através de amplo convênio com múltiplas universidades estrangeiras, entre as quais as de Princeton, Oxford, Cambridge, Salamanca e Harvard. O projeto deve envolver uma primeira convocatória de 28 mil candidatos. A presidente afirmou a marca de salto estratégico que tem a iniciativa, permitindo superar toda a defasagem entre as formações tradicionais e o input deste saber-fazer, buscado lá fora, para acelerar a nossa política de desenvolvimento sustentável. E é também nesse quadro que é tempo de o Brasil assinar o Pacto de Bolonha, nos dando acesso a toda a rede de intercâmbio que já criou esta verdadeira agora de conhecimento no espaço continental europeu. O programa sofreu a crítica de que, no quadro da classificação das bolsas, beneficiaria a população mais rica do país, frequentadora dos melhores colégios, e repetindo no âmbito deste intercâmbio, paradoxo que leva as classes mais favorecidas a se classificarem para as universidades públicas, beneficiando-se da sua gratuidade. Por força, o regime não poderá deixar de contemplar o sistema de quotas e ponderações que ensejem, de fato, a presença expressiva de grupos sociais das classes C e D, na circulação internacional desse conhecimento.O que se perguntaria, sim, é do quanto, neste empenho de extrema valorização do input de ciência e tecnologia, se definiu o quadro de carreiras e vocações dos atuais bacharelados no Brasil, merecedores desse incentivo. E pode Aloizio Mercadante mostrar que os cursos de engenharia respondem apenas a 1% das procuras do ensino superior.  

  • Muro de Berlim às avessas

    A crise que levou os Estados Unidos à beira do "default" poderá ser lembrada como a data em que ficou à mostra o início da sua queda, tão esperada pelos seus inimigos. É um Muro de Berlim às avessas.

  • Budapeste, 2011

    Por falta de tempo e um pouco de falta de saúde, ainda não me dei ao respeito de ler o penúltimo livro de Chico Buarque. Acontece que eu dei um giro comprido por Budapeste, pela terceira vez eu fui à bela cidade cortada pelo belo Danúbio, que nada tem de azul, e voltei de lá com uma incerteza a menos.

  • Vida arriscada

    De vez em quando sai uma matéria mostrando como, entre as profissões mais perigosas, está a de jornalista. No meu caso, acho que apenas enfrentei uns periguetes de quinta categoria, que não dão para adornar nem uma notinha biográfica e fazem parte do ramerrão de qualquer um que haja trabalhado em redações antes do computador. (Outro dia, visitei uma redação toda eletrônica, quieta, silenciosa e álgida e senti bem na carne o que é viver duas eras distintas. Diante das velhas redações de máquinas mecânicas, fumaça e berreiro, as de hoje são CTI”s – e de fato essa que vi me lembrou a ambiência de um CTI. É a idade mesmo, mas tenho saudades de minhas velhas redações e o teclado de meu computador faz todos os barulhinhos das antigas máquinas mecânicas, me rejuvenesce.) De qualquer forma, no meu tempo de foca, o pessoal falava muito em jornalistas do interior que haviam sido obrigados a comer a página de seu jornal que continha uma opinião considerada descortês, pelo coronel da área. Na capital, a gente fazia cara séria, quando os colegas do interior vinham relatar seus dramas, dávamos abraços de solidariedade e denunciávamos o abuso.