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Artigos

 
  • Quem tem medo das antologias escolares?

    Já foi tempo em que as antologias escolares faziam muito sucesso em nossas escolas de educação básica. Eram uma fonte segura de conhecimento dos principais autores da literatura brasileira, com resumos que, em muitos casos, estimulavam os alunos a se aprofundar na leitura de livros fundamentais.

  • Biografias

    Adélia Prado, poeta mineira, confessa que "biografias são desejos". Não sei se o são. Sei que elas se recobrem de camadas de alma. Como as folhas tampam, a ramagem da árvore.É verdade que entram fatores políticos, sentimentais e históricos numa biografia. Porque nada vem sozinho na escrita.

  • Os plebiscitos

    O trauma provocado pela tragédia de Realengo fez o senador José Sarney pensar em propor um plebiscito (na verdade, um referendum) sobre o uso e a venda de armas.

  • A língua dos vencidos e dos vencedores

    Escreveu um texto belíssimo sobre a palavra, Eduardo Galeano:"O Paraguai fala o idioma dos vencidos (o guarani). E a coisa mais estranha ainda: os vencidos acreditam, continuam acreditando, que a palavra é sagrada, porque ela revela a alma de cada coisa. Acreditam os vencidos que a alma vive nas palavras que a dizem. Se eu dou a minha palavra, me dou."Isso deve também suceder com a língua dos vencedores, porque sagrada persiste sendo a palavra. Sombra da grande Palavra que fez o céu, a terra e as estrelas. Sombra daquele que é a Palavra.

  • 'Migração boa' e o ocidente depurado

    O primeiro-ministro Cameron, da Inglaterra, frente a larga reticência do Parlamento, acaba de defender a política da "migração boa" para o futuro do Reino Unido. Dos seus 62 milhões de habitantes, quase 5% vêm de estrangeiros para se radicar nas ilhas britânicas. O que está em causa, pela primeira vez nesta virada do século, é a restrição ao fluxo internacional que choca, de imediato, com as garantias dos direitos humanos de nossos dias. Não estamos ainda diante das proibições de etnias, nem do horror da retomada do que foram, no nazismo, as políticas frontais de exclusão coletiva do seio da modernidade. Mas à proposta de Cameron - para nossa inquietude - ecoa " também a de Angela Merkel entre migrações bem-vindas, ou mal-vindas, a colocar nestas, e de logo, a de árabes na Alemanha.

  • A velha Europa

    Há alguns anos não voltava à Europa. Vejo-a deprimida, como numa sensação de crise insuperável, um pouco aquilo que viveu o Brasil durante muitos anos: o famoso abismo, "estamos à beira do abismo", que o nosso Jânio, no seu pernosticismo verbal, chamava de "dédalo". Desapareceu o brilho dos seus encantos. O contraste com o nosso ânimo é imediato. Saímos da euforia de um Brasil que cresce, em que há empregos e a autoestima voltou e que já fala grosso nos fóruns mundiais.

  • Merquior, embaixador da inteligência

    Conheci José Guilherme Merquior. Foi meu confrade e amigo, o que considero um privilégio. Viveu 50 anos e era como se tivesse vivido um século. No auge da intensidade e do fulgor. Foi um erudito sem perder a humanidade; foi inteligentíssimo, para não dizer cintilante, sem esquecer o toque, "a essência real que o tato exige", na expressão feliz de Lope de Vega.

  • Sermão aos peixes da Urca

    Não vou pregar, de início, como Pe Antônio Vieira aos peixes, simplesmente vou deixar que os peixes preguem a nós, humanos. Podem ter lá seu sermão com versículos da maré. E de minha parte, serei atentíssimo  ouvinte.

  • ABL de portas abertas

    O papel da Academia Brasileira de Letras, em seus 114 anos de existência, sempre foi o de preservar e valorizar a memória nacional: a língua como instrumento do conhecimento e da convivência; as letras como reveladoras e formadoras da identidade do país, sem deixar de fora nada do que é humano — a ciência que reside no espírito, que observa e explica; e a poesia que habita a alma, que sente e compreende.   

  • Tasso da Silveira

    Um nome que apareceu na mídia de forma inesperada e dramática. Contudo não li uma única linha na imprensa escrita, nem ouvi, no rádio ou na TV, o mínimo comentário sobre Tasso da Silveira (1895-1968), cujo nome inocente e ilustre foi dado a uma escola em Realengo.

  • Sem professor, só milagre

    A ideia é nobre e merece aplausos: ministrar ensino técnico a 3,5 milhões de trabalhadores brasileiros até o ano de 2014. A presidente Dilma Rousseff, com o seu Pronatec, pretende oferecer 500 mil vagas para jovens só em 2011, com ênfase nos setores considerados os mais frágeis do ponto de vista da apropriação de recursos humanos: construção civil (com a ampliação do PAC), serviços (especialmente hotelaria e gastronomia, com as grandes competições internacionais que o país receberá nos próximos anos) e Tecnologia da informação.

  • Um casamento que não deu certo

    Foi uma festa para inglês ver: muita pompa e circunstânría ao som de marcha homônima. Trinta anos atrás, lá estava eu, espremido num palanque reservado a imprensa em Ludgate Hill, vendo os 179 cavalos de Sua Majestade que puxavam as carruagens que pareciam ter saído de um filme da Romy Schneider.

  • A incompetência ambulante

    Com  júbilo, como brasileiro, já vislumbramos a personalidade independente da presidenta Dilma Rousseff, o que pressentimos, ao conhecê-la pessoalmente, antes de sua candidatura. A autoridade para governar, a segurança nos objetivos que separa - e ainda bem - a  gestora comprometida na responsabilidade da administração pública e o astucioso e mirabolante ser político, esse que cede aqui e ali, para dominar adiante, sem prever o prejuízo presente ou futuro.