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Artigos

 
  • A reforma universitária

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ), em 21/06/2004

    Mais um seminário nacional promovido pelo UniFMU, com apoio do Instituto Metropolitano de Altos Estudos (Imae), foi realizado em São Paulo. Durante um dia inteiro, especialistas discutiram o tema “A reforma universitária e o desenvolvimento brasileiro”, para chegar à redação da “Carta de São Paulo - Educação”, com a qual se busca a adesão da sociedade, diante da tragédia em que se vai configurando a nossa pedagogia.

  • Nesta segunda, sem falta

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 20/06/2004

    Eis, finalmente, o dia em que esta coluna, admito que, no caso, meio sem moral, ou sem moral nenhuma, resolve abraçar uma causa. Deve ser, como tudo mais, trauma de infância, mas sempre tive vontade de que alguém se referisse a mim como abraçado a uma causa. Talvez nos tempos de político estudantil eu tenha abraçado uma causa ou outra, mas meio como namoro de carnaval, efemeramente e sem conseqüência alguma. Daí para cá, só causas muito vagas, como o bem-estar da Humanidade, a justiça social, a felicidade do nosso imenso Brasil e similares, que não valem, até porque acho que todo mundo as abraça de uma forma ou de outra e costumam ser mais da boca para fora.

  • Variações sobre a saúde

    O Estado de São Paulo (São Paulo), em 19/06/2004

    Dentre os valores de fundamental importância consagrados pela história da civilização sobressai o relativo à saúde, da qual o homem teve consciência imediata, tão frágil é ele no tocante aos males do corpo e da mente e ante as forças adversas da natureza. Travou-se desde logo uma rude e contínua batalha entre os valores vitais e os fatores negativos que determinam a morte, aqueles empenhados em preservar e salvaguardar a existência humana e estes, tendentes a extingui-la, pondo termo a um projeto existencial.

  • Lampião e o Iphan

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ) e Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 18/06/2004

    Não me comove a tese de que o São João é cafona e coisa de retirante nordestino. Certamente vem de um acúmulo de tradições, que vão das fogueiras, dos angus, das canjicas, milho e batatas-doces assadas, do ritmo das zabumbas, das matracas, do elo fortuito do compadresco de fogo até as simulações de vestes caipiras. As ladainhas e quadrilhas são um quadro à parte.

  • Canudos se não rendeu. Teve que ser destruída

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro - RJ), em 16/06/2004

    Em comentário que fiz comemorando o centenário de Os sertões, em 1998, concluí com uma citação de Euclides da Cunha: ''Canudos não se rendeu . Teve que ser destruída''. E arrematei com a pergunta: como evitar na atualidade que nossa miopia ideológica nos conduza à repetição de crimes como os que testemunhou esse autor de rara coragem intelectual? Sem lugar a dúvida, ele continua a ser muito lido. Mais que isso: recentes sondagens de opinião indicam que ele é ainda o autor mais influente em todo o século no que concerne ao entendimento do processo de formação de nossa sociedade. A razão disso certamente não é seu gongorismo nem seu cientificismo positivista, superados pelos avanços das ciências sociais.

  • Retrato de um tempo

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ), em 15/06/2004

    O romance de Fernando Sabino, "O encontro marcado", posto nas livrarias nos anos 50 do século passado, escrito em estilo ao mesmo tempo nervoso e firme, contou a história de uma geração. Nele, o autor pôs a nu o caminho percorrido pelos jovens que, de 1935 a 1950, haviam começado a ser gente, a constituir família, a escrever, discutir, fazer perguntas e a desperdiçar palavras, tempo e amor. Por ter sido um livro sofrido, um romance feito de angústia, foi que Fernando Sabino atingiu, nele, o clima de emoção que pertence normalmente à poesia.

  • A originalidade de "O Coronel e o Lobisomem"

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ), em 14/06/2004

    Este ano o jornalista, contista e romancista José Cândido de Carvalho estaria completando 90 anos. Seus amigos, dentre os quais me incluo, sentem falta do convívio alegre que mantinha com todos. Vale recordar a sua grande realização - o livro O Coronel e o Lobisomem - que teve a sua primeira edição em 1964.

  • O presidente trabalha, sim

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 13/06/2004

    Embora confesse ignorância vergonhosa sobre o jogo do bicho, uma das raras instituições sérias e respeitadas do Brasil, acho que é somente nele que vale o que está escrito. Constituição, leis, decretos, portarias e assim por diante, como sabemos, só quando interessam a quem está mandando e quem está mandando nunca somos nós. A conversa de quem manda somos nós, por sinal, faz parte até da dita Constituição, mas é enfeite, porque soa bonito e serve para mostrar às visitas ou aos diversos inspetores exóticos a quem prestamos obsequiosa conta. Faz-se um esforçozinho aqui e ali para nos provar que vale o que está escrito e até noticiários de tevê nos informam sobre nossos direitos, todos devidamente escritos. Por exemplo, já que seremos assaltados mais cedo ou mais tarde, nos dizem as autoridades de insegurança pública que não portemos documentos, mas cópias deles, as quais serão aceitas como legítimas por todos. É só tentar embarcar no Galeão com uma cópia da carteira de identidade para ver que isso pode estar escrito, mas é brincadeirinha outra vez, pois lá só se aceita o original. Mas, claro, nenhum de vocês precisa ser lem-brado desse tipo de coisa. Já estamos acostumados, somos disciplinados serviçais dos governantes e de quem mais se julgue em posição de nos impingir o que fazer ou não fazer, conforme a sua, dele ou dela, veneta.

  • A caixa de Pandora

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 13/06/2004

    Na mesma manhã, três sinais vindos de continentes diversos: um correio eletrônico do jornalista Lauro Jardim, pedindo para confirmar alguns dados sobre uma nota a meu respeito, e mencionando a situação na Rocinha, no Rio de Janeiro; um telefonema da minha mulher, que acaba de desembarcar na França - viajara com um casal de amigos franceses para mostrar nosso país e os dois terminaram assustados, decepcionados - e finalmente, um jornalista que vem me entrevistar para uma televisão russa:

  • Mister se torna neoliberal

    Folha de São Paulo (São Paulo - SP), em 11/06/2004

    As palavras , como tudo na vida, sofrem a ação inexorável do tempo. Nascem, amadurecem, têm seu instante de esplendor e depois morrem. Ao contrário dos seres vivos, ficam insepultas. Veja-se a palavra "sevandija". No século 19, não se escrevia um artigo, uma catilinária, sem que ela fosse empregada. Hoje, ninguém mais se lembra do que é. Caiu no túmulo das palavras mortas. Até ficou um título de saber conhecer palavras arcaicas. Luís Carlos Bello Parga, que foi senador e um dos mais cultos colegas que tivemos naquela Casa, era respeitado porque "sabia línguas mortas" e gastava seu lazer em traduzir inglês arcaico.

  • A morte de um herói

    Diário do Comércio (São Paulo - SP), em 09/06/2004

    Foram poucos os autores da derrubada do Império do Mal, como ficou conhecido, graças a Reagan, o Império Soviético. O primeiro foi o papa João Paulo II, com a ajuda de Lech Walesa, depois foram Reagan e madame Thatcher e, finalmente, a adesão das massas exploradas pelos senhores do mundo vermelho simbolizado pelo Kremlin. Estava fundo o comunismo, em pouco tempo. Ficaram, apenas, os nostálgicos, como os temos aqui, mas são poucos e inúteis.

  • O mundo de Kafka

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ), em 08/06/2004

    Estamos, em várias partes do mundo, lembrando Franz Kafka neste junho, que marca os 80 anos de sua morte. Era 1924. Atacado pela tuberculose, deixara Praga e fora internado numa clínica particular nos arredores de Viena. Por ocasião de um congresso literário na Áustria, fui visitar o local em que passara suas últimas semanas de vida.

  • Fórum de cultura

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ), em 07/06/2004

    Uma bela iniciativa da Unesco, com o apoio do Sesc e da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, reuniu no Hotel Glória nada menos de 64 secretários municipais de Cultura. O objetivo era produzir um documento, para ser apresentado no Fórum Cultural Mundial, o que foi feito com muito entusiasmo por parte das pessoas presentes, todas especialistas na matéria.

  • A roubalheira num boteco do Leblon

    O Globo (Rio de Janeiro - RJ), em 06/06/2004

    Claro, nós estamos acostumados desde a infância. Acho que das primeiras coisas que me lembro na vida é meu avô dizendo na mesa do almoço que aqui no Brasil só tinha ladrão.