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Artigo

  • Gol contra

    Tínhamos tudo para caminhar serenamente, em nosso país, na implantação do Acordo Ortográfico de Unificação da Língua Portuguesa.  Ele foi aceito por todas as camadas da nossa população, mas no último minuto, quando o jogo parecia ganho, o Governo fez um gol contra, adiando o início para 2016, de forma incompreensível para os brasileiros.                                                   Embora parecesse pacífica a implementação do Acordo Ortográfico de Unificação da Língua Portuguesa, na sua versão de 1990, a comunidade lusófona reagiu de maneira diferente.  O Brasil aderiu com entusiasmo a  essa ideia desimplificação.  A partir de 2013 todos os seus instrumentos de comunicação, como jornais, revistas, livros e emissoras de rádio e televisão obedecerão aos ditames do Acordo, sacramentado pelo ex-presidente Lula, em 2008, numa simpática cerimônia, simbolicamente realizada na sede da Academia Brasileira de Letras.                                                  O mesmo, infelizmente, não está ocorrendo em Portugal e nas nações luso-africanas.  Há fortes reações, com argumentos inaceitáveis: o Brasil estaria exercendo uma forma de neocolonialismo, querendo impor a sua vontade cultural.  Alguns jornais portugueses, como Correio da Manhã, Jornal de Notícias, Público, i, Diário Econômico e Jornal de Negócios, além da revista Sábado, desrespeitam o Acordo e agem como se estivessem com a corda no pescoço.  Não existe o consenso social mínimo em torno do assunto.                                           Um bom número de intelectuais protesta contra o que eles classificam como   “empobrecimento da língua portuguesa”.  A Faculdade de Letras de Lisboa está na linha do que se pode classificar como desacordo.  O jornal “Público” anuncia com entusiasmo que o governo brasileiro estaria para dar uma volta e conceder um prazo de mais seis anos para tornar obrigatórios todos os  postulados.  Não é o que se espera.  Livros, jornais e revistas circulam de acordo com as novas regras, com a expectativa de que assim será possível sonhar com a oficialização do nosso idioma na Organização das Nações Unidas, uma velha reivindicação estratégica, que se liga ao pedido para que tenhamos assento permanente no Conselho de Segurança da entidade.                                          O curioso, nessa história toda, é que o Acordo contempla a maioria dos itens da Reforma de 1945, que recebemos de Portugal.  Não se mexe na forma de falar, garantindo-se a individualidade dos sotaques (prosódia).  A  quantidade de palavras mexidas é mínima (menos de 3% dos termos usuais) e a grita pode esconder interesses econômicos  disfarçados: o medo de o Brasil, com isso, procurar a conquista de novos mercados no exterior para os seus livros, por exemplo.                                          O que há de concreto é a decisão política de simplificar o idioma de Camões, aliás, hoje mais fácil de entender pela semelhança com o  português que praticamos.  O ano de 2013 será marcado pela adoção plena, pelos 200 milhões de brasileiros, de uma grafia simplificadora, apesar dos embaraços com que ainda nos deparamos diante dos  hífens  traiçoeiros.  Mas isso é questão de tempo.

  • Lima Barreto, o defensor do tupiguarani

    Correio Braziliense, em 22/12/2012

    Em 2012, a Semana de Arte Moderna de 1922, que produziu obras de qualidade em diversos segmentos artísticos, completou 90 anos e foi lembrada com muitos eventos. Mas, para a literatura brasileira, 1922 marca também momento de grande tristeza: a morte de Lima Barreto. Foi um escritor atento, que soube como poucos registrar as principais mudanças sociais, políticas e culturais ocorridas no final do século 19 e início do 20. Incompreendido no passado, hoje Lima Barreto é reconhecido como um dos maiores romancistas brasileiros.

  • Solução à vista

    Estamos numa boa em termos institucionais. Com a briga entre o Supremo Tribunal Federal e a Câmara dos Deputados, parece que, desta vez, vamos àquilo que antigamente diziam ser as "vias de fato".

  • Visão pragmática da problemática

    O Globo, em 23/12/2012

    Há quem acredite que exagero, quando falo nas muitas excelências de Itaparica, tanto as presentes quanto as passadas. Mas é uma impressão falsa, porque, embora não possa ignorar esses grandes predicados, procuro sempre ater-me à imparcialidade e fidelidade aos fatos que devem nortear o bom jornalismo informativo. Agora mesmo, diante dos acontecimentos nacionais, sou o primeiro a reconhecer que carecemos hoje de juristas capazes de prestar uma contribuição significativa aos debates em curso. Bem verdade que, se tivessem anel no dedo, Ary de Maninha e Jacob Branco botariam num chinelo muitos desses advogadecos mal-acabados que por aí abundam, mas o fato é que, pelo menos que eu saiba, ninguém na ilha pode alegar notório saber jurídico e pleitear ser ouvido sobre questões constitucionais. O que não impede, naturalmente, que se registre um pronunciamento marcante ou outro, como o do citado Ary de Maninha, na happy hour das nove da manhã, no Bar de Espanha.

  • Obama diante da tragédia

    O horror de Newtown parece ter chegadoao clímax da tolerância com a violênciaindiscriminada, lavrada noseio da mais rica nação do mundo.Repetiram-se os cenários de Columbine, Wiscosine Arkansas, a fazer das escolas infantis o alvodos repentes do agressor anônimo e delirantementedeterminado. Mais que, ainda, à revulsão, o que vimos foi a entrada de todo o país nomais fundo de sua religiosidade, entre a oração e a busca do consolo, e não há precedentes —acredita-se — do desfile das religiões e suas mensagens na cerimônia de adeus. Não faltaram, sequer, os Bahá'ís e liturgias onde avultavao comando dos luteranos, ao lado da nítida presençados católicos. Teor, por inteiro, ecumênico, o desse encontro da fé, e rematada pelo governadorde Connecticut, a preceder o chefe da Nação.

  • O país da consciência e o Brasil do perdão

    Jornal do Commercio (RJ), em 24/12/2012

    O remate do julgamento do mensalão é de impactos inéditos na consciência nacional e seu avanço irrecorrível. De saída, o da realização da justiça chegada aos superpoderosos, desbaratados dos velhos nichos da impunidade. Esvaiu-se a acomodação de sempre, do atraso dos julgamentos, e da aposta na perda da memória coletiva. No caso, por um quase monopólio midiático da atenção popular, que, por sua vez, traduzia um fato sociológico: o da virada de página do imperativo da tolerância com a corrupção, amadurecida pelo nosso desenvolvimento. Garantiu-a Joaquim Barbosa, nos atributos todos da figura vingadora, para a superação, de vez, do país acomodado.  Irrelevante no caso é se saber se este sentimento coletivo desbordou do velho moralismo das classes médias brasileiras para o País recentemente saído da marginalidade, e mais ligado, de imediato, ao fruir de seu acesso à economia de mercado.

  • A comenda do coração

    A Tribuna (ES), em 23/12/2012

    Alguém já me disse que tenho a alma de D. Quixote no corpo levantino de Sancho Pança. Ignorando a medida em que um avança sobre o outro, ou se confundem.

  • Crime e castigo

    Folha de S. Paulo (RJ), em 25/12/2012

    Admirei, com algumas restrições, a atuação do ministro Joaquim Barbosa durante as sessões do Supremo Tribunal Federal que julgaram os réus do mensalão. Em alguns momentos, ele me pareceu severo ou radical, lembrando o grande inquisidor, um Fouquier-Tinville da época do terror que marcou a Revolução Francesa.

  • O gênio das curvas

    Jornal do Commercio (RJ), em 14/12/2012

    “Gosto de fazer bonito!”                                           

    É uma frase recorrente sempre dita por Oscar Niemeyer, que perdemos poucos dias antes de ele completar 105 anos de idade.  Tivemos o privilégio de conhecer pessoalmente o maior arquiteto do mundo, mestre incomparável das curvas.                                         

  • O massacre

    Folha de S. Paulo (RJ), em 16/12/2012

    Quando a porta do Château de Sully se abriu e o comissário de bordo autorizou a descida dos passageiros, JK viu, ao pé da escada, um oficial da Aeronáutica grudado ao último degrau.

  • Esquerda, direita

    O Globo, em 16/12/2012

    Desculpem-me por falar na ilha tão seguidamente, mas é que acho que algumas novidades de lá apresentam certo interesse, diante da delicada conjuntura nacional. É o caso dessas graves questões de direita e esquerda, agora trazidas à baila o tempo todo, para vexatória confusão de grande parte da coletividade — e os cidadãos da ilha não são exceção. A baralhada vem logo de cima, porque o ex-presidente Lula já disse que nunca foi de esquerda, mas agora parece que as coisas mudaram e, no momento, ele é de esquerda e não abre, e quem não está com ele é de direita. Como bem observou Beto Lindo Olhar, num raro momento de exasperação, assim fica difícil até puxar o saco.

  • Niemeyer e o breviário da perenidade

    Jornal do Commercio (RJ), em 17/12/2012

    Não foi criado o Nobel para a arquitetura e as artes plásticas, mas Niemeyer seria, sem dúvida, e de longe, o primeiro brasileiro a receber a grande palma. Quebraríamos este absoluto jejum, já que nunca tivemos o prêmio, em qualquer das suas concessões. A unanimidade indiscutível em torno do nosso arquiteto se consolidou há décadas, na obra continuada até hoje, e passou, de há muito, à posteridade.

  • Madame de Pompadour

    Folha de S. Paulo (RJ), em 18/12/2012

    A classe política e a mídia, como um todo, receiam dar nomes aos bois. A Operação Porto Seguro revelou, entre outras coisas, o grau de intimidade entre o ex-futuro presidente Lula e uma funcionária que dirigia importante órgão da Presidência da República. Tão logo o caso veio a público, lembrei uma passagem do Evangelho de Mateus, capítulo 26, versículo 41: "Spiritus promptus est, caro autem infirma".

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