Portuguese English French German Italian Russian Spanish
Início > Pesquisar

Pesquisar

Foram encontrados 35153 itens para sua busca (exibindo de 22231 a 22245)

Artigo

  • O que dizem as ruas

    Para uma análise mais concreta das  manifestações de hoje em dia, observamos uma série de cartazes exibidos nas ruas, para medir as reivindicações populares.  Uma delas já foi resolvida, que é a derrubada estrondosa da PEC 37, revertendo a jato uma expectativa que era exatamente a oposta do que aconteceu.  Ninguém vai mais mexer nas atuais tarefas do Ministério Público.  Ponto para os jovens.                                          Outro item que mereceu resposta rápida foi o que se refere aos recursos para a educação.  O governo chegou a propor que o setor  ficasse com 100% dos royalties do petróleo. A Câmara dos Deputados foi mais prudente e estabeleceu uma divisão razoável: 75% para educação e 25% para saúde, um setor igualmente carente de atenção.                                          Mas o que chamou mais atenção, na nossa pesquisa, auxiliada por netas que participaram das passeatas, foi praticamente a inexistência de cartolinas ou faixas abordando a temática da Constituinte ou do referendum popular para a reforma política.  Os jovens, basicamente apartidários, não deram valor a esses temas, valorizados pela presidente Dilma, e que soam mais como biombos para esconder o tamanho da  crise vivida, especialmente com o recrudescimento do dragão da inflação.  Não era, positivamente, a prioridade das ruas.                                          Vejamos alguns exemplos bem elucidativos: “Ei, soldado, estou lutando também por você.”  Outro:  “Copa no Brasil custa mais caro do que as três últimas edições somadas.”  Aliás, a condenação  do que foi pago para a construção das arenas esportivas para a Copa das Confederações foi feroz.  Além disso, os jovens questionaram a transformação dos estádios de Natal, Brasília e Fortaleza em futuros “elefantes brancos”.  O argumento parece lógico: “Se os times da Capital estão na terceira divisão, quando é que o Mané Garrincha vai pegar um grande público?”.  Daí o cartaz: “Da Copa eu abro mão! Quero dinheiro pra Saúde e  Educação!”  Ainda bem que fomos campeões, na bela final contra a Espanha...                                          No “Correio Braziliense”, temos  a manchete “A nova cara do Brasil”, citando a mobilização pelas redes sociais, sem lideranças ostensivas ou pleitos unificados.  Isso em nada menos de 12 capitais.  Uma jovem colocou bem alto o seu cartaz: “Desculpem o transtorno.  Estamos mudando o Brasil.”  Logo ao lado, “A aula hoje é na rua.”                                          Outra mocinha exibia orgulhosamente: “País desenvolvido é onde rico usa transporte público.”  Em outro momento: “Tem tanta coisa errada que nem cabe num cartaz!”  Com uma foto bem esclarecedora,  era mostrada “A escola aos pedaços”, o que se repetiu inúmeras vezes em várias cidades brasileiras.  A reclamação do mau estado de conservação dos estabelecimentos de ensino tornou-se  um consenso.  Outro lembrava a vitória do Brasil sobre o   Japão, na Copa das Confederações: “Brasil 3x0 Japão.  Mas o Japão nos ganha em   Saúde, Transporte e Educação.”                                             “Verás que um filho teu não foge à luta... Acorda Brasil”  foi uma cena que se repetiu muito, ao longo do movimento, que teve manifestações curiosas, como a daquela  moça bonita que escreveu “Odeio passeata, mas estou aqui por um dever cívico”.  Outro apelou para a religião: “Ore pelo Brasil!” Certamente um pedido endereçado ao simpático Papa Francisco.  O país está assombrado.  É preciso ouvir a poderosa voz da  juventude.

  • Policiamento democrático

    A dificuldade em atuar na repressão a atos de vandalismo dentro das estritas normas legais, flagrante no decreto que criou no Rio de Janeiro a Comissão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas (CEIV), precisa ser superada com a adoção das melhores práticas já utilizadas em outros países.

  • Uma visita a Aparecida

    Houve quem achasse que o Papa Francisco foi pouco incisivo naquele primeiro discurso do Palácio Guanabara (ou seria no “bunker” do Guanabara?). Não penso assim. Ele se comportou como pessoa educada, que bate à porta e pede licença para entrar. E, sendo argentino, não ia mesmo deitar falação sobre política brasileira.

  • Carta aberta em favor de Paolo Dall'Oglio

    Instituto Humanitas Unisinos, em 05/08/2013

    Em nome de Deus o Clemente o Misericordioso

    Aos heróis da guerra pela liberdade da Síria

    Caros Irmãos

    Acompanhamos do Brasil o testemunho de coragem  e grandeza de todos vocês,  que sonham e lutam pela liberdade da Síria, escrevendo páginas sublimes em prol da libertação de um povo martirizado, por décadas de opressão, dentro da mais alta perspectiva corânica da Justiça e da Misericórdia.

  • O fundamentalismo pós-democrático

    O imprevisível avanço, na última década, da "guerra de religiões" só se acelera, hoje, com a debilidade do implante da democracia, entendida como o marco definitivo da modernidade. De saída, pela perplexidade do impasse da Primavera Árabe, marcada pelo retrocesso democrático, após a queda das ditaduras na Tunísia, no Egito e na Líbia. O afastamento de Mursi inquieta, exatamente, pela quebra das regras do jogo, no golpe literal infringido à primeira presidência constitucional do país. O que estaria em causa seria o limite dentro do qual a garantia das maiorias eleitorais seria empolgada por uma dominante religiosa, tal como evidenciada pela Fraternidade Muçulmana. É nesse mesmo limite que a Primavera Árabe ressente-se da força da contradição interior na sua identidade, e do advento possível de um Estado religioso e muçulmano como o seu resultado. Retoma-se, no pressuposto da vigência democrática, o mesmo confronto da volta da sharia iraniana, na repulsa mais funda do implante, já multissecular, da dominação ocidental em toda a região. Da mesma forma, o novo levante de facções budistas em Mianmar extrema essa nova "guerra de religiões", no empenho de eliminar completamente, senão reduzir, os direitos das franjas islâmicas desse país ganho à independência, após o Raj britânico.

  • Política com P maiúsculo

    O Papa Francisco fez ontem, na visita à favela da Varginha, seu discurso mais político, referindo-se às recentes manifestações ocorridas no país de maneira positiva, encorajando a que os jovens permaneçam na sua luta contra a corrupção. Com outras palavras, retomou análises que fizera anteriormente, desde que assumiu, sobre a nobreza da ação política. Para ele, envolver-se na política é a obrigação de um cristão, pois a ação política é “das formas mais altas de caridade”.

  • Um papa esquecido

    Não estou muito a par, mas me parece que um importante aniversário foi esquecido. Mês passado, completaram-se 50 anos da morte de João 23. Deve ser calhorda comemorar mortes, mas é uma forma, razoavelmente decente, de outros homens lembrarem e cultuarem aqueles que realmente merecem. E poucos homens mereceram tanto quanto Angelo Roncalli, um camponês grosso e quase inculto que chegou ao Papado de surpresa e, de surpresa em surpresa, mudou não apenas o perfil da Igreja, mas influiu de tal forma em seu tempo que também mudou o século.

  • Um anti-Ratzinger?

    O que fazer com as meninas simpáticas que vêm me dizer: “Estou apaixonada pelo Papa”? Só posso responder que elas têm razão, que este senhor argentino, largo de corpo, levemente barrigudo, é digno de todo o nosso amor, porque é tão evidente que ele é bom, é honesto, é um pai espiritual...

  • Milagres eletrônicos

    As novidades, no campo da informática, são diárias. Ou mesmo de minuto a minuto se toma conhecimento de algo surpreendente, em termos de avanço científico e tecnológico.

  • Além da retórica da pobreza

    O Papa dos confins faz, agora, ao Brasil, a primeira viagem fora do cenário de Roma, na busca da sintonia com o nosso tempo. Depois do Vaticano II, investe-se da responsabilidade de um recado, e esse não pode escapar ao profético, no magistério da Igreja. No capital de expectativa que granjeou, só reforça a sutileza nos gestos, ao lado das palavras e da visão implacavelmente pública de cada um de seus passos. Soube, já, evitar a retórica fácil da simplicidade, no manter um cotidiano, tão seu, do ex-arcebispo de Buenos Aires, no descarte do luxo pontifício, desde a troca da cruz peitoral.

  • A máquina petista de Dilma

    Uma pesquisa acadêmica sobre a elite da administração pública, os ocupantes de cargos de Direção e Assessoramento Superiores (DAS) níveis 5 e 6 e de Natureza Especial (NE) - 1.146 nomeações nos governos Fernando Henrique, 1.150 no primeiro governo Lula da Silva e 1.198 no segundo e 1.233 nomeações entre 1º de janeiro de 2011 até o fim de dezembro de 2012 no governo Dilma Rousseff – coloca luz sobre as relações partidárias, sindicais e políticas das nomeações e traz uma novidade intrigante, diante da crise de relacionamento entre ela e o PT: a presidente Dilma fez o mais partidário dos governos petistas.

  • Pensamentos Franciscanos

    Em termos de pensamento religioso, o papa Bergoglio poderia ser considerado (se é que essas classificações têm algum valor) um “conservador flexível”, um defensor do que já se chamou de “ortodoxia positiva”: fidelidade à doutrina da Igreja temperada por uma avassaladora humanidade.

  • O Estado e a sociedade

    O primeiro governo Lula representou uma experiência inédita de inovação no recrutamento nas bases partidárias, sindicais e locais. Nas áreas de gênero e etnia (afrodescendentes) também iniciou um padrão de crescente participação, todavia, em patamares ainda irrisórios.

  • O papa e o povo

    Por motivo de edição, escrevo esta crônica dois dias antes de terminar a Jornada Mundial da Juventude. Não dá para fazer um comentário completo, mas já tenho alguns elementos para um juízo pessoal e, tanto quanto possível, isento do grande evento que o Rio está vivendo.

  • O Estado laico

    Quando acontecem, no Brasil, fenômenos religiosos da proporção do que vemos agora, e isso exige algum tipo de participação dos poderes públicos, sempre aparece alguém para lembrar que o estado é laico, e que essa participação é espúria. Me parece uma interpretação muito rigorista.  O estado é laico, sem dúvida, mas a cultura brasileira está impregnada de simbolismos religiosos, bastando lembrar o desfile das grandes festas que são o Natal, a Páscoa, as festas juninas. Quando voltamos às origens da nossa história, o que vem à cabeça? O quadro famoso da Primeira Missa no Brasil; o fato de que a terra recém-descoberta chegou a se chamar Terra de Santa Cruz; os nomes de santos que estão por toda parte: São Paulo, São Vicente, Espirito Santo, Santa Catarina ...