
Presença de Angola
Dou as boas-vindas à escritora angolana Isabel Ferreira, que teve agora seu livro "Fernando D'Aqui" editado no Brasil e vem, com ele, revelar a luta pela adaptação de uma língua européia à literatura nacional de seu país.
Dou as boas-vindas à escritora angolana Isabel Ferreira, que teve agora seu livro "Fernando D'Aqui" editado no Brasil e vem, com ele, revelar a luta pela adaptação de uma língua européia à literatura nacional de seu país.
Jornal aqui do Rio publica foto do local onde vivia um dos traficantes mais procurados pela polícia carioca, um tal de Sassá, 34 anos, que lidera o tráfico em 11 favelas, responsável pela maioria dos confrontos que provocaram interdições nas linhas Vermelha e Amarela.
Passei em Paris e na Côte d’Azur 15 dias. Fui espairecer com civilização e cultura na mais encantadora das regiões que conheço, onde passei os melhores anos de minha vida. Venho falar de Paris por chegar de lá e dos reencontros entre polícia e populares, a primeira defendendo a ordem e os segundos querendo como, se vê, a desordem.
O jornalista José Nêumanne pergunta em seu artigo de ontem no jornal O Estado de S. Paulo se vale uma crise pela cassação de José Dirceu. Respondo: não vale a pena.E nem haverá crise, pois o personagem é um arrivista da política, um militante da esquerda clássica, acorrilhada ao fidelismo cubano. É um conhecido militante de identificação democrática duvidosa.
Dezembro chegou e, um pouco antes dele, chegou a árvore de Natal daqui da Lagoa. Não tenho certeza, mas acho que é a décima vez que a colocam ali, boiando e iluminando todo o conjunto formado pelas montanhas que circundam aquilo que a geografia escolar nos ensina como uma porção de água cercada de terra por todos os lados.
Citei o axioma de Rui Barbosa várias vezes, mais vou citar mais uma vez, por ser oportuno fazê-lo. Escreveu o grande tribuno: O mal grandíssimo e irremediável das instituições republicanas consiste em deixar exposto à ilimitada concorrência das ambições menos dignas o primeiro lugar do Estado e, desta sorte, o condenar a ser ocupado, em regra, pela mediocridade .
Tema recorrente da pintura universal, o mar tem dois representantes na arte brasileira: José Pancetti e Sylvio Pinto. O primeiro, mais divulgado e enaltecido, prendeu-se ao tema pelo fato de ter sido marinheiro e por se fixar em praias geralmente desertas, captando da paisagem marinha a luz e a solidão. O segundo, mais abrangente e humano, buscou no mar a sua fonte mais funda e complexa. Suas marinhas - que continuam disputadas por museus e colecionadores - nem sempre são parecidas com as de Pancetti. Vez ou outra, os dois (que foram amigos e companheiros) adotam a mesma perspectiva, a mesma luz, o mesmo sentido pictórico.
Em Iguaçu, demos o primeiro arranco. Em Iguazú, 20 anos depois, celebramos os resultados.Diz a sabedoria popular que as semanas passam muito devagar e que os anos correm mais rapidamente que as águas do vertedouro de Itaipu.
A chegada ao fim do ano é já a de uma prática política que mereça o seu prêmio, sempre mal lido pelos panteões sôfregos do sucesso de um governo. Pela bolsa-família e sua irradiação, pela acolhida reforçada de Lula no Brasil de base, pela perda de pé das dramatizações mediáticas, o real concreto parece garantir-se do passo adiante. Apesar do que até diga Lula, em função do que porta como testemunho da sintonia medular de um outro Brasil e força da sua dessofisticação às vertigens, agonias do "Brasil-bem", indignado, repetido.
Poderia parecer uma vingança pessoal e política. Foi mais do que isso. Assisti pela TV aos discursos de Babá e Luciana Genro pouco antes da votação que cassaria o mandato de José Dirceu. No tom de voz de ambos havia, sim, alguma coisa de pessoal, nem mesmo o discurso principal da noite de quarta-feira, que foi o do interessado, teve elementos para transcender o fato político e atingir o território mágico da emoção.
YAMAMOTO TSUNETOMO (1659-1719), depois de servir durante muitos anos como samurai, resolveu narrar tudo aquilo que aprendeu para Tsuramoto Tashiro, um de seus discípulos. O resultado dessas conversas transformou-se no livro “Hagakure”(Escondido atrás da folhagem), que conseguiu resistir à passagem do tempo e ainda hoje é atual. Relendo o texto, eu me dei conta de que grande parte dos ensinamentos ali contidos podem ser aplicados à nossa vida diária. Um samurai, como sabemos, era um guerreiro com um código de conduta (conhecido como bushido) baseado em três pontos importantes:
A voz rouca das ruas é fogo. Estou saindo da pastelaria aonde vou neuroticamente toda santa noite e compro uma porcariada que não tem mais tamanho, pego minha sacolinha, uma voz me chama, é uma jovem senhora que decidiu interpelar-me.
Comentei há dias o "fico" de Dom Pedro, príncipe regente, quando os patriotas o procuraram para solicitar-lhe que ficasse no Brasil. O príncipe ficou e proferiu o famoso "fico", por mim citado recentemente, pois o presidente Lula da Silva, ao que parece, vai ficar. E comentei o "fico" de Severino Cavalcanti, que pelo visto não tinha consistência, pois o ex-presidente da Câmara dos Deputados não ficou: teve morte política.
Um pequeno acidente em casa e precisei chamar, entre outros quebradores de galho, um envernizador que atende pelo nome de Adhemar, isso mesmo, Adhemar com "h", que me parece mais solene e confiável do que um Ademar.
Quando os Beatles estouraram, com aqueles cabelos e com a musicalidade jamais igualada pelos seus sucessores, parecia que a contestação de costumes, temas e acordes chegara ao máximo. Otto Maria Carpeaux, que não canso de citar, e que conhecia música a fundo, fez uma profecia: "Daqui a alguns anos, as músicas deles serão tocadas no salão de chá da Confeitaria Colombo."