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Artigos

  • Votar em quem e para quê?

    O GLOBO (Rio de Janeiro - RJ) em, em 22/09/2002

    Suspeitamos, muita gente e eu, que uma grande percentagem dos eleitores brasileiros, maior talvez do que se subestime na base do palpite, iria para a praia, o piscinão, o clube ou à pracinha, se não fosse obrigada a votar. Direito estranho esse, criação surrealista de nossa imaginação política, ou adaptação do que vigora, ou vigorou, em algum país que consideramos exemplar, ou seja, quase todos. É direito, mas, ao mesmo tempo, dever. Na verdade, esse “direito” seria perfeitamente dispensável, já que, de acordo com o que ouvimos, não se pode nem ir ao banheiro sem estar quites com a Justiça Eleitoral, ou seja, sem poder brandir o papelucho que recebemos depois de votar.

  • Dom Lucas, o apóstolo

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro - RJ) em, em 18/09/2002

    Tínhamos um apóstolo entre nós. Perdemo-lo. A missão apostolar de Dom Lucas Moreira Neves, exerceu-a ele na sua vida normal de sacerdote, mas também no haver levantado, nos seus escritos, a memória de sua terra e de seu povo. Memória é base, sem ela caem as estruturas que nos fazem gente. A memória ilumina a sombra, passa por cima da nossa temporalidade, país sem memória está morto, e não sabe. A memória, guardamo-la em pedra ou música, em pergaminhos, pinturas, pontes, castelos ou catedrais. Guardamo-la, principalmente, na palavra.

  • Réquiem para Dom Lucas

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro- RJ) em, em 17/09/2002

    Há dois anos, dia 9 de julho de 2000, recebi uma das minhas primeiras missões na ABL, que foi justamente a de representá-la, e ao seu então presidente, o Acadêmico Tarcísio Padilha, nas comemorações do Jubileu da Ordenação Sacerdotal de Dom Lucas Moreira Neves, realizadas na sua cidade natal de São João del Rey. Quando lá cheguei, a convite de D. Risoleta, participei de um jantar, no Solar de Tancredo Neves, oferecido por Dom Lucas a um grupo de cardeais brasileiros, entre os quais, Dom Eugênio Sales, Dom Paulo Evaristo Arns e Dom Aloísio Lorscheider.

  • Os aprendizes

    Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 14/09/2002

    Esse caso passou-se, faz tempo, pouco depois de nos mudarmos para o Leblon, que era ainda um bairro amorável e tranqüilo, sem grades nos edifícios - aliás, poucos edifícios e ainda muitas casas com jardim e quintal. Hoje, não sei se foi o Leblon que mudou, mas quanto a mim, sei que mudei muito, quase não saio de casa e, em sã consciência, não posso dizer se é melhor agora ou era melhor então.

  • Cultura e linguagem

    Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 14/09/2002

    O problema da linguagem, desde Saussure, adquiriu um papel singular na história das ciências até culminar na afirmação de que cada ciência tem a sua linguagem e, mais ainda, que, no fundo, ela se confunde com a sua própria linguagem.

  • Fonte da saudade

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 10/09/2002

    Não ia para aqueles lados há muito tempo. À direita do prédio em que moro, há uma rua que desemboca na Lagoa. No final dela, antes que uma curva a transforme em outra rua, tem uma fonte que, não sei por que, se chama "da Saudade".

  • Panorama eleitoral da ilha

    O GLOBO (Rio de Janeiro - RJ) em, em 08/09/2002

    Estive em Itaparica até o fim de semana passada e receio que não temos grandes novidades em relação ao assunto que parece ocupar todo o noticiário, ou seja, as eleições presidenciais. Quanto às estaduais, há um certo movimento, com carros de som desfilando e tocando jingles e praticamente todas as paredes pichadas, como recomenda a boa democracia, inclusive no Rio e São Paulo. Nesse ponto, nos igualamos a todas as grandes metrópoles. Em relação à Presidência, contudo, receio que não haja paixões desenfreadas. Mas participei de debates eventuais no Mercado Municipal Santa Luzia, principal centro de negócios da cidade, e de lá trago algumas lembranças, bem como do bar de Espanha, um dos mais importantes centros de reuniões na nossa zona central.

  • A vida em pedaços

    Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 07/09/2002

    Essas moças e moços - quase sempre muito jovens -, que de vez em quando aparecem para me entrevistar, perguntam sempre - quase sem exceção - como foi que comecei a escrever. Esperam que eu diga o momento exato em que me apareceu a vocação, se foi de dia ou de noite, se comecei a escrever o livro, direto, e fui até o ponto final, e por aí vai. Perguntam muito também sobre a minha vida, o que aconteceu, e depois, e depois, e depois... Tento explicar, na medida do possível, que a vida da gente não é uma seqüência, como numa história em quadrinhos, em que um fato acontecido num quadro tem a sua lógica no quadro seguinte; e que a nossa memória também não é uma coisa contínua, uma lembrança sucedendo a outra. Eles ficam meio decepcionados, mas procuro satisfazê-los contando alguma coisa da minha vida. Pelo menos os pedaços de que me lembro.

  • Todos falam no professor

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 04/09/2002

    Não se pode exigir harmonia de pensamentos entre os candidatos à presidência do nosso País. Cada um vem de uma escola, tem determinada experiência, e sonha com soluções que podem ou não ser exeqüíveis. Algumas idéias são coincidentes, o que é natural, pois sofremos influências do revelo de outras nações, fato que se agravou com a ilusão de que a globalização nos levaria ao melhor dos mundos.

  • Campanha presidencial

    Diário do Comércio (São Paulo - SP) em, em 04/09/2002

    Está muito bem que os candidatos à sucessão do sr. Fernando Henrique Cardoso sigam as determinações, ou ordens mesmo, de seus marqueteiros, pois foram contratados exatamente para esse fim. É o que estamos observando. Quem acompanha o périplo dos candidatos, pelo Brasil inteiro, um no Rio Grande do Sul, outro no Amazonas, outro no Rio de Janeiro, outro em Minas e assim por diante, vê-se que devemos considerar duríssima uma campanha política como a da sucessão presidencial.

  • Eles têm razão

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 04/09/2002

    O debate da segunda-feira com os quatro candidatos presidenciais se engalfinhando num palavrório que beirou o baixo calão, lembrou um pouco aquelas lutas de vale-tudo, onde vários brutamontes se enfrentam e, na base marmelada, em certo momento três deles resolvem encher de bolachas o quarto, que faz papel de vítima.

  • Memória de um repórter político

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 03/09/2002

    Já está nas livrarias o novo livro do jornalista Villas-Boas Corrêa, "Conversa com a memória", que nele faz um retrospecto e dá um autorizado depoimento acerca dos últimos 50 anos da política brasileira.

  • A nave em perigo

    Estado de São Paulo (São Paulo - SP) em, em 31/08/2002

    Já se vão dez anos daquela reunião ecológica, codinome Eco-92, que nos deixou tão vaidosos com a cara limpa e florida do Rio. É verdade que precisou botar canhões do Exército apontando para a favela da Rocinha. Mas como mudou a Rocinha! Hoje já tem a categoria de bairro, um bairro operoso e próspero, que até já exporta moda e modelos para o exterior.

  • Cavaleiros do Apocalipse

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro - RJ) em, em 29/08/2002

    O Apocalipse, último livro do Novo Testamento, é uma obra que há 2 mil anos desafia o conhecimento humano. Revelação do apóstolo João na ilha de Patmos? Compilação de diversos apocalipses que foram transmitidos por relato oral ao longo da Ásia Menor?

  • Formando opiniões

    O GLOBO (Rio de Janeiro - RJ) em, em 25/08/2002

    Como já disse aqui, não gosto de ser chamado de “formador de opinião”. Não me agrada ser um cidadão como outro qualquer que, apenas por escrever uma coluna de jornal, ambiciona mudar a maneira de as pessoas pensarem. E nem creio que consiga isso, pois as opiniões costumam ser consideradas boas se coincidem, ainda que parcialmente, com as de quem é exposto a elas. Quem concorda comigo já concordava antes. Talvez sem perceber, mas concordava. Quem discordava vai continuar a discordar, talvez até com mais veemência.