
O satânico Dr No
Questão que não tem resposta: a ficção copia a realidade ou a realidade imita a ficção? Não tenho opinião sobre o assunto. Há casos comprovando uma e outra teoria.
Questão que não tem resposta: a ficção copia a realidade ou a realidade imita a ficção? Não tenho opinião sobre o assunto. Há casos comprovando uma e outra teoria.
Reconheçamos em Lula um político honesto, um paladino da ética, que ele não conhece nos seus fundamentos - presidente que se preocupa com a honra.
Dois livros novos de Clarice Lispector vêm reafirmar a poderosa presença dessa escritora em nossa literatura. Um deles, "Aprendendo a viver", de 128 páginas, consta de textos extraídos de livros seus, cada um valendo por si, independente do contexto, de que foi extraído. Eis um deles: "Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente". Outro: "Você de repente não estranha de ser você?" E este: "Mas eu não sabia que se pode ser tudo, meu Deus!"
Alguns leitores reclamaram de crônica publicada neste espaço, quando afirmei e reafirmei que a maioria da população brasileira, ao contrário do que a mídia e os políticos estão dizendo por aí, não está escandalizada e muito menos ligada aos escândalos que provocaram a crise nacional mais importante dos últimos anos.
Escrevi, mais de uma vez, a opinião do barão Louis, ministro da economia do imperador francês Napoleão III, sobre crises políticas: "Dai-me, disse ele, boa política que eu lhes darei boa economia".
Cantor vende suas ações "antes da fama". Um jovem de origem indiana que mora em Londres conseguiu arrecadar dinheiro suficiente para dar o pontapé inicial em sua carreira ao vender ações de suas futuras royalties no site de leilões e vendas eBay. Shayan, de 27 anos, insiste que o esquema serviu para evitar a tradicional rota de envio de fitas de demonstração às gravadoras. "A coisa mais difícil é chamar a atenção das pessoas", disse. Em entrevista à BBC, o cantor contou que precisava de dinheiro para comercializar as suas músicas, que são "ótimas". Folha Online, 19.07.2005
Está completando 80 anos o influente jornal do Rio de Janeiro, O Globo. Fundado por Irineu Marinho, respeitável jornalista, na antiga capital federal, em pouco tempo passou à direção de seu filho primogênito Roberto Marinho. Este foi uma revelação, por ter assumido a direção do jornal elevando-o à situação altamente louvável de um dos mais importantes órgãos de imprensa do País, durante todo o curso dessa venerável idade longeva para qualquer empresa no Brasil, sobretudo na faixa da imprensa.
Semana passada, morreu Jair Rosa Pinto, aqui no Rio, cidade que ele encantou com o maravilhoso futebol que jogou durante quase duas décadas (1940-1950). Com perdão de Pelé e Garrincha, considero Jair, ao lado de Didi, os dois maiores craques que meus olhos viram jogar.
"Minha vida era um palco iluminado/ Eu vivia vestido de dourado/ Palhaço das perdidas ilusões."
Tenho tido a impressão de que, no meio de toda a confusão em andamento no país, há uma tendência a cultivar-se uma certa compaixão pela situação do presidente da República. Ele é visto e descrito como isolado, abandonado e traído e cheguei a ler diversas vezes que nem mesmo quer falar com correligionários e colaboradores históricos, tais como o dr. Genoino e o dr. Dirceu. Não sei se é verdade e o sentimento de compaixão pelo semelhante é dos mais nobres que a natureza humana pode abrigar. Mas, no caso, não compartilho desse sentimento, até mesmo porque o presidente até agora não deu ousadia aos súditos de explicar sua posição no imbróglio, nem parece estar disposto a dar. Quem quiser que especule sobre se ele sabia de todo ou de parte do esquema de corrupção que continua a ser exposto. O jeito com que ele aparece em público é o de quem não está nem aí e tem pouco ou nada a ver com os escândalos que envolvem seu partido e acontecem durante sua gestão.
O HOMEM RESOLVEU PARTIR EM busca de Deus. E foi atrás dos mestres, que diziam conhecer profundamente as razões pelas quais o Universo havia sido criado, e prometiam explicar o que Deus queria da humanidade.
Tanto a CPI como a mídia em geral estão cometendo um erro tático (ou conveniente) na tentativa de apurar o esquema de corrupção que traumatiza a nação. Mídia e CPI caminham juntas, uma alimentando a outra e ambas se perdendo na dimensão horizontal do escândalo, esquecendo a sua verticalidade.
Há mais de três décadas tanto no exercício de mandatos legislativos, de funções nos órgãos de direção partidária, quanto no desempenho de cargos no Executivo - estadual e federal - venho me dedicando ao cumprimento de agenda que concorra para o aggionarmento de nosso modelo institucional. A persistência com que tenho abordado as questões dessa natureza se quadra na convicção de que a reforma política - sempre preconizada, nunca priorizada - é a mais relevante das transformações de que necessita o país, posto que indispensável à governabilidade, de que depende, em última análise, o sucesso de todas as demais.
Nunca tinha ouvido falar em Artur de Oliveira (1851-1882). Pelas datas de seu nascimento e de sua morte, fica difícil incluí-lo entre os suspeitos de pagar ou receber o "mensalão". Seria espantoso se fosse convocado a depor em qualquer das CPIs existentes.
A crise do Planalto se vê dominada pelo enfoque ético e as reparações cobradas ao situacionismo brasileiro para retorno à normalidade do Governo Lula. O que, para tal, logo sai de cena é a ribalta petista da Paulicéia, onde parecia jogar-se sempre o futuro do regime, e o rondó de seus nomes favoritos. Seria mesmo de perguntar-se se o vaivém destas lideranças - culminado no impasse da eleição de Severino para presidente da Câmara - não refletia as primeiras escaramuças para saber-se qual o delfim ao governo de São Paulo, na pugna entre Mercadante, Dirceu, Genoíno ou João Paulo Cunha. A nova Presidência do PT, entregue a Tarso Genro, reflete uma estratégia de poder, que retorna a uma visão de projeto, arraigada na defesa do partido diferente, e vai até o real questionamento dos modelos de mudança a partir de um verdadeiro escrutínio das alternativas à globalização.