Quem manda
Quem conhece a história da Revolução Francesa sabe que foi no Jeu de Paumes que surgiram as Assembléias Deliberativas, vigentes até hoje na organização política de todas as nações.
Quem conhece a história da Revolução Francesa sabe que foi no Jeu de Paumes que surgiram as Assembléias Deliberativas, vigentes até hoje na organização política de todas as nações.
Nunca havia pensado naquilo. Já trabalhava em jornal, sabia algumas coisas e julgava saber outras. Dico, grande amigo meu, mamando um "Ouro de Cuba" (entre outras coisas, ele me ensinou a fumar charutos), me fez uma pergunta que eu não soube responder: "Você já imaginou se no céu soasse um gongo gigantesco e, a partir daquele momento, pelo espaço de apenas dez minutos, só se pudesse dizer a verdade? Como seria o mundo, como seríamos nós mesmos após os dez minutos da verdade?".
O professor Miguel Reale, meu velho amigo e bi-confrade na Academia Brasileira de Letras e na Academia Paulista de Letras, e companheiro no Instituto Brasileiro de Filosofia, do qual é o fundador, advertiu, em artigo publicado pela revista Digesto Econômico , aos seus inúmeros leitores, para um crime político em processo, como o crime praticado pelo Partido Comunista na extinta União Soviética, pelo nazismo na Alemanha e pelo fascismo na Itália.
Pedro II andava em viagem por Minas Gerais quando visitou Bernardo Guimarães, em Ouro Preto. O romancista de A escrava Isaura procurou a melhor forma de homenagear o imperador. Ordenou a duas de suas filhas, Constança e Isabel, que levassem ao visitante, numa bandeja de prata com incrustações douradas, o conjunto de suas obras.
Na virada de página da crise, o Planalto, ao receber a bancada petista, sufragou a idéia de que os membros do PT objeto do denuncismo possam desde já renunciar ao mandato e manter, pois, a capacitação política para reeleger-se. As condições do impasse, pastelão cívico, superaram o momento de uma cobrança pública e exigem o ir adiante do governo no seu compromisso de fundo.
Não lembro quem disse, deve ter sido algum filósofo pré-socrático ou letra de algum rock dos anos 60 que não fez sucesso: há poucas razões para viver em paz e muitas para viver em guerra. Nada a ver com a luta pela vida em si. O poeta maranhense afirmou que viver é lutar: a "struggle for life" que acompanha a humanidade desde a sua expulsão do Paraíso terrestre.Compreende-se que devemos ganhar o pão com o suor do nosso rosto, cumprindo a maldição que merecemos pela audácia de provar os frutos da árvore do Bem e do Mal. O problema é que, além da árvore em si, plantada à nossa frente para nos desafiar ("coma deste fruto e serás igual a Ele"), criamos outros desafios que nem chegam a ser árvores, mas capim rasteiro e estéril.
As eleições do PT definem o futuro do partido. Parou o faccionalismo. Saíram as estrelas e o próprio Raul Pont reitera que continuará na legenda. É toda uma volta ao bom senso básico de fazer a história e compreender, especialmente por um partido da mudança, o que representam os deveres da vigência. Mencheviques jamais constroem um futuro. E chega a espantar, afinal, o número reduzido de dissidentes que, de fato, se transformaram em refratários em vez de perseguir novos rumos, dentro da continuidade, no dia-a-dia, renunciando às purgas da primeira vociferação.
As crises políticas que têm marcado nossa história são brasa dormida para queimar, como marcam a história na maioria dos países. É próprio do homem conviver com crises e delas tirar lições de conduta.
Entre os filósofos dos últimos dois séculos que pensaram em marcar para sempre o nosso pensamento, nenhum está, como Nietzsche, tão perto de alcançar essa meta. Os livros que hoje se publicam sobre ele abarcam todo o vasto campo em que a filosofia se mostra intimamente ligada ao homem como dono do seu destino, ou não.
Acabo de sofrer duro golpe do destino. Sempre acreditei num mundo cada vez pior e num homem igualmente pior. Tinha motivos históricos e pessoais para tanto e tamanho pessimismo, mas eis que dou a mão à palmatória e o pescoço à guilhotina: estamos salvos.
Paris, 3 de Outubro. O que impressiona nos quadros políticos da França é a formação cultural da quase totalidade dos membros da Assembléia Nacional e do Senado da República. É comum na relação de nomes dos representantes com assento nas duas câmaras ver os títulos de que são possuidores. Como Giscard D’ Estaing, que tem cinco títulos, Chirac, com três e Mitterrand, que também tinha três. Portanto, um país onde as câmaras de representação popular são constituídas de pessoas altamente dotadas de ciências e letras, que as habilitam conhecer em profundidade os problemas nacionais e internacionais relacionados à França.
Semana passada, no canal espanhol da NET, assisti a nutrido documentário sobre a atual situação do Brasil, com numerosos depoimentos de nossos políticos, intelectuais, artistas e assemelhados. Excelente trabalho profissional da equipe que a TV espanhola nos mandou e, em linhas gerais, os depoentes deram conta do recado, uns mais, outros menos, com análises sinceras e, dentro do possível, patrioticamente possíveis.
Os franceses já estão se preparando para a sucessão presidencial de Jacques Chirac. Dois candidatos disputam a corrida eleitoral, o próprio Chirac, que acaba de sofrer um infarto, e Nicolás Sarkozy. Chirac é conhecido, é um velho palmilhador de caminhos políticos, uns ásperos e outros suaves. Nicolás Sarkozy é descendente de húngaros, pelo que li em sua breve biografia. Tornou-se, de repente, o querido dos meios de comunicação e em todas as sondagens de opinião ele vem em primeiro lugar. Está agora num ministério que tem sob sua responsabilidade a polícia e onde pode sobressair ainda mais. Não será exagero de minha parte prever o seu sucesso eleitoral.
Poucas vezes testemunhei tamanha confusão em relação a um problema de interesse geral como nessa história do Sim ou do Não para um artigo do chamado Estatuto do Desarmamento. Concluí, em visão talvez simplória, que não iam desarmar os bandidos, que iam fomentar toda uma economia delinqüente em torno do tráfico ilegal de armas e munições e que tais circunstâncias me justificariam dizer “não” à diabólica pergunta a que vamos ter de responder. Assisti a discussões de pessoas esclarecidas, que não conseguiam avaliar o significado de um “sim” ou “não” na hora do voto. O que o “sim” significava para uns queria dizer o contrário para outros. Vi gente quase sair no tapa por causa disso e eu mesmo me peguei cheio de incertezas bem na hora em que começava a achar que tinha certeza.
MAIS ALGUMAS HISTÓRIAS DOS padres que viviam nos arredores do monastério de Sceta, em Alexandria, no Egito, logo no início da era cristã. Estas histórias foram coletadas no “Verba seniorum” (A palavra dos mais velhos) e sobreviveram ao tempo e às perseguições, mostrando que os valores humanos sempre terminam prevalecendo.