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Artigos

 
  • Rumo ao precipício

    O Globo, em 24/05/2022

    O ex-governador de São Paulo João Doria tomou uma atitude que já estava madura ao renunciar à candidatura à Presidência da República, mas deveria ter se antecipado à cúpula do PSDB, que agora está às voltas com a pressão interna para que o partido tenha um candidato próprio. Não se trata mais de disputar a Presidência com Lula, Bolsonaro, Ciro Gomes. Trata-se, isso sim, de tentar salvar a própria sigla do desastre anunciado.

  • Em busca do ouro

    O Globo, em 22/05/2022

    Desde que Elon Musk, o homem mais rico do mundo, anunciou seu interesse pelo controle do Twitter, Bolsonaro e seus seguidores comemoram, dando à transação comercial uma conotação política de favorecimento à liberdade de expressão, o que agrada ao bilionário, que tem uma visão bastante libertária do que isso seja. Tanto que pretende reabrir as contas do ex-presidente Donald Trump, que se utilizou das redes sociais, especialmente o Twitter, para insuflar a invasão do Capitólio para impedir que o Congresso americano validasse a vitória do democrata Joe Biden na eleição presidencial de 2020.  

  • As mães de cada um

    O Globo, em 22/05/2022

    Leio sempre as cartas de leitores às publicações que leio. Elas são escritas por necessidades às vezes difíceis de se avaliar, mas me faz bem lê-las. No último Dia das Mães, lembrei-me de um recorte que guardo há dois anos. Publicada durante o anúncio inaugural da pandemia, no início de 2020, a carta de Sergio Alves, leitor de O GLOBO, dizia assim:

  • Duas noites espantosas

    O Estado de S. Paulo, em 22/05/2022

    Não fosse a crônica de Sérgio Augusto, eu passaria batido por uma noite histórica. A da estreia em São Paulo de Deus e o Diabo na Terrado Sol, em 1964, antes do golpe. Foi no Cine Windsor, na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua do Boticário. Na época, uma das salas de luxo do centro. Hoje, nem sei se aberto, depois de total decadência e muitos pornôs.

  • Um novo sabor

    O Globo, em 19/05/2022

    Durante a Guerra das Malvinas, o genial escritor argentino Jorge Luis Borges a definia como “lutas de carecas por um pente”. É o que acontece com a terceira via, que até agora não demonstrou ter cabelo suficiente para se pentear, mas briga entre si por uma brecha na polarização entre Bolsonaro e Lula, a tal ponto que não sobrou nada da musculatura que, imaginava-se, poderia ter quando ainda era um grupo forte, com o União Brasil de cofres forrados de dinheiro dos fundos partidário e eleitoral.

  • Forças desarmadas

    O Globo, em 15/05/2022

    As Forças Armadas andam muito suscetíveis às críticas que recebem das “forças desarmadas”, expressão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral(TSE) ministro Edson Fachin que provocou mais um impasse retórico entre os militares e o Judiciário. Quando disse que “quem trata das eleições são as forças desarmadas”, Fachin tinha um objetivo claro: advertir que não serão admitidas, dentro dos marcos legais, interferências  externas no sistema eleitoral das urnas eletrônicas.

  • A volta da Cinemateca

    O Globo, em 15/05/2022

    Desde que os primeiros europeus botaram os pés na América, em 1492, ficou combinado entre eles que só havia canibais entre os indígenas do Novo Mundo. De volta à Europa, os caronas de Cristóvão Colombo espalharam essa história por onde andavam. Pouco depois, Pedro Alvares Cabral aportou mais ao sul do mesmo continente desconhecido e seus embarcados adotaram o mesmo discurso que devia ajudar a afastar aventureiros daquelas preciosas “descobertas”. A coisa não pegou, o gosto da aventura e do enriquecimento rápido era mais poderoso que o medo de ser comido pelos canibais americanos.

  • Bolsonaro e suas marionetes

    O Globo, em 12/05/2022

    O presidente Jair Bolsonaro, em meio à crise entre as Forças Armadas e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em razão dos questionamentos reiterados, alguns até já respondidos, do representante dos militares na Comissão de Transparência das Eleições (CTE) sobre as urnas eletrônicas, abriu o jogo num “sincericídio” que lhe é peculiar. Disse que, como comandante em chefe das Forças Armadas, seu representante na comissão só poderia seguir suas orientações. Com isso, assumiu a autoria da tentativa de desacreditar o sistema eleitoral brasileiro com questionamentos sem base técnica, muitos fora do prazo legal.

  • A primeira escolha

    O Globo, em 10/05/2022

    A ignorância dos fanáticos não admite as nuances próprias da democracia. Para eles, é preto ou branco. Nós ou eles. Amigo ou inimigo, num pastiche tropical da tese do jurista alemão Carl Schmitt, referência do pensamento político autoritário. Lula e Bolsonaro são populistas acostumados a seguidores cegos, e os que os criticam são inimigos.

  • A livre escolha

    O Globo, em 08/05/2022

    Não há nenhuma razão para quem não é lulista votar no ex-presidente no primeiro turno, nem mesmo dizer nas pesquisas que votará nele. Mesmo que se queira impedir a reeleição de Bolsonaro, e essa é uma tarefa dos democratas, não é preciso apressar o passo, pois a eleição tem dois turnos exatamente para evitar que um presidente seja eleito pela minoria dos eleitores. O raciocínio vale para os antipetistas que escolherão Bolsonaro, apesar de tudo.

  • Uns tempos estranhos

    O Globo, em 05/05/2022

    Os tempos que estamos vivendo podem favorecer que situações impensáveis numa democracia sejam normalizadas, como se fizessem parte de um diálogo saudável. Não há nada de saudável, no entanto, no envolvimento de militares no debate das urnas eletrônicas ou na declaração do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, de que as Forças Armadas continuam “em estado de permanente prontidão” para o cumprimento de suas missões constitucionais. Se continuam, é porque já estão “de prontidão”, o que é preocupante e inexplicável.

  • Máquina do tempo

    O Liberal (PA) / O Globo, em 03/05/2022

    Nos anos 1990 ficou famosa no Rio a história de um velho comunista que, para comemorar os 60 anos, soprou as velinhas colocadas sobre confeitos em forma da foice e do martelo e, em vez do tradicional 'Parabéns para você', foi saudado pelos amigos com o hino da Internacional Socialista. Já àquela altura, com a queda do Muro de Berlim, era um ato simbólico extemporâneo de antigos membros do Partidão, um saudosismo inofensivo, quase juvenil.

  • A morte o que é?

    O Estado de S. Paulo , em 01/05/2022

    Para quem prega programação para tudo, a vida desmente. Tudo determinado, muda-se em um instante. Um mês atrás tive um encontro com Marco, pri-mo-irmão, mais irmão que primo, ele parecia ter vencido um câncer. Ao sair, combinamos nos revermos logo. Dez dias atrás estávamos com tudo pronto para irmos a Minas, queríamos o silêncio e o verde. íamos descer para o carro, veio a notícia, Marco tinha morrido.

  • Novos olhares da política

    O Globo, em 01/05/2022

    Foi-se o tempo em que a vitória do ex-presidente Lula nas eleições de outubro era dada como certa, e provavelmente no primeiro turno. Pesquisas recentes, feitas por diversos métodos e institutos, alertam para uma tendência de crescimento do presidente Bolsonaro, que em algumas delas já se aproxima de um empate técnico que os bolsonaristas acreditam que em julho estará superado a seu favor.

  • Eu não disse?

    O Globo, em 01/05/2022

    Não acredito nos argumentos viciados que começam com uma frase irritante, a afirmar a superioridade sobre o outro: “Eu não disse?”, diz o interlocutor infeliz que, embora em maus lençóis, ri do fracasso de quem não previu para onde estávamos indo. O que estão querendo nos dizer com um sorriso de satisfação, embora seja o sorriso do infeliz derrotado e humilhado, é que o outro é um imbecil que não percebeu o valor da intervenção feita no passado. Uma intervenção decisiva que, uma vez ouvida, nos salvaria da merda em que hoje rolamos.