Academia Brasileira de Letras lança Revista Brasileira na Livraria da Travessa de São Paulo
Publicada em 18/08/2022
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Publicada em 06/07/2022
Publicada em 25/05/2022
Mil Yanomami subnutridos, mais 700 mil mortos pela covid. Não é genocídio?
Difícil não foi ter descoberto a doença, mas sim ter dado com ela tardiamente, obrigando-me a mudar rotinas, vícios, hábitos aos 86 anos. Principalmente vícios, manias. Dizem que tudo se ajeita com boa vontade. Apontem um ser humano que tenha a noção absoluta de boa vontade. Ou não acredito na humanidade?
Livros registram catástrofes que nos assombraram ao longo dos tempos. Diques romperam em Brumadinho, mataram centenas de pessoas, famílias perderam tudo o que tinham, e ficou por isso. Caso nunca resolvido.
Passando pela Marginal Pinheiros, dei com a roda-gigante destinada a ser a maior da América Latina. Minúsculo pano vermelho (parecendo balãozi-nho) mostrava-se agarrado a uma das cabines. Estremeci, a memória me remeteu aos meus 22 anos. Em um domingo de 1958, eu voltava de um show, promovido pelo jornal Última Hora e dei carona para Marlene França, atriz baiana nascida em Uauá, descoberta aos 14 anos por Alex Viany em Rosa dos Ventos, lançado em 1957. Ela veio para São Paulo disposta a fazer carreira, e fez. Ao passarmos pelo Parque Shangai, no centro, vimos a roda-gigante. Ela arregalou os olhos: 'Lô' - assim me chamava -, 'vamos dar uma volta?'. Na entrada, outro pedido: 'Me dá um balão vermelho?'.