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Artigos

 
  • A planície e o planalto

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 31/07/2005

    Tanto a CPI como a mídia em geral estão cometendo um erro tático (ou conveniente) na tentativa de apurar o esquema de corrupção que traumatiza a nação. Mídia e CPI caminham juntas, uma alimentando a outra e ambas se perdendo na dimensão horizontal do escândalo, esquecendo a sua verticalidade.

  • A reforma política

    O Globo (Rio de Janeiro), em 30/07/2005

    Há mais de três décadas tanto no exercício de mandatos legislativos, de funções nos órgãos de direção partidária, quanto no desempenho de cargos no Executivo - estadual e federal - venho me dedicando ao cumprimento de agenda que concorra para o aggionarmento de nosso modelo institucional. A persistência com que tenho abordado as questões dessa natureza se quadra na convicção de que a reforma política - sempre preconizada, nunca priorizada - é a mais relevante das transformações de que necessita o país, posto que indispensável à governabilidade, de que depende, em última análise, o sucesso de todas as demais.

  • Saco de espantos

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 30/07/2005

    Nunca tinha ouvido falar em Artur de Oliveira (1851-1882). Pelas datas de seu nascimento e de sua morte, fica difícil incluí-lo entre os suspeitos de pagar ou receber o "mensalão". Seria espantoso se fosse convocado a depor em qualquer das CPIs existentes.

  • O Brasil de Lula e o País da crise

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 29/07/2005

    A crise do Planalto se vê dominada pelo enfoque ético e as reparações cobradas ao situacionismo brasileiro para retorno à normalidade do Governo Lula. O que, para tal, logo sai de cena é a ribalta petista da Paulicéia, onde parecia jogar-se sempre o futuro do regime, e o rondó de seus nomes favoritos. Seria mesmo de perguntar-se se o vaivém destas lideranças - culminado no impasse da eleição de Severino para presidente da Câmara - não refletia as primeiras escaramuças para saber-se qual o delfim ao governo de São Paulo, na pugna entre Mercadante, Dirceu, Genoíno ou João Paulo Cunha. A nova Presidência do PT, entregue a Tarso Genro, reflete uma estratégia de poder, que retorna a uma visão de projeto, arraigada na defesa do partido diferente, e vai até o real questionamento dos modelos de mudança a partir de um verdadeiro escrutínio das alternativas à globalização.

  • I´m sorry! (Desculpe!)

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 29/07/2005

    "Cinco balas em nossos corações" era a faixa que estava na estação de Stockwell, em Londres, onde tinha sido executado, por engano e pela Scotland Yard, o brasileiro Jean Charles, um mineiro de Gonzaga, seduzido pelo paraíso da emigração.

  • Sabia ou não sabia?

    Diário do Comércio (São Paulo), em 29/07/2005

    Ao depor na CPI dos Correios, a senhora Renilda, esposa de Valério, afirmou que José Dirceu sabia de empréstimos ao PT. Dirceu negou, embora tendo admitido que havia se reunido com diretores da "vaca leiteira" do partido, o Banco Rural. Não conheço o deputado, ex-ministro e por ser prestigiadíssimo do PT, José Dirceu. Conheço-o apenas de clichê de jornal e de jornais da televisão, mas ninguém ignora que quanto a político não é, propriamente, um coroinha, ausente da rotina política e dos corredores partidários, esses corredores que se transformam facilmente em labirintos.

  • O Barba Roxa e o Arruda

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 28/07/2005

    Estava em Salzburgo, acompanhando o festival que lá se realiza, peguei o carro, atravessei a fronteira da Áustria com a Alemanha e dei um pulo em Obersalzberg. Queria ver a formidável montanha Untersberg, famosa nas sagas germânicas. Uma lenda garante que nas suas entranhas, no seu ventre de pedra e neve, o imperador Frederico 1º ali está dormindo o seu sono de muitos séculos.

  • Passaporte do Brasil

    Diário do Comércio (São Paulo), em 28/07/2005

    Escrevi nos velhos tempos dos "Diários Associados" que o passaporte do Brasil como que tinha invisível, nas suas páginas, um filtro sedutor, por aninhar a esperança de uma terra dadivosa, já exaltada pelo primeiro cronista pela sua opulência e as oportunidades de enriquecimento. Fazer América era nos Estados Unidos e no Brasil. Infelizmente, acentuava eu nos artigos que escrevia sobre o assunto, essa fascinante sedução, que enriqueceu o mítico Matarazzo, fundador da dinastia, já está se apequenando, pois outras terras já embalam mais sonhos do que a nossa terra.

  • E agora Brasil de Lula?

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 27/07/2005

    Neste luxo único de crises deparamos um novo paradoxo reconhecido pela mídia brasileira. O PT despedaça-se tanto quanto Lula agüenta o tranco e mantém-se com um inédito capital político no país. Diante do rame-rame das nossas catástrofes de salão o novo desses dias mal começa a apontar. As manchetes repetem cansativamente que os miseráveis não se importam com o escândalo do ''mensalão''. E os vaticínios de que, afinal, Lula irá a um abate de popularidade não se confirmam frente ao ranço deste moralismo que se apossa periodicamente da classe média, que passou, desde 2002, a votar em Lula e ora fala como dona do pedaço. A fatura da decepção não tem nada a ver, nem se desconta no a que veio, de fato, o presidente. Nem o desestabilizará diante da confiança elementar em que, afinal, o Brasil dos destituídos dá outro compasso ao que seja a mudança brasileira.

  • O orgulho da presença francesa

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 27/07/2005

    Paris, nesta época do ano, troca os seus habituais moradores por 30 milhões de turistas que não se importam com o calor infernal. Neste clima, na cidade preparada para o frio, a Academia Francesa homenageou a sua co-irmã brasileira (ABL) com uma sessão solene sous la coupole (em sua belíssima sede), valorizada pela imponente cúpula de estilo clássico.

  • Quem matou Lineu

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 27/07/2005

    Pesquisa feita no início da última semana parece que surpreendeu a mídia em geral e a classe política em particular. Revelava que os escândalos causadores do trauma nacional não haviam afetado a imagem do presidente da República. Pelo contrário: ela crescera na estima e aprovação do eleitorado.

  • Esperança ameaçada

    Diário do Comércio (São Paulo), em 27/07/2005

    Na última reunião de Mesa Administrativa da Santa Casa, um dos irmãos mesários, ao responder ao meu cumprimento, disse-me que o mal maior praticado pela crise gerada pelo PT do presidente Lula foi ter dado origem à crestação da esperança, não só nas novas gerações que despontam, mas a todos nós que ainda cremos no Brasil. Dei-lhe a minha conformidade.

  • A marca do fim

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 26/07/2005

    Há menos de um mês, em encontro organizado por Cândido Mendes de Almeida em Paris, coube-me falar na Sorbonne, sobre "O romance no Brasil". Depois de uma introdução rápida sobre as raízes da arte de narrar, estudei a obra de dois narradores seminais da nossa literatura - José de Alencar e Manuel Antônio de Almeida - fixando-me, em seguida, em Machado, Raul Pompéia e Aloísio de Azevedo, para chegar a Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Graciliano, Adonias, Lúcio Cardoso, Otávio de Faria, Clarice Lispector, Cornélio Pena, João Guimarães Rosa, Érico Veríssimo, José Sarney, Ciro dos Anjos, Antônio Calado, Ariano Suassuna, Nélida Pinõn, Inácio de Loyola Brandão, Campos de Carvalho.

  • A crise e os sapos

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 26/07/2005

    Deixando de lado as miudezas dos escândalos que traumatizam a vida nacional, é hora de fazer um balanço, ainda que provisório, do governo de Lula e do PT, com a perspectiva de dois anos e meio de um mandato de quatro -o que já é bastante.