
O que diria Maquiavel?
Após a catástrofe dos plebiscitos de França e Holanda, os estrategistas da União Européia poderiam perguntar-se da indagação que, retrospectivamente, Maquiavel lhes faria. Por que a insistência na consulta popular, para levar adiante a Carta, e não a simples ratificação pelos Parlamentos nacionais? Não foi outra a solução que já deu pelo “sim” em todos os países que a acolheram, como Alemanha, Itália e Bélgica. Não estava na perspectiva do grande avanço da conquista da Carta o desacerto de agora entre a sensibilidade dos governos e a retranca de uma opinião pública ainda mal preparada para a modernidade democrática que representa o apelo crescente aos plebiscitos.