
Convenção de Genebra
Cela do Batalhão de Guardas, aqui em São Cristóvão, dezembro de 1968. Joel Silveira e eu estávamos presos havia uma semana e eu começara a sentir uma falta desgraçada, não da liberdade, mas de um pouco de sol nos meus ossos.
Cela do Batalhão de Guardas, aqui em São Cristóvão, dezembro de 1968. Joel Silveira e eu estávamos presos havia uma semana e eu começara a sentir uma falta desgraçada, não da liberdade, mas de um pouco de sol nos meus ossos.
A erupção da violência na França foi assunto obrigatório em todas as latitudes do planeta. É a doce França falando para o mundo sobre a forma de choques ideológicos, as contradições do mundo moderno em face de sua tradição matizada de sangue, na defesa das liberdades, do ideal de igualdade e fraternidade, contra os quais se levantam forças decididas a abatê-las.
Lutando contra o tempo, Lula está procurando fazer alguma coisa que reverta a embrulhada em que se meteu. Mau conselheiro, auxiliado por conselheiros piores do que ele, veio agora com essa inacreditável MP do Bem -por extenso: Medida Provisória do Bem. Do jeito que está sendo implementada, reduz as MPs anteriores, das quais tanto e tamanhamente abusou, a "Medidas Provisórias do Mal", o que parece mais próximo da verdade.
Nos regimes parlamentaristas, dos quais a Inglaterra é a pátria, os ministérios são compactos, pois o primeiro-ministro é o presidente do conselho e não admite divergências que abalem o compromisso político. Já no regime presidencialista, temos visto que há divergências sem que o presidente, que também tem a função de um "primeiro-ministro", consiga demover os divergentes e manter a unidade ministerial.
Nascido na década de 40, cearense radicado em Pernambuco, onde cursou a faculdade de Direito. Integrante de agremiação literária, fixou residência no Rio de Janeiro. Ficcionista e dramaturgo de reconhecido mérito, empenhou-se também em divulgar novos autores, à frente de importante revista literária.
Só o rebelde salva o mundo. A frase está no "Journal" de André Gide e aparece, com outras palavras, nos livros de todos os inquietos e inconformados: um Rimbaud, um Francis Thompson, um Graham Green, um Henry Miller, uma Virgínia Woolf. Mais do que revolucionários, foram eles rebeldes, sal da terra.
É aos sábados. Em plena temporada, é também aos domingos e feriados. A Lagoa fica cheia de barquinhos à vela, parecem formiguinhas levando imensas folhas secas para debaixo da terra, fazendo provisão de alimento para o inverno que se aproxima. Ao contrário das formigas, que seguem uma trilha quase militar, os barquinhos se arrumam e de desarrumam com a brisa que sopra ou pela imperícia de seus velejadores. Que é um quadro bonito, é.
Os presidentes José Sarney, pelo Brasil, e Raúl Alfonsín, pela Argentina, deram vigoroso impulso ao Mercosul. Na fase cálida das duas presidências, o Mercosul deu a impressão de que iria constituir-se numa réplica do Mercado Comum Europeu, que resultou na União Européia. Não se cogitava e não se supunha as singularidades da política latino-americana. Mas o Mercosul foi poupado até agora e continuará sendo, assim esperamos, para se solidificar num organismo capaz de impor uma efetiva União, com um número de países-membros ainda maior.
Uma trufa branca foi vendida por 95 mil euros (R$ 240 mil) em um leilão na Itália. A trufa branca é um tipo de cogumelo raro que cresce abaixo da superfície e é muito valorizada por gourmets do mundo inteiro. Foi adquirida pelo telefone por um comprador em Hong Kong. Folha Online, 14 de novembro de 2005
Não, não se trata daquela catedral em Barcelona, que Gaudí projetou, iniciou as obras e até hoje continua em construção. Visitei-a diversas vezes, impressionaram-me os pedaços estraçalhados que se espalham em seu ventre a céu aberto, ameaçando um templo formidável e complicado.
Durante o transcurso do governo de Fernando Henrique Cardoso escrevi alguns artigos em defesa da Amazônia, procurando destacar a nota dominante da grandeza da região e da necessidade de que aquele patrimônio florestal de alta importância científica e econômica seja preservado.
O oficiante da missa de 7º dia, no Mosteiro de São Bento, no Rio, pediu aos presentes uma salva de palmas para a professora Cecília Barreto Parreiras Horta, falecida uma semana antes. Talvez nunca se tenha visto, naquela bonita e histórica igreja, tamanha manifestação de comoção e solidariedade: foram minutos aparentemente sem fim, coroando uma vida bonita de dedicação e apreço ao próximo. Era uma verdadeira educadora, com o entusiasmo próprio de quem tem Deus no coração (a palavra entusiasmo contém Théo, Deus em grego).
O feriado da semana que passou (dia 15) abriu, oficial e praticamente, a temporada de verão aqui no Rio. Muita coisa passa a acontecer, além do sol, do calor e dos arrastões. Vejo, daqui da varanda, do outro lado da Lagoa, armar-se a árvore colorida que iluminará as nossas noites de Natal e Ano Novo. Tudo parece funcionar: o verão, o sol, o calor, os arrastões e a árvore de Natal. Num país e numa cidade em que nada parece funcionar, pelos menos o calendário funciona. Nem tudo está perdido.
Na fala cotidiana, aprendemos a identificar Estado com governo. Para os brasileiros, a confusão é ainda facilitada pelo fato de vivermos, pelo menos nominalmente, numa república federativa, onde os estados-membros são chamados também de estados. Então, quando alguém fala em Estado, a gente pensa em São Paulo, no Rio, no Amazonas, na Bahia e assim por diante.
SOMOS TODOS OS DIAS BOMBARDEADOS por atos de crueldade e nos perguntamos: como o homem pode ser capaz de tanta perfídia? O exemplo vai do Rio de Janeiro, onde tive um amigo jornalista (Tim Lopes) que foi barbaramente torturado antes de ser morto, até a prisão de Abu Graib, no Iraque, onde rapazes e moças americanos, que sempre se comportaram como exemplo em suas pequenas comunidades provincianas, terminam se transformando em monstros.