Hoje é Domingo de Ramos e me lembrei de estampas dos livros de minha infância, mostrando Jesus entrando em Jerusalém, cercado por folhas de palmeiras agitadas pelo povo e montado num jeguinho. Nos presépios era também frequente a figura de um jeguinho ao canto, assim como nas cenas que mostravam a fuga da Sagrada Família para o Egito. Animal tido pelos mais velhos, no Nordeste, como abençoado, não só ajudou e transportou o Senhor e a Sagrada Família, como recebeu a graça de portar na cernelha uma cruz de pelagem mais escura, que testemunha o afeto que lhe tinha o Cristo. Não há jeguinho sem essa cruz nas costas - e essa cruz também simboliza o trabalho duro que lhe cabe em seus mais ou menos 50 anos de existência, trabalho que faz sem se rebelar, sem ficar doente, sem exigir trato, nem mesmo alimento, pois come qualquer capim ou mato e até mesmo caixas de papelão, se não achar mais nada.