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Artigos

 
  • Dilma entra em campo

    Dilma pode tudo, menos reclamar de uma herança maldita —como em geral fazem os governantes que substituem outros, Embora os oito anos de Lula não tenham sido a maravilha curativa que alguns apregoam — e o próprio Lula é o primeiro e o mais entusiasta em proclamar a idade de ouro que deu ao Brasil— o fato é que Dilma faz parte das bem-aventuranças que rolaram na mídia e em especial na TV.

  • Em busca do caminho perdido

    Saímos pelo mundo em busca de nossos sonhos e ideais, embora sabendo que muitas vezes colocamos em lugares inacessíveis tudo aquilo que está ao alcance das mãos.

  • Acelerar o velocímetro

    A nova presidência implica os balanços do governo Lula e seus antecedentes na responsabilidade final pelo arranco definitivo de nosso desenvolvimento sustentado e, de logo, a réplica póstuma dos tucanos. Teria sido possível o êxito atual sem o Plano Real, e até onde o Bolsa-Família antecedeu o governo petista? Ou, de fato, quando começaram a desconcentração da renda e o sucesso da expansão econômica, com o enriquecimento geral do país ou, sobretudo, com a saída da marginalidade de 30 milhões de brasileiros? A tinta da história recente não pode ainda carimbar os créditos finais desse país que cresceu a 7,5% do PNB em 2010 e pode contar com 56% da sua população na classe média. Em contraste com a melancólica despedida de FH, Lula goza destes inéditos 86% de apoio ao deixar o Planalto. E o PSDB para ir adiante não escapa do epitáfio de uma refundação. Recolher os cacos do capitalismo liberal, reformular o papel do Estado na infraestrutura do país, blindar-se à mobilidade coletiva e ao acesso direto aos serviços na educação e saúde, mesmo antes da carteira assinada de trabalho. A proclamada falta de impacto do governo Dilma vem do esperado "mais do mesmo", ou da percepção crescente, a cada dia, das melhoras do governo que lhe antecedeu. Mas não é o continuísmo inerte e, sim, o do aprestar-se o país às novas economias de escala, à absorção do pré-sal, ou o avanço do Minha Casa, Minha Vida, juntando o programa habitacional ao ensino e à saúde.

  • Esporte & grana

    A queniana Alice Timbilili conquistou seu segundo título na corrida de São Silvestre, quebrando o recorde de velocidade. Já seu compatriota James Kwambai, vencedor em 2008 e em 2009, não chegou ao tricampeonato; quem venceu a prova foi o brasileiro Marilson Gomes dos Santos. O que não deixou de surpreender; a vitória de Kwambai era tida como certa, mesmo porque há oito décadas o Quênia é conhecido como um celeiro de maratonistas triunfantes.

  • A esquina e o compasso

    Sempre que penso na vida dos outros e na minha própria procuro descobrir onde, quando e por que dobramos a esquina errada. A comparação procede. Estamos num trecho da cidade e queremos ir para um lado. Tudo se simplifica então: dobramos à esquerda ou à direita? É evidente que acertamos na maioria das vezes, mas erramos em outras.

  • O barro e o macaco

    Toda vez que me olho no espelho tenho vontade de perguntar a não sei quem: "Afinal, de onde vim, do barro ou do macaco?" Uma alternativa pouco agradável, mas veraz. Vim do barro, tal como o Gênesis me informa? Ou vim do macaco, que Darwin descobriu entre os meus principais ascendentes?

  • Nossa possível solidão internacional

    As presenças internacionais na posse da Presidente permitem já uma primeira leitura do impacto do Brasil num mundo de rupturas das globalizações e das velhas dependências de centro e periferia. Sobretudo, do relevo em que, de fato, somos vistos pelos parceiros de uma nova geopolítica contemporânea. Claro que, no eixo básico desse reconhecimento, a presença de Hillary indica o quanto permanece o governo brasileiro na ótica primeira do governo Obama, inclusive nesse nosso apoio para a recuperação democrática, ameaçada pela torna do pior fundamentalismo republicano. A perspectiva mais larga do mandato de Dilma, na sua projeção internacional, é já a da nação-continente que se desliga do velho ninho da dependência latino-americana, e vai buscar um protagonismo análogo ao da China, ao da Rússia ou da índia, compondo a sigla dos BRICS, desses países de enorme mercado interno e, cada vez mais, a contrarrestar as velhas hegemonias do Primeiro Mundo. Não deparamos nenhuma presença específica de Pequim, Moscou ou Nova Déli na reunião em Brasília, nem nenhum reconhecimento antecipatório da moldura para nossa política exterior, a que se entregou o Ministro Amorim na pasta exercida na inteireza dos dois mandatos. Em nosso berço continental, por outro lado, faltou-nos o destaque da representação argentina e mexicana. Ou seja, das duas nações líderes no avanço do G-20, que tanto deve ao Brasil. Claro, não nos poderia faltar Hugo Chávez, obsessivo personagem de todo  palco continental.

  • Os 100 anos da Universidade do Porto

    Das quase 200 universidades brasileiras, nenhuma delas até agora fez 100 anos. Em compensação, em Portugal, de onde recebemos tanta influência cultural, o ano de 2011 reserva uma dupla comemoração: o centenário das Universidades de Lisboa e do Porto.

  • De cabeças e cabeçadas

    Afirmam os compêndios e os moralistas que a cabeça é a parte nobre do corpo humano. Tenho algumas dúvidas olhando minha própria cabeça e principalmente olhando certas cabeças que por aí circulam.

  • Perspectivas para as férias

    Saio de férias hoje e, se tudo correr como previsto, só volto a aparecer por aqui no dia 20 de fevereiro. Ou então nunca mais, se desta feita eu conseguir que Vavá Major me ensine a não fazer nada. Major era peixeiro com banca estabelecida no Mercado, mas, assim que completou o tempo mínimo, requereu aposentadoria, vendeu a banca e voltou para casa, no Alto de Santo Antônio, onde agora se dedica a não fazer nada. A primeira vez em que o vi depois dessa mudança foi numa visita que ele me fez. Não, não era verdade o que diziam, não era verdade que ele não fizesse mais absolutamente nada. Naquela hora mesmo, estava me visitando, isso não era fazer alguma coisa?

  • Pacto infernal

    Recebo e-mail acusando-me de ter vendido a alma ao demônio. Fausto subdesenvolvido que não desejava recuperar a mocidade para conquistar Margarida, mas garoto guloso que desejava uma torta de banana, episódio que está narrado com detalhes no meu primeiro romance.

  • A síndrome do ninho vazio – ou a glória dos múltiplos ninhos?

    Ano-Novo, vida nova, é um dito clássico. Que, contudo, raramente se traduz em mudança real. Na maioria das vezes, continuamos levando nossas vidas, mantendo nossas rotinas, postergando nossos projetos revolucionários. Mas toda regra tem exceção, e o Beto Scliar é disso um exemplo: ele começou 2011 no seu próprio apartamento, por ele muito bem instalado e decorado. Mais do que isso, e ao menos para seus orgulhosos pais e para a Ana, está se revelando um grande dono de casa. Ou seja, é um marco em sua bela trajetória pessoal e profissional.

  • Lixo e vida

    Um suicida foi salvo após se jogar do oitavo andar de seu apartamento e cair no lixo acumulado nas ruas de Nova York. Devido às nevascas, a coleta de lixo estava suspensa na cidade desde o Natal. O homem de 26 anos foi levado ao hospital. O estado dele era considerado crítico, mas estável. Mundo, 4 de janeiro de 2011