
Reale e a Academia Brasileira
“A sede da alma está na memória”, dizia Santo Agostinho. Esta afirmação explica a praxe que norteia os discursos de posse na Academia Brasileira de Letras. Com efeito, cabe a um novo acadêmico, ao empossar-se, resgatar a memória e interpretar o espírito de sua cadeira analisando o significado cultural da obra e da ação daqueles que anteriormente a ocuparam. Neste contexto, a regra é o destaque a ser dado à trajetória intelectual do antecessor imediato e ao relacionamento que teve com as atividades da instituição, fundada em 1897. Foi isso o que me empenhei em fazer no último dia 1º de dezembro, ao assumir, na Casa de Machado de Assis, a cadeira 14, na sucessão de Miguel Reale.