Numa sala imensa, confortável, Brasília com 20 graus de temperatura, portanto fria, sou recebido calorosamente pelo ministro Edson Vidigal, presidente do Superior Tribunal de Justiça. "Deixei milhares de processos, todos urgentes, para conversar um pouco sobre jornalismo e literatura com o amigo." Agradeço a deferência e estico a mão, para entregar ao grande jurista e professor a última edição do meu livro "O padre Antonio Vieira e os judeus".Os olhos do presidente se iluminam. "Como todo bom maranhense, adoro o padre Vieira... E o tema não poderia ser mais oportuno. Quero conhecer detalhes dessa obra, pois tenho ascendência judaica." O papo aquece e depois deriva para a experiência de magistério de cada um de nós. O ministro é professor de Direito Penal em Brasília e em São Paulo. Mas fala mesmo com orgulho de um dos seus feitos no STJ: "Combinei com a Universidade de Brasília, onde leciono, que se deveria estender aos nossos estagiários, no Tribunal, as cotas para afro-descendentes. É uma preocupação que justifico como amplamente democrática."