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Artigos

 
  • Mudanças ideológicas

    É preciso remontar ao passado recente para articular uma tese que me parece insuscetível de contestação, a do encerramento do ciclo socialista, altamente sedutor durante o Século XIX e grande parte do Século XX, e a ascensão do ciclo liberal; ou como prefere dizer o Professor Miguel Reale, do social-liberalismo, como ideologia recorrente do mundo contemporâneo, que demonstra não se apegar a fórmulas peremptas, ainda que atraentes.

  • Assim falou Vidigal

    Numa sala imensa, confortável, Brasília com 20 graus de temperatura, portanto fria, sou recebido calorosamente pelo ministro Edson Vidigal, presidente do Superior Tribunal de Justiça. "Deixei milhares de processos, todos urgentes, para conversar um pouco sobre jornalismo e literatura com o amigo." Agradeço a deferência e estico a mão, para entregar ao grande jurista e professor a última edição do meu livro "O padre Antonio Vieira e os judeus".Os olhos do presidente se iluminam. "Como todo bom maranhense, adoro o padre Vieira... E o tema não poderia ser mais oportuno. Quero conhecer detalhes dessa obra, pois tenho ascendência judaica." O papo aquece e depois deriva para a experiência de magistério de cada um de nós. O ministro é professor de Direito Penal em Brasília e em São Paulo. Mas fala mesmo com orgulho de um dos seus feitos no STJ: "Combinei com a Universidade de Brasília, onde leciono, que se deveria estender aos nossos estagiários, no Tribunal, as cotas para afro-descendentes. É uma preocupação que justifico como amplamente democrática."

  • Defesa dos ricos

    Henrique Meirelles concedeu curiosa entrevista à reportagem que "cobre" - jargão da imprensa - o Banco Central. Declarou que os ricos sabem se defender da inflação. Estava eu certo ao dizer que os ricos souberam se defender de tudo, inclusive da inflação, desde Babilônia, Bizâncio e o Império do Meio, nas mais longínquas eras.

  • O nada e o tomate

    Apesar de acompanhar com tédio os eventos públicos, fico impressionado quando os chefes de Estado se encontram em reuniões coletivas ou setorizadas, geralmente um com outro, quando então se deve esperar dos dois mandatários mais substância e objetividade nos pronunciamentos, intenções, concordâncias ou mesmo discordâncias acaso existentes.Bem verdade que os encontros com chefes de Estado e de governo são agora bem mais freqüentes em todas as partes do mundo, e não se pode negar a oportunidade que fornecem para aproximar, social e pessoalmente, os responsáveis pelo destino das nações.

  • O gato e o rato

    Acompanho à distância e sem muito entusiasmo a cobertura dos bastidores da política nacional. Bem ou mal, por dever de ofício, não de consciência ou vontade, passo por um canal da TV e descubro um cidadão dizendo alguma coisa para os outros cidadãos, inclusive para mim, que mal e porcamente me considero cidadão.

  • Depois, afinal, do Mercosul

    Desponta no começo de ano, a notícia de que o Uruguai de Tabaré Vásquez, o socialista do Prata, negocia com os Estados Unidos uma abertura de mercado fora dos protecionismos do Mercosul. O formato aponta à Alca, e se soma ao horizonte do Chile ou do México.

  • Elis Regina e as Guerras Púnicas

    Amigo meu, dos mais queridos, acusa-me de sempre falar nas Guerras Púnicas quando estou sem assunto e, pior do que isso, quando tenho um bom assunto pela frente. Dou o pescoço à forca: é verdade e, mais do que verdade, é uma necessidade de minha parte.

  • Defesa dos ricos

    Henrique Meirelles concedeu curiosa entrevista à reportagem que "cobre" - jargão da imprensa - o Banco Central. Declarou que os ricos sabem se defender da inflação. Estava eu certo ao dizer que os ricos souberam se defender de tudo, inclusive da inflação, desde Babilônia, Bizâncio e o Império do Meio, nas mais longínquas eras.

  • Ele está entre nós

    Sempre me preocupei com o Demônio. Mais com ele do que com Deus. Afinal, se Deus é bom, justo e misericordioso, de uma forma ou de outra ele sempre dará um jeito de me ajudar, de me compreender ou de me perdoar. Consegue mais do que eu próprio, que nem sempre me compreendo e geralmente não me perdôo.

  • Pobre Haiti

    Passei um dia no Haiti, entre dois vôos, para conhecer o país exclusivamente pela sua capital, Porto Príncipe. Obtive alguns folhetos de propaganda, um livro sobre o Haiti, que perdi, e fui embora com a impressão de estar no país mais desgraçado do mundo. Um povo que vive abaixo do nível de miséria, que é o que se via observando as ruas e as praças da capital.

  • Na fronteira dos valores

    Machado de Assis, primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, ensinou no discurso da fundação que a instituição precisa do apoio de todos, que a tradição é o nosso primeiro voto; que ele deve perdurar, e que o passemos aos sucessores como o pensamento e a vontade iniciais. Por isso, o objetivo não apenas meu, mas de toda a diretoria, não é impor idéias, mas conduzir a vontade de todos, claro que sem perda de um só milímetro do espaço das competências.

  • Expressão de machismo

    Alguns leitores reclamam que o cronista sempre começa seus textos dizendo que não entende de nada e que, apesar disso, de nada entender de nada, dá sempre um palpite na ilusão de que, no fundo, pretenda entender de alguma coisa.

  • Parceria internacional

    O presidente recém-eleito na Bolívia, Evo Morales, já visitou Fidel Castro, em primeiro lugar, e depois visitou o presidente Lula. Homem de esquerda, mas de uma esquerda que, pela pressão dos novos tempos, está sendo reciclada, elogiou a economia liberal nas declarações à imprensa em São Paulo, sem, no entanto, explorar a eficácia ou não dos clichês, como se fazia alguns anos passados.