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Artigo

  • Meio-dia em Porto Alegre

    Jornal do Commercio em, em 01/02/2002

    É só vermos os jornais europeus, e a força da primeira página dos cotidianos franceses, para nos darmos conta do impacto que a reunião de Porto Alegre ora ganhou, muito para além das escaramuças do anti-Davos inicial, no ano passado. É quase como se invertessem as posições. A capital gaúcha parece dar o tom da temática de um primeiro encontro sobre o "que fazer" mundial, espicaçado pelo 11 de setembro, e pelos riscos que uma "civilização do medo" antepõe ao clássico confronto Norte-Sul e à oratória exangue dos ricos e pobres. Ou do palavreado fóssil com que os senhores do mundo debruçam-se sobre as ditas periferias, quando, hoje, uma subversão cultural nasce dos ossos da miséria e da exclusão sem volta.Os cenários se transportam. E é, sobretudo, como multibusca às saídas do neoliberalismo que vai à rinha a capital rio-grandense.

  • Horizonte infinito

    O Globo em, em 25/01/2002

    Estamos vivendo os tempos da chamada "rodada do milênio", cuja maior característica é a eliminação de barreiras de toda sorte. No mundo da educação, complexo e fascinante, busca-se uma solução global, com a escola multicultural de que carecemos. O comércio eletrônico está na pauta de todas as negociações da Organização Mundial do Comércio, e por uma razão objetiva: representou um movimento de 300 bilhões de dólares na virada do século.

  • Variações sobre o capitalismo

    Desde quando se deflagrou a competição entre as ideologias - tomada esta palavra para indicar as teorias que procuram explicar o processo de desenvolvimento das idéias políticas e as atividades econômicas - o que desde logo impressiona é a mutação contínua delas, em contraste manifesta com a continuidade do capitalismo e da chamada ideologia capitalista.Não creio que o capitalismo tenha sido o mesmo, desde quando surgiu na Época Moderna, não sofrendo alterações através dos séculos, mas o que nele se mantém intocável é a sua estrutura como um fato, ou uma ordenação factual, ou seja, como um polo de referência dos seus demais componentes.

  • Machado e o realismo cético

    Tribuna da Imprensa em, em 09/01/2002

    Vive a literatura brasileira sob a inarredável presença de Machado de Assis, que nos empurra de um lado para outro, exige que o decifremos e analisemos, que o neguemos várias vezes antes de curvarmos a cabeça diante de sua força. Quem foi na realidade o Bruxo, de que maneira se apossou ele da inteligência e das emoções de um País? Conquistou um estilo que não se confunde com nenhum outro, compreendeu-nos como ninguém e até zombou de nós todos que vivemos neste vale de ciúmes.

  • Uma proposta modesta

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 27/08/2005

    Uma das poucas certezas sobre o jornalismo é a de que a ironia não funciona em texto para ser consumido por um público heterogêneo. Pede-se do autor uma definição imediata e concreta contra ou a favor de um assunto ou pessoa. Admira-se o panfletário que dá nome aos bois, nem sempre acertando com os bois e os nomes. Admira-se o humorista, que nem precisa acertar o boi e o nome, entre outras coisas, porque é um humorista.

  • Crise óbvia, desfecho novo?

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 26/08/2005

    O cenário das CPIs montou-se, logo, nos trinques para o espetáculo das oposições, toda mídia escancarada frente ao patíbulo, tangidos os depoentes, seus advogados, seus habeas corpus preventivos. A violência das inquirições punha fim ao jejum de poder, e a forra à chegada do Brasil de fundo ao Planalto. Desataram-se as injúrias, os rangeres de dentes e a irascibilidade solta dos acusadores, sob o álibi da cólera cívica. Um espectador escandinavo, se não um membro do Tribunal de Haia, cobraria esse respeito mínimo a um depoente desprotegido das presunções normais da inocência, de que lhe guarnecem o Judiciário, e seu respeito às provas e à interlocução, deixada ainda no umbral da suspeita.

  • Aqui me tens de regresso

    O GLOBO em, em 13/01/2002

    Tenho um fã aqui no Leblon, sobre quem só sei que o apelido é Gugu e que freqüenta botecos na Rua Humberto de Campos, e que, toda vez que me vê, junta as mãos, curva-se para a frente numa atitude de veneração meio oriental e o mínimo que faz é me chamar repetidamente de “mestre”. Às vezes ele também me beija as mãos. Trata-se de um homem meio careca, aparentando, acho eu, 40 e poucos anos. Pois bem, estou eu na Bartolomeu Mitre, aqui pertinho de casa, esperando um táxi passar, quando Gugu surgiu não sei de onde e começou a mesma rotina, só que desta vez com abraços e me beijando fervorosamente as mãos. Eu já tinha acenado para um táxi, que parou, e consegui fazer um sinal para o motorista para que ele esperasse que Gugu acabasse seus ritos de saudação. E Gugu, num rompante entusiástico, disse que não queria atrapalhar, porque estava vendo o táxi à minha espera e me tacou um beijo na bochecha. Agradeci atabalhoadamente, entrei no táxi e contrariando, como sempre faço, o lema de Henry Ford III ( never explain, never apologize - nunca explique, nunca peça desculpas), dei uma explicação ao motorista.

  • A fábula do homem e seu garrafão

    Correio Braziliense em, em 07/01/2002

    Pelo interior do Brasil é comum a presença de um cara que é chamado de "propagandista". Aqui pelo estado do Rio, antes da camelotagem desenfreada, ele era chamado também de "camelô".

  • Bordolesa e a delação premiada

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 26/08/2005

    Nos meus tempos de mocidade, a figura do delator era infame. Joaquim Silvério dos Reis, que denunciou Tiradentes, era um maldito. Judas, que vendeu Cristo nas famosas trinta moedas, era um judas. Calabar, o que delatou os brasileiros, entregando-os aos holandeses, ou Lázaro de Melo, que fez a mesma coisa com Bequimão, eram insultos irreparáveis se aplicados a alguém.A coisa está mudando. Não é bem assim. Pode até ser um ato heróico e louvável. Os delatores, pelo bem público, redimem a lista dos anti-heróis e se incorporam a uma tábua de aliviados benfeitores.

  • Leopold Senghor, o poeta do socialismo africano

    Tribuna da Imprensa em em, em 02/01/2002

    A morte de Leopold Senghor foi um dos maiores desfalques sofridos pela humanidade em 2001. Perdemos, com seu desaparecimento, o poeta e o estadista, mas também o pensador que lutou para tornar compreendidos os fundamentos ontológicos do pensamento africano.Professor, parlamentar (representou o Senegal no Congresso francês), criador de um país, intérprete de um povo, defensor de um socialismo africano, isto é, um socialismo que respeitasse a realidade e a "situação da África", na linha do que ele chamou de "humanismo negro-africano", tinha Senghor consciência de que o primeiro desafio, a que os africanos precisavam responder em nosso tempo, era o do idioma.

  • Palocci, o ministro

    Diário do Comércio (São Paulo), em 26/08/2005

    Quem viveu no interior como eu vivi, até os vinte anos, sabe avaliar a personalidade do ministro Palocci. O ministro da Fazenda, médico de formação, é tipicamente o homem simples do interior, que conheci num passado remoto, de um cenário que em geral mudou pouco.

  • Vargas: perfil de um gaúcho

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 26/08/2005

    Ao se retirar da vida pública, deposto em 29 de outubro de 1949, Getúlio Vargas tornou-se um senador relapso, permanentemente licenciado. Usou da tribuna poucas vezes e, a rigor, só gostaria de tê-la usado uma vez: aquela em que prestou contas de seu governo, transcorrido em sua maior parte sob regime ditatorial. Cometeu uma violência contra a história: um ex-ditador que vai ao Congresso, um Congresso eleito democraticamente, e assume perante a história a responsabilidade de todos os seus atos.

  • Terrorismo e direitos humanos

    Diário do Comércio (São Paulo), em 25/08/2005

    A onda terrorista não chegou ao Brasil, mas pode chegar quando menos esperarmos. Nas grandes aglomerações, nos estádios, ruas do centro de São Paulo e outros locais onde há inocentes para morrer pelas explosões dos loucos do Islã.

  • Fora todos!

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 25/08/2005

    Já lembrei aqui neste espaço, há tempos, a cena deliciosa de um dos melhores romances que li em toda a minha vida, "Fontamara", de Ignazio Silone, autor italiano patrulhado pelos comunistas, embora tenha sido, ele próprio, um comunista sincero, mas independente da linha ditada pelo "pápucha" Stalin e seus prepostos espalhados pelo mundo, inclusive no Brasil.

  • A câmara mágica de Jean Manzon

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 24/08/2005

    Quando, em 1945, terminou a Segunda Grande Guerra, milhares de europeus, saturados das crises que viveram, deixaram seus países em busca de vida nova na América Latina. A Argentina recebeu muitos alemães, dentre eles antigos membros das SS e da Gestapo. Dentre os que escolheram o Brasil estava o francês Jean Manzon, um dos maiores fotógrafos do seu tempo, com enorme competência jornalística, adquirida, entre outros veículos, na revista Paris Match, de seu amigo Jean Prevost.