
Quando o homem começa
O dia passou depressa. São sete e meia da noite, estou cansado e sem sono. Vim para o hotel depois de bater a cidade com e sem ela. Meus pés doem, amanhã comprarei sapatos mais confortáveis, que me protejam das poças, da gosma que a garoa do inverno derrama sobre as ruas. Se fosse honesto, mas honesto mesmo, deveria pegar o papel e a caneta, começar uma carta lá pra casa: "Pai e mãe: estou satisfeito, logo no primeiro dia em Paris consegui um emprego de sineiro...".