A vida em leilão
Ele queria livrar-se do seu passado e organizou a venda, que deu certo, mas doía-lhe deixar tudo para trás
Ele queria livrar-se do seu passado e organizou a venda, que deu certo, mas doía-lhe deixar tudo para trás
Muito significativa a notícia que ZH publicou no fim da semana passado. Diz o texto: "Intrigados com o repentino aumento do número de adolescentes grávidas na escola, os diretores da Gloucester High School (Massachusetts, EUA) descobriram um fato surpreendente. Ao menos metade das estudantes grávidas confessaram ter feito um pacto para engravidar ao mesmo tempo e criar os filhos juntas".
Vimos, todos, a fala do líder dos arrozeiros na Raposa Serra do Sol, Paulo Quartieri, saído da cadeia por hábeas corpus instantâneo, e passeando, de celular, nos salões do Congresso. Daí partiu para o avião e a passeata triunfal em Boavista. Carreata de mais de cem autos, bandeiras e hino nacional, e os beijos nos índios já trazidos à campanha para permanecer o plantio, de vez, na reserva ameaçada.
RIO DE JANEIRO - Quando não tinha assunto para um artigo dos muitos que escrevia para diversos jornais portugueses e brasileiros, Eça de Queiroz esculhambava o bei de Túnis, personagem mais ou menos imaginário ao qual ele atribuía malfeitos e incompetência. Conheci um famoso jornalista da imprensa carioca que, na mesma situação (sem um assunto específico), fazia veementes editoriais exigindo novo hino nacional para o Brasil.
De vez em quando eu fico tenso com a vida na cidade grande, bombardeado por uma massa de opiniões e notícias contraditórias, contaminado pela paranóia geral e assombrado por todos os lados, que me dá vontade, como dá a muita gente, de me pirulitar, como se dizia antigamente. E, imagino que ao contrário da maioria dos que querem pirulitar-se, já tenho até aonde ir. Perdoem-me se repito o que disse o baiano Otávio Mangabeira, mas talvez alguns entre vocês ainda não conheçam essa observação. Segundo contam, ele disse que, quando o mundo acabar, a baianada só vai saber cinco dias depois.
A imigração japonesa no Brasil, cujo centenário estamos comemorando este ano, teve resultados positivos, muito além do que podiam ter imaginado aqueles que dela participaram em 1908. Alguns decênios antes a vinda maciça dos italianos, que tiveram o apoio direto de D. Pedro II, estimulara a indústria de São Paulo e influíra positivamente na economia dos Estados do Sul do país como também em Minas Gerais e no Estado do Rio de Janeiro (em minha cidade natal de Ubá, MG, desde antes dos anos 20 do século passado tinha casas de comércio com nomes italianos).
A aristocrática Marta Suplicy esqueceu os seus brasões e muito democraticamente atacou José Serra e Gilberto Kassab na noite de sua consagração como candidata.
RIO DE JANEIRO - Começou aos poucos, como as tempestades e as gripes. Cariocas preocupados com a violência, sobretudo nos bairros da classe média, se cotizavam e contratavam equipes de segurança para guardarem determinadas ruas ou quarteirões. Antes da classe média se prevenir, a classe mais alta já dispunha de seguranças particulares que levavam as crianças ao colégio e as madamas aos compromissos sociais.
Desta vez não são os EUA os causadores da grande crise global da economia, mas é a própria economia global que entrou em crise. Evidentemente, as economias mais fortes, como a norte-americana, influenciam a economia dos demais países e pressionam até o ponto em que todos os países contribuem para o desequilíbrio geral.
Continua a discussão, tanto na Justiça Eleitoral, como em amplos setores da sociedade, sobre o impedimento de candidatos que tenham algum tipo de processo criminal, ainda que em fase não definitiva.
Neste livro "Austregésylo de Athayde", estão reunidas 117 das melhores crônicas que o autor escreveu ao longo de 60 anos, primeiro como jornalista e diretor do "Diário da Noite", e, depois, como cronista em "O Cruzeiro" e no "Jornal do Commercio"; também como membro e, mais tarde, como presidente da ABL.
Essa Lei Seca , que pegou os motoristas paulistanos de surpresa, vai ficar na história como representativa da resistência das leis úteis, que evitam os desastres que ferem e tiram a vida de muitos inocentes. São Paulo é uma das maiores fontes de desastres no trânsito; muitos motoristas voltam de madrugada para casa alcoolizados. Não há dúvida que os jovens devem sair para a diversão, mas devem ter muito cuidado e prudência no trânsito, pois o trânsito está cada vez mais perigoso e agindo imprudentemente eles concorrerão para destruir e perder vidas.
QUANDO CHEGUEI ao Palácio do Planalto, o famoso Dragão da Inflação estava no gabinete presidencial, refestelado na larga cadeira de couro vermelho, com "olhos de tigre e corpo de serpente". Minha obrigação primeira era matá-lo. Mas é um bicho que, na mitologia oriental, faz parte de um dos quatro monstros sagrados que Deus convidou para criar o mundo. Não morre. Houve um tempo em que me enchi de esperança e, com a espada do Cruzado, investi contra sua couraça e, quando eu cantava vitória, ele voltou e quase me engole.
Estava relendo Dostoievski quando me lembrei que o maior problema da Rússia é a alma russa em si mesma
Coincidiu com a nossa visita a Israel o pronunciamento feito pelo presidente Shimon Peres a um grupo de jovens, a respeito do futuro de Israel. Foi altamente revelador. Ao propor que os jovens sigam o seu próprio caminho, sugeriu que não deve existir preocupação só com o passado, mas com o mundo que está vindo: "A era da pedra passou, agora é a vez da ciência e da tecnologia. Devemos acompanhar os grandes ideais da sociedade moderna. Por isso, é essencial que vocês se dediquem cada dia mais ao conhecimento."