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Artigos

  • O caminho da excelência

    Acreditamos que uma direção eficiente, professores valorizados e alunos incentivados são a base indispensável para fazer a educação acontecer. A importância desses três elementos é a mesma, pois, se qualquer um dos pilares falhar, o processo educacional fatalmente será prejudicado.

  • Cão de fogo vermelho

    Não se trata de um negócio da China, que a tradição assegura ser coisa boa, transação ao mesmo tempo rendosa e fácil. Recebo informações de diversas fontes garantindo que o século 21 será da China, como os séculos anteriores foram dos Estados Unidos e da Inglaterra.Não tenho elementos para aceitar ou negar a afirmação. Que a China vem dando sorte, vem. Que é uma gigante que chegou a desbancar a produção dos nossos sapatos, as balanças comerciais confirmam. Como nada entendo de economia, atribuo o atual sucesso chinês ao fato de estar o país atravessando o ano do Cão do Fogo Vermelho. Com a vantagem de ser um ano que não dura 365 dias como o nosso, dura mais, obedecendo a um ciclo de 60 anos presididos pelos animais que visitaram Buda pouco antes de seu desaparecimento - uma vez que Buda não morreu: desapareceu, o que não é vantagem, muita gente aqui no Brasil desaparece por variados motivos.

  • A guerra dos narizes

    Um "nariz eletrônico" desenvolvido por cientistas da Universidade de Manchester (Reino Unido) pode controlar remotamente o mau cheiro em depósitos de lixo. "Atualmente, não há nenhum outro acessório sensível o bastante para monitorar a concentração de cheiros e gases nestes locais. Geralmente, eles são analisados por voluntários que inalam amostras de ar", afirma o comunicado da universidade.

  • Corrida presidencial

    Criou o presidente Lula suspense em torno de seu nome e somente no derradeiro minuto do dever de se lançar candidato decidirá se vai fazê-lo ou não. Deve-se considerar Lula um candidato com peso eleitoral, pois os escândalos políticos chegaram até ele mas não o abateram. Lula é, portanto, um animal ferido, mas não vencido.

  • O rio de todas as cores

    O Rio de Janeiro é um Estado de todas as cores, de gente essencialmente alegre e realizadora, o que nos leva a crer que aqui nasceu o bom humor do povo brasileiro. O fotógrafo Pércio Campos decidiu, com extraordinária sensibilidade artística, fazer um retrato inédito do nosso Estado. Pércio realizou um documentário fotográfico com temas diversificados, como a arquitetura, a cultura, os sabores, a paisagem, a força e a luz do Estado fluminense.

  • Cultura precisa de patrocínio

    Os grandes gênios se impuseram, contra tudo e contra todos. Entretanto, o que seria de toda a arte da Renascença italiana sem o patrocínio dos reis e da Igreja? A quem devemos os afrescos de Michelangelo na Capela Sistina senão ao patronato do Papa Júlio II? O patrocínio cultural é coisa muito antiga, vem dos tempos anteriores a Cristo.

    A importância do papel das empresas que investem no patrocínio de produtos culturais é do conhecimento geral. Agora, o status do patrocínio mudou, passando a representar um papel estratégico dentro do organograma das empresas, que ampliam seu campo de atuação através de novos conceitos de mercado.

    A liderança nacional do Estado do Rio de Janeiro na área cultural é indiscutível. Estudos sobre a presença do setor cultural no PIB fluminense, baseados nos tributos do ICMS (Estado) e do ISS (capital fluminense), indicam uma estimativa de 3,8% de participação da cultura no PIB do Rio de Janeiro, que chega hoje a 160 bilhões de reais. Assim, a cultura alcança o valor de seis bilhões de reais anuais, gerando emprego para milhares de pessoas. O setor cultural é, portanto, altamente estratégico.

    Queremos dimensionar a cultura como valor econômico. Um dos projetos é levar para o povo fluminense, num curto intervalo de tempo, sessões de cinema a 1 real, em todos os 92 municípios, pois 67% destas cidades não tinham acesso à sétima arte, que hoje vive uma nova fase de expansão em nosso País.

    As ações da Secretaria de Cultura no setor do cinema têm contado com o apoio do Instituto Telemar, mas a ajuda poderia também vir do Governo federal, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dono de um orçamento representativo, embora não foque sua atuação nessa área cultural.

    Outro bem cultural a se considerar é o acesso da leitura a todos. Com o apoio da Biblioteca Nacional, será universalizado o atendimento no Rio de Janeiro, uma antiga aspiração dos homens de cultura. O mesmo se fará na área do teatro, outra vocação nossa que teve origem nas andanças do Padre José de Anchieta entre nós. O missionário jesuíta acreditava piamente no valor do teatro como instrumento educacional. Vinculou o teatro à escola.

    A questão do patrocínio cultural passa obrigatoriamente pela Lei Rouanet que tem sido alvo de muitas críticas. Segundo produtores culturais, a Lei Rouanet não possibilita um acesso mais simples aos benefícios. Para reverter esta situação, o Ministério da Cultura (MinC) pretende promover algumas mudanças na legislação. Ainda em fase de debate, estas mudanças já estão provocando polêmica, pois deverão repercutir profundamente no atual modelo de incentivo.

    A intenção do governo é criar a possibilidade de beneficiar cada vez mais projetos, democratizando o acesso aos produtos e bens culturais, avaliando a qualidade e pertinência dos projetos apresentados, facilitando e apoiando pequenos empreendedores, desburocratizando e melhorando os instrumentos de gestão e desconcentrando o acesso aos recursos da lei.

    Procura-se, urgentemente, os Van Goghs da nossa época. Se surgirão, só o tempo dirá, mas a gestão cultural é, sem dúvida, o melhor caminho para esta busca.

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro) 31/01/2005

  • A primeira encíclica

    Mil e oitocentos anos antes de haver Igreja Católica e Bento 16, já havia uma seita de dissidentes caldeus que, além de adotarem o monoteísmo, a crença num só Deus, acreditavam no amor nas duas formas que consta da primeira encíclica do papa atual: o "eros" e o "ágape".Mais ou menos mil anos depois, já com os dissidentes caldeus formando o povo hebreu, então vagando pelo deserto após se libertarem do cativeiro no Egito, um deles subiu à montanha e de lá trouxe a Tábua da Lei, vulgarmente conhecida como os Dez Mandamentos. O sexto era categórico: não pecarás contra a castidade. Tinha a mesma força e valor dos demais: não matarás, não furtarás.

  • O cego e o Everest

    PARECE QUE AOS POUCOS A GENTE vai se acostumando às mesmas metáforas sobre a vida. Faz algum tempo, escrevi nesta coluna o “Manual de subir montanhas”, e de repente me encontro com um leitor em Hamburgo que resolve dividir comigo sua experiência a respeito das escaladas na vida. Descobriu em que hotel estou, tem uma série de críticas sobre a minha página na internet. Faz comentários duros e depois pergunta:

  • A grande farra

    Reclamam do cronista o pessimismo em relação à democracia representativa como ela vem sendo exercida em quase todo o mundo, sobretudo no Brasil, onde não há partidos que representem qualquer coisa. No passado, o PCB e, até bem pouco tempo, o PT eram exceções relativamente tíbias, mas funcionavam: sabia-se quem e o que pensavam e queriam os que votavam nos dois partidos.

  • Pavor antigo e terrorismo novo

    Apetrecharam-se os canais de televisão americanos, há poucos dias, para dar a notícia da eliminação de Abul Zahuri, segundo potentado na cadeia da ignomínia de Bin Laden, como ameaça em vão do terrorismo islâmico. Reprimiu-se a notícia na garganta mediática, tanto os disparos caíram sobre uma aldeiota, violando as fronteiras do Paquistão, em toda a desenvoltura com que a "civilização do medo" não tem limites frente ao anonimato da ameaça e a instantaneidade da resposta.

  • A China e a verticalização

    As brumas começam a dissipar-se. O claro-escuro das eleições desaparece. Toda a área política estava imobilizada e sem estratégia porque a regra que mais afetava o processo eleitoral ainda não estava definida: a verticalização. Essa palavra e esse fantasma passaram a surgir no vocabulário político a partir da última eleição. E surgiu como uma bomba quando o Tribunal Superior Eleitoral determinou que os partidos tinham que casar no civil e no religioso, isto é, nacionalmente e no âmbito estadual. Foi uma confusão dos diabos e só serviu para tumultuar as eleições e criar todas as infidelidades.

  • Sociedade, mídia e autocrítica

    Está na moda falar em sociedade. Durante o regime militar, era comum a alusão à sociedade civil, em oposição a outro tipo de sociedade, a do sistema totalitário, que incluía alguns civis, mas era predominantemente gerenciada, tutelada e policiada por integrantes das Forças Armadas.

  • O professor ideal

    Estamos vivendo uma curiosa fase dos “quase”. O escritor Carlos Heitor Cony lançou o seu “Quase Memória”, para muitos uma obra definitiva. Mais recentemente, tivemos o “Quase Danuza”, em que a jornalista desnuda suas dores e alegrias, pessoais e profissionais, pormenorizando sobretudo os históricos casamentos com Samuel Wainer e Antônio Maria.