
Quando nos educamos para ganhar
É JUSTAMENTE NO MOMENTO EM QUE tudo começa a dar certo que é preciso prestar mais atenção.
É JUSTAMENTE NO MOMENTO EM QUE tudo começa a dar certo que é preciso prestar mais atenção.
Acompanho à distância e sem muito entusiasmo a cobertura dos bastidores da política nacional. Bem ou mal, por dever de ofício, não de consciência ou vontade, passo por um canal da TV e descubro um cidadão dizendo alguma coisa para os outros cidadãos, inclusive para mim, que mal e porcamente me considero cidadão.
Desponta no começo de ano, a notícia de que o Uruguai de Tabaré Vásquez, o socialista do Prata, negocia com os Estados Unidos uma abertura de mercado fora dos protecionismos do Mercosul. O formato aponta à Alca, e se soma ao horizonte do Chile ou do México.
O Congresso , numa operação relâmpago, derrubou o recesso de 90 dias e acabou com a ajuda de custo para as convocações extraordinárias, existente desde 1892.
Amigo meu, dos mais queridos, acusa-me de sempre falar nas Guerras Púnicas quando estou sem assunto e, pior do que isso, quando tenho um bom assunto pela frente. Dou o pescoço à forca: é verdade e, mais do que verdade, é uma necessidade de minha parte.
Henrique Meirelles concedeu curiosa entrevista à reportagem que "cobre" - jargão da imprensa - o Banco Central. Declarou que os ricos sabem se defender da inflação. Estava eu certo ao dizer que os ricos souberam se defender de tudo, inclusive da inflação, desde Babilônia, Bizâncio e o Império do Meio, nas mais longínquas eras.
Sempre me preocupei com o Demônio. Mais com ele do que com Deus. Afinal, se Deus é bom, justo e misericordioso, de uma forma ou de outra ele sempre dará um jeito de me ajudar, de me compreender ou de me perdoar. Consegue mais do que eu próprio, que nem sempre me compreendo e geralmente não me perdôo.
Passei um dia no Haiti, entre dois vôos, para conhecer o país exclusivamente pela sua capital, Porto Príncipe. Obtive alguns folhetos de propaganda, um livro sobre o Haiti, que perdi, e fui embora com a impressão de estar no país mais desgraçado do mundo. Um povo que vive abaixo do nível de miséria, que é o que se via observando as ruas e as praças da capital.
Machado de Assis, primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, ensinou no discurso da fundação que a instituição precisa do apoio de todos, que a tradição é o nosso primeiro voto; que ele deve perdurar, e que o passemos aos sucessores como o pensamento e a vontade iniciais. Por isso, o objetivo não apenas meu, mas de toda a diretoria, não é impor idéias, mas conduzir a vontade de todos, claro que sem perda de um só milímetro do espaço das competências.
Alguns leitores reclamam que o cronista sempre começa seus textos dizendo que não entende de nada e que, apesar disso, de nada entender de nada, dá sempre um palpite na ilusão de que, no fundo, pretenda entender de alguma coisa.
O presidente recém-eleito na Bolívia, Evo Morales, já visitou Fidel Castro, em primeiro lugar, e depois visitou o presidente Lula. Homem de esquerda, mas de uma esquerda que, pela pressão dos novos tempos, está sendo reciclada, elogiou a economia liberal nas declarações à imprensa em São Paulo, sem, no entanto, explorar a eficácia ou não dos clichês, como se fazia alguns anos passados.
Escritores criam países e abrem períodos da história de seu tempo, passando a representar o tipo de mudança que esse tempo exige. Diga-se que da obra de Proust surgiu uma nova França. Criada por ele? Por ele inventada? Quando nasceu, os sinais da mudança indicavam o nascimento de uma sociedade em tudo diferente da que tivera Napoleão III como chefe. Quando Jeanne-Clémente Weil se casou com Adrian Proust em setembro de 1870, a França perdia uma guerra e crescia a revolta do povo que em breve ergueria barricadas nas ruas para apressar o aparecimento de uma nova etapa na vida nacional francesa.
Uma equipe da Universidade Nacional de Taiwan criou pela primeira vez porcos transgênicos fosforescentes a partir da injeção de material genético de águas-vivas. Wu Shinn-chih, do Departamento de Ciência e Tecnologia daquela universidade, explicou que os porcos iluminados vão permitir o monitoramento nos tecidos dos animais durante o desenvolvimento físico, inclusive no homem.
Um jogador de bilhar diria que o PSDB, de que é líder o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, encontra-se perplexo diante de uma sinuca, a de escolher para lançar candidato à próxima eleição presidencial Geraldo Alckmin ou José Serra. É curioso ter dois pré-candidatos muito semelhantes, pois têm como nota principal na postura que adotaram em política a simplicidade, a honestidade e a discrição.
m cadáver vindo do mar ficou ontem por cerca de seis horas na praia de Ipanema, a principal da zona sul do Rio. O cabo Renatti, do Corpo de Bombeiros, que trabalhou na retirada do homem do mar, diz que o cadáver deve ter sido lançado da favela do Vidigal, próxima de Ipanema. "A cabeça dele estava com marcas de violência. Pelo visto, ele pode ser sido morto e lançado ao mar por traficantes do Vidigal", disse Renatti. Apesar da cena inusitada e do mau cheiro causado pelo cadáver em decomposição, a rotina da praia praticamente não mudou. O trecho é freqüentado por jovens da zona sul.