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Artigos

  • Um fundamentalismo sem profetas

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 10/03/2006

    O que mais porta de espanto esse começo de 2006? A violência das reações às charges contra Maomé no jornal de Copenhague, fogos às embaixadas e pisoteio da bandeira vermelha e branca, a se somar ao ultraje de sempre do pendão americano? Ou o espanto do Ocidente com esta reação, pondo pela primeira vez em risco os nervos das melhores democracias, a viabilidade de coexistência com este Islão? A dúvida nasce do próprio país de Hamlet, horrorizado entre o impacto das caricaturas, e a defesa do mais enraizado dos direitos da dita civilização ocidental, ou seja, a livre expressão do pensamento e da liberdade de imprensa.Confrangidos, os dinamarqueses lamentam a catástrofe mas não pedem desculpas. Até onde começa, vindo da cepa do mundo mais desenvolvido, o novo fundamentalismo de resistência e afirmação das liberdades? E mesmo ponha em risco a atual realpolitik de convivência como mundo rachado após a queda das torres? Na verdade, choca a bulha, a bem dessa mesma consciência, entre o acatamento do exercício à liberdade de crítica, e o respeito às religiões.

  • Os cisnes e a solidariedade

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 10/03/2006

    Há alguns anos, participei, em Querétaro, no México, de uma reunião de ex-presidentes para fazermos uma reflexão sobre os problemas do futuro da humanidade. Nossa visão era a de que o final da Guerra Fria, com a queda do Muro de Berlim, abria um horizonte de um grande e definitivo período de paz em termos globais, embora permanecessem os conflitos regionais, muitos deles graves e desestabilizadores.

  • A magia da escola

    Diário do Comércio (São Paulo), em 10/03/2006

    O papel do professor mudou. Além da preocupação com conteúdos ele tem por obrigação educar cidadãos capazes de pensar, criticar e construir as suas próprias vidas, numa sociedade cada vez mais complexa.

  • O acordo nuclear

    Diário do Comércio (São Paulo), em 09/03/2006

    O presidente dos EUA, George W. Bush, fez uma feliz viagem à Índia, pois conseguiu assinar com o presidente indiano Manmohan Singh o acordo de limitação das armas nucleares. Depois da bomba atômica jogada pelos EUA sobre Hiroshima e Nagasaki para pôr fim à Segunda Guerra Mundial, outras nações passaram a deter o poder atômico, o chamado "Clube Nuclear" ou Atômico. Seu poder destruidor é extremo, muito maior evidentemente que a bomba que abalou o Japão e o mundo.

  • Memória do Carnaval

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 08/03/2006

    Sendo uma história do carnaval carioca, o que Ricardo Cravo Albin fez neste belo volume, em que o passado é visto sob as mais significativas cores, foi também na verdade um levantamento da memória do nosso carnaval. Atente-se para a diferença entre ''história'' e ''memória''. A primeira narra simplesmente. A segunda pega na história por todos os seus lados e vai buscar, lá no fundo mesmo de seus elementos, a força da alegria de viver que a rotina da repetição procura abafar.

  • Réquiem para o moralismo política

    Jornal do Brasil (Rio de Janeiro), em 08/03/2006

    A pesquisa da virada eleitoral de Lula nestes dias mostra mais que um abalo sazonal das esperanças da oposição voltados aos cálculos da desgraça do governo, de meados de 2005. Os novos números cravam um punhal na crença da derrota de Lula, vivida na antecipação das pajelanças do ganho tucano-pefelista no último Natal. Os percentuais não são só contundentes. Viram-se como irrespondíveis, por mais que a melhor bateria da competência oposicionista procurasse desfazer os novos prognósticos como delírio de verão. Estão aí e forçam uma reorganização das hostes anti-Lula com o ônus imprevisível de que devem, de novo, virar o jogo. E brota, de repente, um gosto antecipado de vitória no Planalto que mantém, de toda forma, a argúcia de conter a euforia, e vir de corpo inteiro ao cravo da eleição.

  • Corrida presidencial

    Diário do Comércio (São Paulo), em 08/03/2006

    Vai ser dado o tiro de saída na corrida presidencial e governamental. Ao que me conste, deverão disputar a Presidência o presidente Lula, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito José Serra, três valores que se enfrentarão numa disputa onerosa e fatigante.

  • Rosa e Meyer-Clason

    Tribuna da Imprensa (Rio de Janeiro), em 07/03/2006

    Em dezenas de seminários internacionais sobre literatura brasileira, de que participei, estive inúmeras vezes com dois professores estrangeiros apaixonados pelas nossas letras, e deles fiquei amigo. Foram o norte-americano William Grossman, professor na Universidade de Nova York, e o alemão Kurt Meyer-Clason, professor na Universidade de Munique.

  • O governo de São Paulo

    Diário do Comércio (São Paulo), em 07/03/2006

    Uma eleição da maior importância para o Brasil é a do governo do Estado de São Paulo. O primeiro estado da federação, por seu desenvolvimento e por sua importância como centro empresarial, cultural, médico, entre outros bens, São Paulo tem o peso de uma nação, até mesmo em seus problemas não resolvidos, que desafiam as administrações com o adiamento das soluções, não raro para as calendas.

  • As provas da conspiração

    Folha de São Paulo (São Paulo), em 06/03/2006

    Rato Jerry é pró-judeu, conclui especialista do Ministério da Educação do Irã. Para Hassan Bolkhari, especialista em comunicação de massa, o desenho animado Tom e Jerry é uma conspiração para favorecer a imagem dos ratos - apelido pejorativo associado aos judeus. Folha Mundo, 25 de fevereiro de 2006.

  • O resistente imposto sindical

    Diário do Comércio (São Paulo), em 06/03/2006

    A Constituinte de 1945, responsável pela preparação da Constituição de 46, introduziu no texto da Carta Magna um dispositivo determinando a elaboração da lei do sindicalismo orgânico. Tiveram assento na Câmara dos Deputados e no Senado representantes do PT, do PTN, PTB, PST, PDC e de outros partidos dos quais não me lembro. Pois bem, nenhum deles se interessou pela lei orgânica.

  • O estilo ferreirês

    Jornal do Commercio (Rio de Janeiro), em 05/03/2006

    O estilo é o homem. Se não foi o escritor francês Buffon que disse isso, pelo menos pensou. Hoje, há uma busca desenfreada pela originalidade, na fala da língua de grandes oradores como Rui Barbosa e Alcides Carneiro.