
Amor-próprio ferido
RIO DE JANEIRO - Mais por cautela do que por temperamento, não sou dado a exaltações, mesmo assim, volta e meia me descubro um carioca exaltado, apesar dos milhões de motivos que o Rio me dá para a vergonha própria e a miséria coletiva. Em momentos de fossa urbana, não adianta pensar no Cristo do Corcovado, em Machado de Assis ou nas garotas de Ipanema. A solução é enfiar o rabo entre as pernas e assumir o mico de ter nascido e de viver numa cidade com tantos e tais problemas.