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Artigos

 
  • Nélida ensaísta

    O ímpeto que leva um escritor a fazer um poema difere do que o conduz a contar uma história e mais ainda quando busca o ensaio literário. O poema pede a visão instantânea de uma realidade insuspeita, que o poeta capta e procura colocar em ritmo adequado e palavras exatas. A narrativa, por sua vez, se subordina a leis do tempo, a um determinado decorrer de acontecimentos e, por avançada que seja sua técnica, através do contraponto, de cortes inesperados, de aprofundamentos psicológicos, a história, o enredo, têm de ser contados, impondo-se à consciência de quem narra.

  • Conversa para Durão Barroso

    Tocou-me a honra de falar em nome dos acadêmicos e de não acadêmicos no jantar de honra que a Academia Brasileira de Letras (ABL) ofereceu ao presidente da União Européia. Jantar no velho solar que pertenceu ao “cacique” Austregésilode Athayde.

  • A lei e a força

    RIO DE JANEIRO - Mais de três anos nos separam da próxima sucessão presidencial, mas a classe política -e seu anexo mais espalhafatoso, que é a mídia- não pensa em outra coisa. É a conhecida anedota do Juquinha, o menino safado que só pensava "naquilo".

  • A lógica dos micróbios

    Em caricatura os micróbios são representados como diabinhos malvados ou como monstrinhos traiçoeiros prontos a nos sacanear. Mas isto é apenas antropomorfização da natureza, uma projeção, nos vírus e nas bactérias, da violência que seres humanos infelizmente conhecem tão bem. Os micróbios não são violentos; são seres vivos extremamente simples, que fazem o que é preciso para sobreviver. Micróbios previsivelmente infectam pessoas, animais, plantas porque a vida de muitas espécies é isso, infectar; se não infectam, morrem, o que também é previsível.

  • Estopim aceso

    A primeira mensagem de Bin Laden em 2008, e no aniversário da ocupação do Iraque propõe novas regras para o apocalipse a que quer condenar o Ocidente. Anuncia condicionantes claros, ao invés do horror sem volta em que a “civilização do medo” se constituiu desde 11 de setembro. São esses também os dias em que os mortos de Manhattan se equilibram ao dos soldados americanos que não voltarão do Iraque. O saudita ameaça a Europa de uma nova e generalizada ação terrorista se se repetirem as caricaturas do Profeta na seqüência do primeiro choque de 2006.

  • Geografia da fome

    O ano de 2008 é rico em centenários, efemérides que devem ser comemoradas para valorizar os nossos mitos, o que infelizmente não é um hábito nacional. Parece que estamos reagindo, como ocorre com a lembrança dos 100 anos da morte de Machado de Assis e os 200 anos da vinda da família real para o Brasil.

  • Uns braços!

    RIO DE JANEIRO - Já contei a entrevista que fiz com Francisco Mignone por ocasião de seus 80 anos. Como qualquer jornalista imbecil, perguntei-lhe sobre seu compositor preferido ao longo de tão longa vida. Com aquele jeito malandro que ele tinha -e que o tornava tão simpático-, o maestro disse que foi mudando com o tempo.

  • Saudades do mata-mosquito

    O RIO ERA, no século 19, uma cidade insalubre, sujeita a epidemias que se repetiam com freqüência. Para piorar a situação, o porto recebia marinheiros contaminados, que traziam pestes.

  • O segundo da sobrevivência

    A discussão da violência não pode ficar no âmbito geral dos desequilíbrios sociais e econômicos das nossas megalópoles. Deparamos um quadro específico do Rio de Janeiro que não só agudiza o problema, mas exige uma consciência carioca, quase que como o das velhas “defesas passivas”, nas situações de calamidade de guerra e bombardeio. A banalidade da morte é o reconhecimento atroz deste estado de fato, que grita por uma cultura da sobrevivência, que ainda não chegou ao nível desta nossa cidadania permanentemente ameaçada.

  • Almoço com o poeta

    RIO DE JANEIRO - Almocei nesta semana com Thiago de Mello, irmão, companheiro de cela, ou, como ele prefere me chamar: "companheiro da manhã", embora a nossa manhã já esteja longe, apesar de cada vez mais presente. Sofremos os mesmos espantos e nos trocamos as mesmas consolações.

  • A glória da melancia

    A gente pensa que padrões de beleza dependem exclusivamente de gostos pessoais, de idiossincrasias. É verdade, mas só em parte. Quando achamos uma mulher bela, não estamos apenas aplicando padrões estéticos pessoais. A cultura também nos influencia, e, antes da cultura, a biologia está presente: coisa hoje muito discutida, mas não são poucos os cientistas defensores da idéia segundo a qual opções pelo sexo oposto dependem da necessidade evolucionista de gerar uma prole com a pessoa mais adequada para vencer a implacável luta pela subsistência.

  • Corrupção nos municípios

    A corrupção é uma doença nacional. A denúncia, agora, recai sobre alguns prefeitos. Pode ser e pode não ser, mas a corrupção é um vício terrível espalhado. É difícil recolhê-lo e aplicar um antídoto. É o que o governo tem feito com referência cobrada não poucas vezes.