Judicialização extrema
A judicialização do processo político está tão exacerbada que os partidos estão recorrendo ao Supremo Tribunal Federal até mesmo para conseguir vagas na Comissão do impeachment.
A judicialização do processo político está tão exacerbada que os partidos estão recorrendo ao Supremo Tribunal Federal até mesmo para conseguir vagas na Comissão do impeachment.
Aplausos. Aplausos. Muitos aplausos.
No Teatro Leblon, na sala que leva o seu nome, o corpo de Marília Pêra repousa no caixão adornado de flores vermelhas e brancas. No rosto, de aparência serena, um esboço de sorriso, como se a diva quisesse agradecer aquela consagração post-mortem.
É provável que a essa altura o Palácio do Planalto já não conte mais nem com os 199 votos que apoiaram a chapa oficial derrotada no plenário da Câmara ontem. À medida que os ventos sopram a favor do impeachment, a tendência é o governismo ir se desidratando.
Nas novelas, os maus são sempre desmascarados e punidos para dar lugar a um final feliz. Na vida real, isso é mais difícil de acontecer.
A partir da disputa para formar a Comissão da Câmara que analisará o pedido de impeachment da presidente Dilma teremos condições de verificar o balanço das forças políticas em jogo.
Estou sabendo que uma turma de cobras, em Paris, está chegando a um plano ou coisa que o valha sobre o clima na Terra, o meio ambiente e outros temas de nosso tempo.
O debate sobre o impeachment da presidente Dilma está pleno de imprecisões históricas e argumentos políticos que só podem ser aceitos pelos ingênuos ou os de má-fé. Dizer que se trata de um golpe perpetrado pelo PSDB, que não se conforma com a derrota nas urnas em 2014, é aceitável na luta política, mas é inacreditável que alguém de boa-fé acredite nisso.
Quando a situação de um país parece sem saída, é preciso buscá-la. Afastemos com firmeza quaisquer soluções à margem da Constituição.
Quando o Brasil perdeu para o Uruguai, em 1950, fiquei triste. Na última Copa do Mundo, quando o Brasil perdeu para a Alemanha por 7 a 1, eu não fiquei triste, fiquei envergonhado. Menos envergonhado do que agora com as trapalhadas de nossa vida pública.
Se a situação do petismo já estava ruim, nestas últimas semanas piorou, e muito. Para isso contribuíram, sem dúvida alguma, novas prisões –culminando com a do líder do governo no Senado, sua aprovação pelos senadores e a reação da direção nacional do PT em face dela.
Uma quadrilha que ocupou o Estado está sendo desbaratada, e esse fato, em si mesmo, já é um recomeço.
A decisão do ministro Eliseu Padilha de se demitir “num gesto político”, que pode ser seguido por outros ministros do PMDB ligados ao vice-presidente Michel Temer, abre uma nova trilha na disputa política pelo impeachment da presidente Dilma.
É deprimente ver altos representantes do Executivo e do Legislativo chegarem a esse nível de ofensas mútuas. Poucas vezes a palavra ‘mentira’ foi tão usada.
No quadro das nossas relações internacionais, quando buscamos a participação definitiva no G-20, o Brasil não utilizou, ainda, a fundo, a sua “carta na manga”, qual a profundidade das nossas relações com o Líbano e, por aí, a de um fazer-se ouvir no Oriente Médio.
Mais uma vez o governo tenta manipular a sociedade distorcendo os fatos para se safar do processo de impeachment da residente Dilma. Atribui ao vice-presidente Michel Temer conceitos que não emitiu sobre a improcedência do impeachment, obrigando-o a desmentir o Palácio do Planalto.