
Annus horribilis
Mal escrevi o título deste artigo (usando o pouco latim de que ainda me recordo), e já me arrependi.
Mal escrevi o título deste artigo (usando o pouco latim de que ainda me recordo), e já me arrependi.
A presença do presidente Bolsonaro em uma formatura em média por mês de militares membros das Forças Armadas...
O ano que começou será conhecido como o do réveillon que não aconteceu com festas oficiais nem multidões nas ruas, especialmente no Rio de Janeiro, que já se tornou o ponto turístico internacional desse tipo de acontecimento.
O presidente Bolsonaro cometeu um ato falho quando disse que votaria “até em Lula”, mas nunca em Doria, revelando assim qual é o candidato que realmente o incomoda.
Não pensem que foi por estar próximo ao final de ano, quando se diz que é hora de fazer revisões ou mudanças.
O que os bolsonaristas estão chamando de “ativismo judicial” descontrolado nada mais é do que a defesa de uma política sanitária que nos permita ter vacinas mais rapidamente.
Ainda repercute a morte da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, de 45 anos, assassinada pelo ex-marido com 16 facadas diante de suas três filhas, de idades entre 7 e 9 anos, na véspera do Natal.
Com o fim do auxílio emergencial, cuja última parcela começou a ser paga ontem, poderemos ter uma noção mais clara do fenômeno de popularidade do presidente Jair Bolsonaro, que já chegou a um índice de 40% em setembro, e caiu este mês para 35%, sempre segundo o Ibope.
A fala do presidente Bolsonaro sobre a tortuta da ex-presidente Dilma é mais uma provocação.
O ditado latino “Os deuses primeiro enlouquecem aqueles a quem querem destruir” é a melhor explicação para o que acontece entre nós nos dias recentes.
O fim do auxílio emergencial terá um impacto político grande para o presidente Bolsonaro, com consequências sociais graves.
Por falar em Natal, alguma coisa está mudando em nossos corações.
Disse-me uma pessoa amiga ter achado um passarinho, caído do ninho. Levou-o à delegacia ambiental, onde se recolhem animais silvestres.
Neste ano feroz de pandemia, na extrema solidão que me atravessa, atenuada apenas pelo céu noturno, ouço a cantata de Bach, a BWV 248.