O Congresso está em dramática contagem regressiva, para manter a sua imagem diante do País. Varre do seu seio os denunciados por corrupção e se expõe a uma devastadora fila a se sentar no banco dos réus? Doutra parte, o que representam as manifestações antecipadas do Supremo objetivamente bloqueando averiguações ou rasgando outro rumo para o seu desfecho? O que significam as medidas judiciais defensivas, por enquanto, ao tramitar da cassação do deputado José Dirceu? O impeachment de Roberto Jefferson, de toda forma, torna as oposições prisioneiras do script iniciado pelo ex-deputado, possuído do velho fantasma do lacerdismo.O depoimento, por outro lado, de Daniel Dantas abre outra dimensão ao nosso abuso econômico-político, e expõe a novidade do presente escândalo nacional. É que este regride ao governo anterior em toda esteira de combinações entre o "Opportunity" e a administração tucana, na esteira ambígua das privatizações brasileiras. Dantas declarou que foram seus sócios ou empregados exatamente na seqüência da atividade internacional das suas empresas, Pérsio Arida então Presidente do BNDES, e Helena Landau, responsável por toda a política crítica das mesmas privatizações. A perspectiva que se confirma a partir da vastidão e complexidade do depoimento de Dantas evidencia como o que começou pelas denúncias de Jefferson, na verdade põe em causa uma investigação ampla dos dinheiros públicos, do BNDES aos fundos de pensão, com as oportunidades pioneiras abertas pelo empresário do "Opportunity".