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Artigos

 
  • Ano eleitoral: palpite infeliz

    Embora nada entenda de política e muito menos de eleições, acompanhando a vida nacional de longe e, ultimamente, com tédio e, não raras vezes, com indignação, atrevo-me a um palpite infeliz neste início de ano eleitoral. Para dizer que não estou, aliás, nunca estive otimista sobre os caminhos que desconfio estarem em gestação.

  • De Fidel Castro

    Assisti na legendária Catedral de Notre Dame, em Paris, às exéquias de François Mitterand. Todos os chefes de Estado, de governo ou presidentes de Senado ou Câmara, do mundo inteiro, estavam presentes na formidável nave, homenagem de pedra e arte à Notre Dame, mãe de Deus.

  • Anatomia das crises

    Mais uma vez contrario a maioria dos entendidos em crises políticas. Pelo que ouço e vejo, nunca houve crise maior do que a provocada pelos escândalos do PT e do governo. Dou de barato que se trata de uma crise assombrosa, que fez e talvez ainda faça estragos por aí, sendo que o maior deles já foi feito e dificilmente será reparado: a quebra da vestalidade do Partido dos Trabalhadores. Por extensão, a perda de substância moral de seu fundador e presidente de honra, que, por acaso, é o atual presidente da República.

  • Bravo à Bolsa!

    Está sendo eleito pela baraca o presidente da Bolsa de Valores, Raymundo Magliano Filho, responsável pela administração de uma das mais brilhantes carreiras na respeitada e venerável instituição.

  • Um carioca da gema

    Marques Rebelo cometeu a imprudência de nascer no Rio de Janeiro. Resultado: a posteridade deu seu nome a um beco. E não um beco familiar e pequeno-burguês, mas um vexatório beco na Lapa. Como ele foi o romancista de Marafa, é possível que tenha acudido à Prefeitura Municipal homenageá-lo perto das prostitutas, boêmios e marginais de sua ficção cruel e fagueira. Se tivesse nascido no Ceará, como José de Alencar, teria ganho uma estátua. Gaúcho, como Érico Veríssimo, haveria de abrir-se para ele a glória de uma avenida de primeira água, na Barra. Mas Edy Dias da Cruz - este era o seu nome de certidão, desativado para dar nova oportunidade a um obscuro clássico português - nasceu em Vila Isabel.

  • Ação e reação

    Nunca tivemos um presidente que falasse tanto e tamanhamente como Lula. E que tanto e tamanhamente reclamasse da mídia pelas críticas e boicote que alega estar sofrendo. Diz, repete à exaustão, que tudo está no melhor dos mundos, garante que dará futuro paradisíaco ao Brasil e que nunca na história houve um governo tão eficaz, de tanta ação benéfica como o dele.Seguindo as linhas do seu fundador e mestre, o PT sadio, aquele que não participou da lambança, declara-se perplexo e até mesmo indignado com o mau tratamento que vem recebendo da mídia. Em tempos outros e recentes, o partido era o queridinho da mídia, podia-se tudo nas redações, menos criticar o PT.

  • Sucesso de Ministro

    Era o Brasil um país medíocre como exportador, até um passado recente. Teve melhora nos últimos governos, inclusive nos militares, mas não se destacou nesta área, pois éramos exportadores de produtos primários, dentre os quais sobressaía o café, e não de produtos industrializados ou os produtos do famoso agrobusiness . Ao tomar posse, o presidente Lula convidou para o Ministério do Desenvolvimento o vitorioso empresário Luiz Fernando Furlan e para o Ministério da Agricultura o não menos vitorioso fazendeiro Roberto Rodrigues.

  • Pão e justiça

    Lá pelos meados do primeiro milênio, um grupo de romanos saiu à rua para protestar (é hábito antigo do homem civilizado, esse de passear seu protesto ao ar livre) e sintetizou suas reivindicações em dois itens: pão e Justiça.

  • Informação e ditadura da suspeita

    Crise, aliás , pseudocrise, ou crise nascida da credibilidade da crise? Até onde, nessa pergunta, já estamos diante inclusive das sentenças mediáticas, em que se plasma uma opinião pública por sobre a espontaneidade das convicções-cidadãs? Não é outro talvez o problema mais grave da dita democracia profunda, hoje em debate na ONU. Farão os meios de comunicação o deslinde entre a absoluta isenção no informar e o dar à mesma a interpretação, ou o comentário, como se espera do veículo que a porta?

  • Adjetivos e centavos

    Não sei quem inventou que ano novo implica em vida nova. Posso garantir que não fui eu. Sou culpado de outros crimes abomináveis, mas não deste, embora não considere o ditado "ano novo vida nova" um crime, mas uma tolice. E, em ambos os casos, não seriam abomináveis.Volta e meia me surpreendo pensando nos adjetivos que entram e saem de moda, como as saias das mulheres e as calças dos homens. "Abominável" saiu de circulação, só se aplica para nomear um homem das neves que, como o Papai Noel e o caixa 2 do PT, têm a existência negada - pelos adultos no caso do Papai Noel, pelo pessoal do governo no caso do caixa 2.

  • O populismo está vivo

    Passando os olhos pelas estantes da minha biblioteca, fixei-me por alguns segundos nos 40 volumes escritos e subscritos pelo grafômano revolucionário Lênin e me veio a lembrança que o populismo é a doença inflável da democracia. Ao contrário do que diziam Aristóteles e Santo Tomás, para quem a doença da democracia era a demagogia.

  • Ser como um rio que flui

    "Um rio nunca passa duas vezes pelo mesmo lugar", diz um filósofo. "A vida é como um rio", diz outro filósofo, e chegamos à conclusão de que essa é a metáfora mais próxima do significado da vida. Por conseqüência, é bom lembrar durante todo o próximo ano:

  • Sorrir para a vida

    "A Organização Mundial da Saúde define saúde como 'o estado do mais completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidade'. Os veteranos da área costumam dizer que essa é, na realidade, a definição de felicidade.

  • O grande nojo

    Tive a impressão de que a mídia, sobretudo no segundo semestre do ano que passou, promoveu informalmente um estranho campeonato para saber quem ficou mais indignado, revoltado, enojado com a lambança que marcou a vida pública em geral, e o PT e o governo em particular.