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Artigos

 
  • Governantes e governados

    Essa capadoçagem burra, arrogante e irresponsável, tentada no Congresso Nacional, para intimidar e desfigurar o Poder Judiciário, mostra de novo como somos atrasados. Antigamente, éramos um país subdesenvolvido e atrasado. Fomos promovidos a emergente - embora volta e meia me venha a impressão de que se trata de um eufemismo modernoso para designar a mesma coisa - e continuamos atrasados. Nosso atraso é muito mais que econômico ou social, antes é um estado de alma, uma segunda natureza, uma maneira de ver o mundo, um jeito de ser, uma cultura. Temos pouco ou nenhum espírito cívico, somos individualistas, emporcalhamos as cidades, votamos levianamente, urinamos nas ruas e defecamos nas praias, fazemos a barulheira que nos convém a qualquer hora do dia ou da noite, matamos e morremos no trânsito, queixamo-nos da falta de educação alheia e não notamos a nossa, soltamos assassinos a torto e a direito, falsificamos carteiras, atestados e diplomas, furamos filas e, quase todo dia, para realçar esse panorama, assistimos a mais um espetáculo ignóbil, arquitetado e protagonizado por governantes.

  • Visita a Blaise Pascal

    Sob frio constante e uma chuvinha que teimava em cair, estivemos em Clermont-Ferrand, a uma hora de avião de Paris. O que ela tem de notável, além da sua origem fortemente vulcânica, é a presença da matriz da empresa Michelin (os bondes elétricos que por ali trafegam têm pneus de borracha). Clermont-Ferrand tem 140 mil habitantes.

  • O fosso e a fossa

    Apesar de ter passado por vários episódios de saúde, desde o sarampo da infância a múltiplas complicações do ofício de viver, falar sobre medicina é temeridade e pretensão. Mas vamos lá. A crônica fica valendo como um depoimento pessoal, testemunho de alguém que com certo exagero é obrigado a apelar para a classe médica na condição ambígua de paciente, ou seja, dotado de pouca saúde e muita paciência.

  • Lula "sonhático"

    O ex-presidente Lula traz de volta ao cenário político, em entrevista comemorativa dos 10 anos de poder do PT, a divisão partidária entre “eleitoreiros” e os “da base”, afirmando que o primeiro precisa se reinventar para que a política não fique “mais pervertida do que já foi em qualquer outro momento”, e para que o partido seja capaz de estabelecer alianças e coalizões sem precisar de “uma relação promíscua”. O segundo grupo manteria as características desde os anos 1980, é “exigente e solidário”.

  • Universidade aberta: Inglaterra dá show

    A 90 minutos de Londres, por uma boa estrada, localiza-se em  Milton Keynes um dos orgulhos da cultura inglesa: a Open University (OU). Nasceu em 1968 e hoje é considerada uma das três universidades mais importantes do Reino Unido, do ponto de vista da satisfação dos alunos.

  • Uma situação bizarra

    O estranho caso do novo ministro Afif Domingos, que permanecerá como vice-governador de São Paulo, é exemplar de como nossos políticos se apegam a cargos, mesmo quando o bom senso manda que abram mão de um deles. Afif já combinou com o governador Geraldo Alckmin que não assumirá o posto deste nunca e pretende viajar sempre que o governador tiver que fazê-lo, para que o cargo possa ser ocupado pelo presidente da Assembleia Legislativa.

  • E a moralidade?

    Na política, nem sempre o que é legal é aceitável eticamente, e o peso da moralidade, previsto no artigo 37 da Constituição de 1988, tem que ser levado em conta quando se trata de um cargo público. Está escrito lá: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

  • Rachel na Sorbonne

    Ana Maria Machado, ela também uma grande escritora, resolveu prestar homenagem à memória de Rachel de Queiroz, a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Leiras (1976). Valendo-se de um convênio com a Universidade Sorbonne Nouvelle, determinou que fôssemos a Paris para falar a 120 alunos de Língua Portuguesa da importante instituição, o que fizemos com muito prazer. Lia foi uma figura fundamental do romance nordestino, além de ter povoado durante muitos anos a última página da revista O Cruzeiro, sempre com sucesso.

  • A universidade, entre a surpresa e o espanto

    A Unesco vem tornar públicas as conclusões  quanto ao futuro da universidade  contemporânea. Os rumos da educação no novo século sofrem o impacto tanto da aceleração do próprio evento dos nossos dias, como da mudança radical das comunicações pelo mundo virtual. Começamos a deparar o choque da formação e da informação, na perda de sua convergência no espaço social da universidade.

  • Uma noite inesquecível

    Foi uma noite para ser esquecida, segundo a definição de alguns. Ou para nunca mais ser esquecida. O nível dos debates ficou tão baixo que o presidente da Câmara, Henrique Alves, disse que, em 40 anos de vida parlamentar, jamais vira espetáculo tão degradante. Não se poderia esperar outra coisa dos principais combatentes da noite, os deputados Eduardo Cunha, do PMDB, e Anthony Garotinho, do PR, ambos do Rio, antigos aliados, hoje grandes desafetos.

  • A mudança de Campos

    A evidente mudança de atitudes do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, nos últimos dias, reduzindo o ritmo quase frenético de campanha nacional que imprimira à sua agenda, tem muitas explicações, mas traz muitas dúvidas. Diversas teorias da conspiração andam pelas bocas e cabeças dos políticos, e a que mais mexe com o imaginário é a que dá como razão para essa freada de arrumação a possibilidade de Lula vir a ser o candidato do PT em 2014.

  • (Risos)

    Todo mundo sabe que Graciliano Ramos, nos tempos em que fazia revisão dos textos da reportagem do "Correio da Manhã", sendo na realidade um ancestral dos futuros copidesques, embirrava com certas palavras: "entrementes" e "outrossim" levavam o velho Graça a um delírio de epilético.

  • O enigma Dilma

    A presidente Dilma fez um apelo ao Congresso para que aprove em tempo hábil a MP dos Portos, mas há gente na base criticando muito a atuação das ministras Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e Ideli Salvatti, das Relações Institucionais. Elas, juntamente com a própria presidente, são conhecidas ironicamente no Congresso como “as meninas superpoderosas”, um desenho animado americano.

  • Guerrilha na Câmara

    Eduardo Cunha é um guerrilheiro chefiando um exército mercenário. Essa foi a melhor definição que ouvi sobre a atuação do líder do PMDB na Câmara na batalha para a aprovação da Medida Provisória dos Portos. Interessa a um grupo da própria base governista impor uma derrota ao governo, por razões diversas, – desde interesses pessoais contrariados até a defesa de outros interesses, passando por alguns poucos que têm realmente posições tecnicamente defensáveis nessa questão tão ampla - e Eduardo Cunha apresentou-se como o instrumento para que esse objetivo seja alcançado. .