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Artigos

 
  • O bolso e a Bolsa

    HELMUT SCHMIDT, talvez o homem mais brilhante que eu conheci, em uma reunião em Salzburgo do InterAction Council, conselho mundial de ex-presidentes e chefes de governo, do qual eu participo, fez uma exposição sobre o mercado financeiro, o primeiro setor da economia a globalizar-se. Falou sobre o gigantesco volume de capital que gira nas Bolsas de Valores, dia e noite, comandadas mais pelos computadores com seus programas inteligentes do que pela vontade dos homens e investidores, concluindo que suas ações representam dez vezes mais que a economia real.

  • Treinamento dá retorno

    É opinião generalizada que o treinamento de pessoal dá um excelente retorno. Pesquisa do Sebrae nacional revelou que houve progressos expressivos nos setores de comércio, serviços, indústria e construção, embora os nossos padrões educacionais ainda estejam muito a desejar. Uma pena que se cuide tão pouco de matérias como língua portuguesa e matemática, como revelam os exames feitos pelo MEC.

  • Urgências Nacionais e Reforma Universitária

    Não sem razão, o governo colocou no seu centro agora o problema da reforma universitária. Nele se entrechocam o idealismo renitente e a fome do agora; a combinação paradoxal entre o indicador, talvez, mais largo da mudança e o que de imediato se requer – até em prazos mínimos – para dar vigência à tarefa. Retomamos, de década em década, o grande propósito. Não existirá, talvez, política pública em que o balanço do que se conquista exponha-se à tentação de um recomeço e do querer fazê-lo cada vez melhor, num coeficiente utópico que se passe como um anel, de mão a mão, entre as gerações.

  • Vidas e mudanças

    Tempos atrás, uma nova máquina de lavar exigiu que fizéssemos um novo sistema de canalização em toda a área de serviço. Com a chegada do novo equipamento, foi preciso mudar o piso. E a parede teve que ser pintada com outra cor. No final de tudo, a área estava bem mais bonita que a cozinha. Para evitar o contraste, reformamos também a cozinha. Só então notamos como a sala estava velha. Refizemos a sala, que terminou ficando mais acolhedora do que o meu escritório, que já tinha quase dez anos. Por fim, refizemos também o escritório. Aos poucos, a reforma, que começou bem tímida, se estendeu pela casa inteira E espero que o que se passou na minha casa se passe sempre também em minha vida. Espero estar aberto para as pequenas novidades. Espero sinceramente que cada novidade me chame a atenção para todos os detalhes que precisam ser mudados na minha vida e em mim.

  • Gangorra

    A testa desse cara é decisiva, cara, a testa dele é mais importante que aqueles telões com a cotação das ações

  • A devastação da Amazônia

    Escrevi numerosos editoriais, publicados nesta coluna, sobre a devastação da Amazônia pelos fazendeiros instalados com legalidade no território amazonense. Cheguei a sugerir a organização de um exército para a Amazônia com a incumbência de impedir a sua devastação. Evidentemente, não fui atendido pelos burocratas do funcionalismo.

  • Não é o animal, é a vida

    Um dos lugares mais curiosos de Paris é o Le Cimetière des Chiens, o Cemitério dos Cães, situado nos arredores da cidade, no subúrbio de Asnières-sur-Seine. Esse cemitério foi criado em 1898 por decreto da prefeitura. Desde então, mais de 40 mil animais foram ali sepultados: cães, naturalmente, mas também gatos, peixes, macacos, ratos, cavalos e um leão. O lugar é belíssimo, como se constata desde os elegantes portões, em estilo art nouveau. Lá dentro, à sombra de árvores copadas, estão os túmulos, milhares deles, alguns adornados com esplêndidas esculturas dos animais mortos. E os epitáfios são por vezes comovedores, falando com profundo afeto e gratidão dos animais mortos.

  • O alvo e a decisão

    O iogue Raman era mestre de arco-e-flecha. Um dia, ele chamou seu discípulo para uma demonstração. Raman pegou uma flor e colocou um dos ramos da árvore. Ficou a cem passos do local onde havia colocado a flor. De frente para o alvo, pediu que o discípulo o vendasse. “Você já me viu praticar, acertar o alvo?”, perguntou ao discípulo. “Sim. O senhor sempre acerta”. O iogue disparou e errou. “Eu lhe dei uma grande lição sobre o poder do pensamento. Quando desejar uma coisa, concentre-se apenas nela: ninguém jamais atingirá um alvo que não consegue ver”.

  • Bossa nova

    RIO DE JANEIRO - Não chega a ser uma polêmica entre os entendidos, mas uma discussão que, de vez em quando, inflama os meios especializados. Afinal, quem por primeiro batizou a bossa nova de bossa nova?

  • Olinda, Olindíssima

    Estou espantado com a amnésia voluntária e ao redor do reconhecimento de Olinda como Patrimônio da Humanidade, no jubileu de prata da data. Espanta-me o risco disso tudo se encaminhar para grosseira desmemória e que tenhamos enfim chegado a tal desconforto.

  • Os ministros e a sucessão

    Para citar um único caso que o governo não dá solução, cito o desmatamento da Amazônia. Já foram desmatados mais de 3.233 km quadrados de mata virgem só no final do ano passado sem que o governo tomasse conhecimento dos vândalos que ocuparam aquele território para destruí-lo em nome da economia.

  • O roubo

    O mestre pediu aos seus discípulos que conseguissem comida. Os discípulos voltaram para encontrar o mestre no fim daquela tarde. Cada um deles trazia consigo um pouco dos alimentos obtidos pela caridade alheia: frutas podres, pães duros, vinho azedo... Um dos discípulos, porém, trazia uma sacola repleta de maçãs maduras.