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Artigos

 
  • Academia e saberes vários

    A ABL não pode se ausentar das evidências do quotidiano. Não nos emociona a busca da celebridade mas a das raízes da cultura, que é, por essência, multicêntrica. Não podemos ser exclusivamente uma agência a pensar a Cultura e a Língua, de forma alienada, devemos ser uma agência, mas desde que inserida no tempo, na circunstância. Uma agência situada. E, para ser assim é preciso a visão complementária e compensatória, pois a Cultura permeia todas as faces do fazer, do pensar. Não se dedica a meras apoteoses.

  • Opinião: Um governo de maiorias desnecessárias

    Os dados estão aí, exuberantes, a mostrar a prosperidade do segundo governo Lula. Somam-se os números do aumento da renda per capita como da sua efetiva distribuição, de par com a queda das taxas de câmbio e de juros. Mais que acidente de trajetória, a chuva de dólares no país põe em causa a opção de crescimento ainda cravada na tônica exportadora da última vintena.

  • 400 anos de atraso

    Quem acompanha os trabalhos científicos brasileiros sabe que foi o professor Carlos Chagas quem descobriu o veneno transmitido pela picada do Barbeiro, habitante das casas de taipa. O professor Carlos Chagas estudou o primeiro bicho-barbeiro por ele selecionado e verificou o positivo contágio que pode levar o paciente à morte, se não for tratado a tempo.

  • A mãe de Silas

    Já dediquei artigo anterior a Silas Rondeau. Neste artigo me dedico a homenagear a sua mãe. Pensem bem os leitores: uma senhora pacata, de 80 anos, ocupada com o lar e com sua família, resolve aconselhar seu filho, o ilustre ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau, para que saísse da política e voltasse à vida particular, na qual ganhou nome e bem-estar. A senhora Rondeau usou o clássico instinto feminino e logo que assistiu à reportagem do Fantástico no último domingo tratou de ligar para o filho, aconselhando-o a deixar o cargo, que os dejetos políticos já haviam chegado a seu ministério. Transmitiu a Silas o seu conselho de mãe, exclusivamente interessada no destino dele. A mãe viu, apenas, o destino do filho em perigo e tratou logo de alertá-lo, para que ele tivesse mais uma opinião a seu favor e com ela abrisse caminho para o retorno à vida particular e aos seus negócios de técnico em mineração.

  • Por que os bingos?

    Leio num dos jornais paulistanos que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu dar à União o poder de autorizar o funcionamento dos bingos. É lamentável. Os bingos podem, no máximo, criar alguns empregos e não facilitam o desenvolvimento das regiões onde funcionam. Bingo é jogo de azar e "come" a renda dos menos favorecidos, que ali procuram ganhar reforço orçamentário que os ajude a manter a casa.

  • A berlinda de Renan

    É incontestável, para os estudiosos, que as instituições políticas brasileira decaíram muito na representação de seus membros, incluindo entre elas o Senado Federal, que já foi a Casa que abrigou as mais altas figuras na militância política e administrativa. Quem leu, como eu, O Senado do Império, do saudoso Afonso de Taunay, fica desencantado. O presidente do Senado, Renan Calheiros, não fez por menos ao rebaixar ainda mais a Casa onde exerce o mandato parlamentar, levando ao plenário a esposa, para tornar mais dramática a sessão senatorial em que tudo fez para provar a sua inocência. Mas ele mesmo admitiu não ter provas de ter dado o dinheiro e é por esse motivo que será investigado.

  • Greve na USP

    A rigor, e em último caso, deve-se admitir greve na USP, de alunos contra professores. O sistema pedagógico obriga o bom entendimento entre estudantes e professores, mas não é o que estamos observando entre as categorias docente e discente da universidade. Os alunos da USP são portadores de diplomas altamente requisitados nos campos do trabalho e da pesquisa, e isso não permite interrupções prolongadas no campus universitário. Não é, no entanto, o que se verifica no campus da USP, há já alguns anos com greves seguidas e prolongadas paralisações , interrompendo, assim, o trabalho construtivo dos alunos de cursos superiores da mais alta categoria universitária.

  • O sigilo e a PF

    Quem teve interesse nos seriados que o cinema levou sobre a polícia federal americana, sabe que os seus quadros, naquele país, são respeitados até mesmo pelos gângsters e pela máfia, tal a responsabilidade que reveste suas ações, num país essencialmente federativo. A polícia federal dos EUA, que foi aqui copiada, precisaria atuar com intensa pedagogia nas salas de Brasília para lecionar aos membros da PF brasileira matéria sobre como agir discreta e rigorosamente ao ser abordado por estranhos aos seus quadros. É sabido, fartamente, que no Brasil ninguém guarda segredo. Aqui, para haver segredo entre duas pessoas é preciso que uma delas morra e que a segunda não tenha a quem contá-lo. Daí que uma polícia federal copiada dos EUA, onde ela é rigorosa em seus rituais, se evapora em sua liturgia para ficar sujeita às investigações de funcionários categorizados e de sua organização.

  • Seria uma pena

    RIO DE JANEIRO - Se dependesse de mim, Lula teria sofrido um impeachment no final de seu primeiro mandato, por conta dos escândalos do mensalão. Impossível que ele não soubesse e não tolerasse a corrupção que se instalou à sua volta, ceifando inclusive o seu auxiliar mais próximo e importante.

  • A certeza e a derrota

    Este romance, "O evangelho da incerteza", de Wanda Fabian, obteve prêmio especial no Grande Concurso Walmap realizado no final dos anos 60 do século passado. Sabia-se naquele tempo, mas sabe-se mais hoje, que se tratava de uma obra-prima da ficção brasileira. Sua nova edição, que sai agora, vinha há muito sendo esperada pelos que acompanharam os lançamentos do Walmap.

  • Farol do conhecimento

    Na Bahia, falamos aos alunos do “Farol do Conhecimento”, iniciativa da professora Anaci Paim, hoje com mais de mil inscritos. Como não poderia deixar de ser, o tema foi a legislação educacional.

  • O pescoço de Saddam

    O CONCEITO de guerra justa foi muito utilizado ao longo dos séculos para aventuras políticas. Kant, que era um pacifista a seu modo, achava que toda guerra "era contra a lei". Sua visão era mais legalista do que humanitária.

  • Um milagre, a vida anencéfala?

    Deveria ter sido apresentada ao Papa, frente ao milhão e meio de brasileiros no Campo de Marte, a menina Marcela, cega, surda e muda, anencefálica, e nascida pela fé inquebrantável de casal goiano. O que representa esse extremo da defesa da vida a que se vincula o anúncio maior do presente pontificado? Ou em que termos a confiança de um milagre, fervorosamente expressa pela família, levou-os ao parto de feto que, em horas da fecundação, atestava a absoluta inviabilidade de qualquer função cerebral, e a nascer a uma existência meramente vegetativa? A sobrevivência ao parto já se tornaria extraordinária. E é a essa, talvez, que se voltou o agradecimento do milagre, e a recompensa do sacrifício assumido pelos pais.

  • A gestante

    Gestantes, idosos e deficientes físicos têm prioridade nas filas dos bancos. Nem todos os idosos precisam provar o ano de nascimento com a carteira de identidade. Está na cara que são idosos mesmo. Os deficientes também escapam da prova - infelizmente são óbvios.