O dom da eficiência
As análises e abordagens do sistema político brasileiro, como de resto a avaliação que dele todos fazemos periodicamente, têm sempre por foco a conjuntura e por objetivo a justificativa de nossas próprias convicções. E, quaisquer que elas sejam, seguem o modelo tradicional que oscila entre o ufanismo de um lado e o pessimismo do outro.
Vive la France!
Prefiro Ségolène à Sarkozy. Desde a Terceira República não há mulheres no governo francês.
Digesto econômico
O Brasil é um problema. Não vejo como minha geração tem ainda forças para resolvê-lo a contento.
A vitória de Sarkozy
A vitória de Sarkozy não surpreendeu. Esperemos que a França encontre o seu rumo.
O ultimato da Petrobras
A Petrobras tomou uma decisão que já tardava. Vamos continuar na mesma política, sem ameaças, mas sem fraquezas, como deve agir uma potência.
A visita do Papa
O papa encontra aqui vários problemas, que serão estudados segundo a doutrina católica ortodoxa.
Opinião: O papa em nossa casa
É muito difícil ser papa depois de João Paulo II. Este teve uma grande cumplicidade com a história. Antes de tudo, foi o primeiro papa a viver a sociedade de informação, capaz de ser visto e acompanhado por todos e em todo lugar. Segundo, teve de atravessar o tempo da Guerra Fria que levava o mundo à beira da catástrofe nuclear. Terceiro, lhe coube executar as reformas do Concílio Vaticano II, que provocou uma tempestade na Igreja, e resolver o conflito ideológico com a Teologia da Libertação.
O problema etanol
A produção de etanol é uma das preocupações dos países desenvolvidos, ou mesmo em fase de desenvolvimento. É um combustível que pode atender a demanda em grande parte de sua produção, ficando o resíduo à disposição de eventuais consumidores heterodoxos. É, portanto, uma solução com uma nota diferente, que se lhe deve colocar para atender ao consumo.
Questões de justiça ou de memória
Ainda não temos opinião definitiva sobre um mal que vitima alguns brasileiros. Se eles têm pouca (ou nenhuma) memória sobre fatos históricos ou simplesmente se recusam a fazer justiça, sobretudo quando a ocorrência é recente. Aí entra um pouco de inveja, ciúme e outros ingredientes. Para evitar o fenômeno, a Academia Brasileira de Letras chama os seus membros efetivos de “imortais”. Porque serão sempre lembrados, quando da leitura das efemérides, que se faz toda semana, na Casa de Machado de Assis.
Octavio Frias de Oliveira: a passagem de um grande brasileiro
A surpresa foi grande, quando recebemos o telefonema da redação da “Folha de São Paulo”. A voz não demorou a dar a má notícia: “O seu Frias morreu e gostaríamos de uma opinião a respeito. Sabemos que o sr. foi grande amigo dele.”Como resumir numa frase a imensa admiração pelo homem que transformou o seu jornal numa trincheira em defesa das liberdades democráticas? Foi uma grande personalidade, empresário bem sucedido, e depois jornalista de primeira qualidade.
Academia e saberes vários
A ABL não pode se ausentar das evidências do quotidiano. Não nos emociona a busca da celebridade mas a das raízes da cultura, que é, por essência, multicêntrica. Não podemos ser exclusivamente uma agência a pensar a Cultura e a Língua, de forma alienada, devemos ser uma agência, mas desde que inserida no tempo, na circunstância. Uma agência situada. E, para ser assim é preciso a visão complementária e compensatória, pois a Cultura permeia todas as faces do fazer, do pensar. Não se dedica a meras apoteoses.
Opinião: Um governo de maiorias desnecessárias
Os dados estão aí, exuberantes, a mostrar a prosperidade do segundo governo Lula. Somam-se os números do aumento da renda per capita como da sua efetiva distribuição, de par com a queda das taxas de câmbio e de juros. Mais que acidente de trajetória, a chuva de dólares no país põe em causa a opção de crescimento ainda cravada na tônica exportadora da última vintena.
400 anos de atraso
Quem acompanha os trabalhos científicos brasileiros sabe que foi o professor Carlos Chagas quem descobriu o veneno transmitido pela picada do Barbeiro, habitante das casas de taipa. O professor Carlos Chagas estudou o primeiro bicho-barbeiro por ele selecionado e verificou o positivo contágio que pode levar o paciente à morte, se não for tratado a tempo.