Desta vez fui de férias mesmo e não mandei despachos sobre acontecimentos em Itaparica, pérola do Recôncavo Baiano onde tive a felicidade de ver a luz pela primeira vez e terra sempre na vanguarda dos interesses nacionais, desde o tempo em que os holandeses andaram se metendo a bestas por lá. Ficaram praticamente todo o ano de 1648, mas padre Vieira, que só por acaso não nasceu na ilha, tanto chamou Santo Antônio às falas que o santo - cala-te boca, mas ele recebia soldo dos militares portugueses e deu moleza para os holandeses muito tempo, tanto assim que chegou até a ser rebaixado por levar grana sem cumprir a obrigação - resolveu se mexer e aí os holandeses foram corridos no tapa e às pressas, deixando para trás quem não estava na praia na hora. Há quem atribua a esse fato a existência de tipos raciais tão variados na ilha, a ponto de Zé Pretinho, que, como a alcunha indica é altamente afro-descendente, haver descoberto, depois de uns sessenta e poucos anos, que tem olhos azuis. Estive com ele no Mercado logo no meu primeiro dia para trocar as saudações de praxe e ele estava muito satisfeito com a novidade.