
SOS educação
Nestes últimos dias, curti minha insônia de estimação com especulações que, em vez de atrair o sono, o afastaram e ficaram remoendo soluções e caminhos.
Nestes últimos dias, curti minha insônia de estimação com especulações que, em vez de atrair o sono, o afastaram e ficaram remoendo soluções e caminhos.
O presidente da República falou rindo, mas não brincou, quando disse a um de seus colegas, em recente reunião de presidentes, grande parte de cucarachas, que foi ao Gabão aprender como se fica 30 anos no poder, e se quiser ficará mais. O presidente Lula falou sério, primeiro por ter tomado o gosto do poder e, segundo, por lhe ter subido à cabeça a mudança do humilde ex-torneiro a chefe do governo da República Federativa do Brasil, uma nação emergente de 180 milhões de habitantes, mais de 8 milhões de quilômetros quadrados, portanto uma das maiores do mundo. O presidente Lula quer ficar, não há dúvida.
O senador Marco Maciel apresentou em junho deste ano um projeto de resolução que institui a Comissão Especial do Bicentenário da Independência do Brasil. Para um político escolado que nunca teve pressa e chegou a governador, presidente da Câmara dos Deputados, ministro e vice-presidente da República em dois mandatos, o projeto não pode ser encarado como uma precipitação.
Ainda bem que a popularidade do presidente Lula aumentou, devido à bolha da economia que está sendo registrada, demonstrando que as coisas, se não estão perfeitas, tendem a melhorar se tudo der certo.
No ano em que comemora 50 anos de existência, que foi alvo de campanhas favoráveis e desfavoráveis, garantindo aos comunistas da época que o petróleo é nosso e dando razão aos críticos que afirmavam ser o petróleo dos árabes sauditas e do Golfo Pérsico, onde entram, também, os islâmicos. O cinqüentenário foi comemorado com ênfase, provavelmente com mesas fartas e fogos de artifício, sustentando a afirmação de que seremos independentes dentro de muito pouco tempo.
A morte de Homero Senna, há pouco mais de uma semana, privou-nos de um trabalhador intelectual como tivemos poucos. Conheci-o nos anos dourados de Juscelino, quando trabalhamos ambos no então Ministério da Viação e Obras Públicas, ele no gabinete do Ministro Lúcio Meira, eu como diretor do Serviço de Documentação. Redator dos relatórios da pasta, usava Homero Senna um estilo direto, claro, sem a menor desconversa, como devem ser os documentos oficiais.
O cenário carioca foi palco das correntes mais representativas da música popular brasileira: o choro, por volta de 1870; o samba, nascido em 1917; a canção romântica da Era do Rádio, a canção de fossa das boates e a bossa nova, no final de 1950.
Abem da verdade, a palavra “reforma” já não me dizia muita coisa. Desde que me entendo, ouço falar em reformas. Algumas gozam de status especial, como a agrária, cuja menção sempre esculpe semblantes graves nos que a ouvem e gestos de desalento de etiologia diversificada, conforme as convicções do autor dos gestos. Ela é certamente a decana, vê-se logo que não é uma qualquer, tem aquele quê (lembrei agora do tempo em que se falava em “it”; alguém aí ainda manja o “it”? Tudo bem, esqueçam) dos aristocratas, do dinheiro velho e das tradições. Acho que, se chamada a complementar rapidamente o substantivo “reforma”, a grande maioria dos brasileiros, exceção feita a dois ou três dos que me lêem que dirão “do banheiro”, proferirá automaticamente “agrária”. Todo mundo ouve isso desde pequenininho, é uma coisa meio pavloviana, embora Pavlov se tenha celebrizado por pesquisas com cães, não carneiros - mas isto já é outra história.
UM GUERREIRO DA LUZ NUNCA TEM pressa. O tempo trabalha a seu favor; ele aprende a dominar a impaciência, e evita gestos impensados.
Um dos problemas sem solução do pensamento humano é saber se política é idéia, como queria Aristóteles, ou conversa, como quer o presidente Lula. A favor das duas definições, há gente de respeito e, sinceramente, me inclino mais pela segunda hipótese, não por ser a melhor, mas por ter freqüência maior.
A sobriedade do parlamento inglês foi submetida a uma prova de bagunça. Nada mais nada menos que por causa das raposas. Os tradicionais guardas vestidos de preto e cabeleiras brancas metidos num qüiproquó entre os caçadores de raposa que não queriam deixar que o Parlamento proibisse a sua caça e uma multidão irada que fora gritava: "Queremos matar raposa!". Os parlamentares de dentro: "Raposa viva, sem cachorros as perseguindo!".
Evidentemente, com minha profissão de fé liberal, reiteradamente proferida e escrita, não vou fazer a apologia de Stalin. O tirano está morto e bem morto. Mas, não tenho dúvida que os russos que perderam seus filhos, os parentes dos que morreram sentem saudades de Stalin, pois uma tragédia das dimensões que abalaram a paz russa e repercutiram no mundo inteiro, que a lamentou, gostariam que Stalin estivesse vivo e no lugar de sempre. Não teria havido tragédia.
Não se trata de mais uma escola média, desprovida de originalidade. Já temos tantas, a maioria igualada nos mesmos serviços precários prestados à nossa população. Esta que aí vem, para funcionar em 2006, na Barra de Tijuca, terá a chancela do Sesc, o que por si só é uma garantia de cuidados especiais na sua montagem desde a origem.
Não me consta que um grupo de visitadores, número elevado de mais de mil, tenha exercido a mesma função para melhorar a vida dos pobres, para socorrer os desfavorecidos, para dar atenção aos desgraçados da vida. Os visitadores apareceram, criados por dona Marta, para pedir votos em seu favor, nas próximas eleições, pois ela se julga a grande reconstrutora, seu lema da cidade mais mal governada do mundo ocidental.
Sabemos que a palavra é a base do pensamento e de tudo o que de lá sai e vira escrita. Com ela amamos, odiamos, gritamos, xingamos, pedimos pão. O haver Jean-Paul Sartre produzido um livro exclusivamente sobre palavras, numa espécie de autobiografia cultural, explicando como haviam "Les mots" entrado em sua vida, teve um firme significado no entendimento de sua obra, não só literária, mas também a de puro teor filosófico, um "L' être et le néant" ou "Critique de la raison dilactique".