
O morto que vestia pijamas
Leio em um portal de notícias na Internet: no dia 10 de junho de 2004, foi encontrado, na cidade de Tóquio, um morto vestido de pijamas.
Leio em um portal de notícias na Internet: no dia 10 de junho de 2004, foi encontrado, na cidade de Tóquio, um morto vestido de pijamas.
Um dos fatos históricos que mais desafiam nossa constante vontade de chegar às raízes dos problemas é a unidade político-social da América portuguesa em contraste com o esfacelamento do mundo hispânico, no mesmo continente, em impressionante número de Repúblicas de pequeno e grande porte.
Não foi por gosto pessoal nem por curiosidade natural quando se trata de saber quem é o homem que será papa, sucessor de uma linhagem que marcou a história, líder religioso de milhões de pessoas no mundo inteiro.
Numa dessas minhas sextas-feiras, nessa tarefa nem sempre árdua de encontrar temas, escrevi sobre a Guerra do Iraque e defendi a tese de que o único resultado visível dela foi a prisão de Saddam Hussein, por cujo pescoço George Bush está lambendo os beiços. E disse que, se o objetivo era o de varrer ditadores, mais fácil seria invadir o Turcomenistão, onde um presidente não está fazendo coisas muito ortodoxas.
Sempre se disse que a Igreja não tem pressa. Para se ter uma idéia dessa expressão, basta o processo de Anchieta, que foi beatificado e não canonizado. Decorreram já quinhentos anos e o apóstolo dos índios, o professor das crianças reunidas no Planalto, já registraram cinco séculos e ninguém é capaz de prognosticar quando Anchieta será santo ou se será canonizado.
Na reconfirmação dos 260 reais para o salário mínimo, a vitória do Governo acaba com as incertezas de uma possível rebelião do Congresso neste meados de 2004. Cercava-a a primeira queda séria da popularidade, baixada aos 56% depois da plataforma majestosa, dos quase 70% de aprovação continuada. Estes primeiros temores de queda, de qualquer forma, teriam como termômetro de fundo a perspectiva de reeleição de Marta Suplicy na Prefeitura, por excelência, dona do futuro do Governo diferente.
Durante muitos e muitos anos, o Aleijadinho era desdenhado pelas cultas gentes. Tratava-se de um ignorante, que fazia leões com corpo de cachorro e cara de macaco. Em 1902, um crítico de artes plásticas austríaco viu a estátua do profeta Daniel em Congonhas do Campo e ficou horrorizado. Registrou em seu diário: "Só um povo imbecilizado pela sífilis e pela malária consentiria que tal monstruosidade ficasse ao lado do profeta Daniel".
Ao fazer a revisão para um de seus livros a ser reeditado, Otto Lara Resende deixou uma observação à margem do texto: "Só uma besta se mete a escrever livro!". Meticuloso, amante da forma exata e do pensamento original, Otto sofria o diabo na hora de transmitir aquela prosa que tanto admiramos, mas que, para ele, estava sempre incompleta, insatisfatória, banal.
O presidente Luís Inácio Lula da Silva afirmou, em Nova York - lugar excelente para afirmações - que o presidente do BNDES, o sr. Lessa, é subordinado do sr. Furlan, ele mesmo titular do Desenvolvimento, e ativíssimo ministro do corpo de colaboradores do chefe do governo. Estão entrando em rota de colisão os dois auxiliares do alto clero do lulismo, quando foi preciso o presidente dizer essas palavras, que agradaram a um e desagradaram a outro.
A civilização insere-se na chave da filosofia da história. É esse o seu objetivo, embora, como já dizia o velho Aristóteles, o homem seja um animal político, pois desde que nasce até a morte vive em sociedades regidas por códigos e leis. Infelizmente, estamos na quadra histórica do ateísmo, ganhando adeptos. É esse o grande e profundo mal de que sofrem os povos, inclusive os mais adiantados nas suas instituições.
Em todo o mundo, a mídia está enfrentando dificuldades, seja pelo alto custo da informação e do entretenimento, seja pela concorrência que torna a oferta maior do que a procura. Para piorar o quadro, ela vive de fatos que não cria nem domina. Fatos que não acontecem em ordem programada. Deixam de estourar durante semanas e meses e, de repente, estouram todos ao mesmo tempo.
Abre-se agora na Igreja a fase da escolha do sucessor de João Paulo II. Cerram-se as portas da Capela Sistina para o conclave - o único que conhecemos no seu exato sentido etimológico - e os cardeais com direito a voto vão debater o problema com a intenção de servir a Igreja.
Houve, de certo modo, em muita poesia feita depois de 1914, uma ruptura interna, uma como que desintegração que foi, em relação ao assunto, até o excesso do surrealismo, e caiu, quanto ao ritmo, na quebra muitas vezes forçada e artificial do verso, com o abuso de alguns recursos postiços da divisão poética.
Este 12 de abril representa um marco na história da saúde pública e na história da medicina em geral: há exatamente 50 anos, em 1955, um médico norte-americano, o dr. Jonas Salk, anunciava que, depois de um gigantesco estudo envolvendo quase 2 milhões de crianças nos EUA, concluíra-se que uma vacina contra a poliomielite revelara-se "safe, effective and potent" -segura, eficaz e potente. A notícia foi recebida com enorme júbilo, sobretudo num país que desde o começo do século 20 vinha enfrentando gigantescas epidemias da doença -uma das vítimas fora ninguém menos que o presidente Franklin Roosevelt, que muitas vezes era visto em cadeira de rodas.
Estou achando divertida a cobertura do próximo conclave feita pela mídia internacional. Tanto a morte como o funeral do papa foram bem expostos, com exagero em alguns casos, mas a linha geral foi boa. E é de minha obrigação destacar, não por corporativismo ou por amizade pessoal, o trabalho de Clóvis Rossi em Roma. Foi dos melhores que acompanhei em alguns anos de jornalismo.