De índios e de mim pecador
Se começo a pensar que índio é aborígine, acabo justificando qualquer massacre
Se começo a pensar que índio é aborígine, acabo justificando qualquer massacre
É louvável: o ministro da Educação quer ampliar as vagas no ensino profissional. Mas por que deseja evitar o sol com o chapéu alheio?
Estive algumas vezes em Nova York no período em que lá se realizava a famosa e tradicional maratona. Numa dessas vezes, vi, afixado num gigantesco painel, a classificação dos corredores. Eram milhares, mas todos os nomes estavam ali, e também o lugar em que tinham chegado: o primeiro colocado, o segundo, o terceiro - e o último. Sim, havia um último lugar. E isso me impressionou. O que faz um corredor que está em último lugar numa prova, que já não tem mais ninguém atrás de si, esforçar-se para chegar à linha de chegada? Que energia move o maratonista?
Vocês decerto conhecem essa propaganda da tevê. Um rapaz vê um antigo carro precipitar-se no rio. Atira-se na água e salva a passageira, uma noiva que estava indo para a igreja. Ele leva-a até lá, entra no templo com a moça nos braços - e é, evidentemente, mal-interpretado, tendo de fugir às pressas. Esta historinha corresponde a uma fantasia muito comum, como mostram antigos versinhos do folclore português/brasileiro. É um diálogo. Um rapaz pergunta à tia: "Cadê o meu cavalo/ que eu aqui deixei ficar?". Responde a mulher: "O teu cavalo, sobrinho/ está no campo a pastar." O rapaz: "Cadê a minha espada/que eu aqui deixei ficar?". Resposta: "A tua espada, sobrinho,/ está na guerra a batalhar." E aí a questão crucial: "Cadê a minha noiva/ que eu aqui deixei ficar?". Golpe final: "A tua noiva, sobrinho/ está na igreja a se casar." Ou seja: mal o rapaz se descuida, vai-se o cavalo, vai-se a espada e, sobretudo, vai-se a noiva. Porque o noivado, esta é a conclusão, é terreno movediço, é rio turbulento onde, de repente, toda a paixão pode afundar e sumir.
Quando a constituição americana ficou pronta, Benjamin Franklin manifestou esperança quanto à sua adequação e permanência, mas fez a ressalva de que nada é certo nesta vida, a não ser a morte e os impostos - os famosos ''death and taxes'', que viraram uma expressão aplicável a muitas situações, inclusive metaforicamente. Deve ser usada milhares ou centenas de milhares de vezes nos Estados Unidos, todos os dias. Americano leva o dinheiro dele muito mais a sério do que nós, talvez porque roubem bem menos que a gente, em termos relativos. (Por sinal, desculpem, aceito vaias, mas para alguns de vocês deve ser novidade. Dizem que os japoneses inventaram uma fantástica máquina eletrônica de prender ladrões e começaram a fazer experiências em várias cidades do mundo. Botaram uma no aeroporto de Tóquio e, em uma hora, a máquina prendeu 56 ladrões. Botaram uma em Nova York e, também em uma hora, a máquina prendeu 205 ladrões no aeroporto. Em Paris, 176. E por aí foi, um sucesso em toda parte. Em seu caminho para o Brasil, a máquina pegou uma média de 118 ladrões/hora. Aí a botaram no aeroporto de Brasília e adivinhem no que deu? Não, não divulgaram os resultados. Na realidade, ninguém jamais saberá os resultados. Mas dessa feita não foi porque o governo escondeu, foi porque roubaram a máquina quatro minutos depois de ela ter sido instalada. Perdão.)
Leio no influente jornal O Globo a seguinte manchete: Consumo do Nordeste passa o do Sul e já é 2º do país. Lembro do Nordeste do cangaço, de Gilberto Freyre, de Casa Grande Senzala, do Padre Cícero, da literatura nordestina e de tudo o que constituiu ainda o folclore nordestino, com as suas soalheiras, seus retirantes e seus paus de arara, para ficarmos por aqui.
O chão de Austregésilo de Athayde foi o jornalismo. Belarmino Maria Austregésilo de Athayde realizou-se na literatura feita para jornal. Tendo sido a figura mais importante da Academia Brasileira de Letras ao longo de mais de três décadas, nesse período mudou a Casa de Machado de Assis, dando-lhe nova e mais sólida estrutura.
No Brasil oficial, as leis passam contra a vontade da maioria do povo. Não diremos que a nova CPMF não passará, como veio na manchete do DC de ontem ( Nova CPMF não passará ), apesar da força considerável contra ela no Senado e na Câmara dos Deputados, além de o presidente Lula ter declarado que não se interessa por ela. Mas há forças consideráveis colocadas a favor da aprovação da nova CPMF.
RIO DE JANEIRO - Comecei 1968 em Cuba e terminei-o numa cela do Batalhão de Guardas, ao lado de Joel Silveira, onde estávamos presos desde 13 de dezembro, dia do AI-5. Em Havana não houve maio de 68, nem na ilha de Pinos, onde ajudei a plantar sementes para a produção de café que Fidel Castro garantia que seria maior do que a do Brasil.
Publicada em 20/05/2008
Pensadores brasileiros e internacionais se reúnem na ABL para discutir como o movimento mobilizou novas gerações.
Publicada em 20/05/2008
Publicada em 20/05/2008
Publicada em 20/05/2008
Publicada em 20/05/2008
Publicada em 19/05/2008